Mato Grosso colhe quase 100% da soja 23/24

A colheita da soja em Mato Grosso chegou a 99,68% dos 12,1 milhões de hectares desta safra 2023/24. Quatro regiões do estado seguem com as máquinas em campo, de acordo com relatório divulgado na sexta-feira (29), sendo a sudeste a mais atrasada com 98,84% da sua área colhida. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os trabalhos avançaram 1,11 ponto percentual na variação semanal. No que tange a safra passada a mesma nesta época estava em 99,03%, enquanto a média histórica dos últimos cinco anos é de 99,38%. Conforme o Imea, além da região sudeste, as regiões centro-sul (99,70%), nordeste (99,69%) e oeste (99,94%) também seguem nesta semana com as colheitadeiras de soja em campo. As regiões médio-norte e norte encerraram a colheita há cerca de duas semanas, enquanto a noroeste concluiu na semana passada. Canal Rural MT

Principal evento da cultura da soja reunirá especialistas para debater economia e saúde da safra

O Master Meeting Soja 2024 retorna com muita inovação em Cuiabá entre os dias 9 a 11 de abril. O maior encontro da cadeia da soja de Mato Grosso vai ser realizado no Gran Odara Hotel e esta terceira edição conta com mais de 30 palestrantes renomados e 11 painéis técnicos. O encontro planeja reunir cerca de 400 pessoas, entre empresários do agronegócio, produtores rurais, engenheiro agrônomos e outros profissionais do ramo, com o grande objetivo de trazer discussões, informações sobre o mundo da soja e construir uma rede de contatos para  fortalecer ainda mais o setor em Mato Grosso.  Com imersão de três dias, o evento traz palestrantes e painéis importantes com profissionais da área, tanto do Brasil quanto do exterior. Alguns dos temas que vão ser abordados nos painéis são: Análise da Safra, Saúde do Solo, Pragas, Podridão de Grãos. Além disso, serão apresentados os resultados sobre a safra 23/24 gerados por pesquisadores. INSCRIÇÃO As inscrições devem ser realizadas pelo site proteclan.com.br, mas restam apenas vagas para participação online e ao vivo.  PROGRAMAÇÃO 9 de abril – terça-feira   Período vespertino- a partir das 14h: Painel de Mercado e Economia  Dr. Alexandre Mendonça – MBAgro Consultoria Dr. Carlos Cogo – Cogo Inteligência em Agronegócio Painel Análise da Safra Dr. Fábio Pittelkow – Fundação Rio Verde Eng. Agr. Ricardo Campelo – Grupo Bom Futuro Eng. Agr. Edson Vendruscolo – Grupo Velho Tata | RV Consultoria MSc. Diego  Sichocki – Meta Consultoria Painel Motivação Rodrigo Pimentel – Bope 10 de abril – quarta-feira  Período matutino – a partir das 8h:  Painel Fisiologia Dr. Alencar Zanon – UFSM Dr. Geraldo Chavarria – Professor e Pesquisador em Fisiologia Painel Nematoides Dra. Claudia Arieira – Agronema Dra. Andressa Machado – UEM Dra. Tatiane Zambiasi – Agromax Período vespertino – a partir das 14h Painel Sustentabilidade Dr. Marcos Fava Neves – Doutor Agro / USP / FGV / Harven Painel Saúde do Solo Dr. Fábio Bueno – Embrapa  Dr. Fernando Andreote – Esalq – USP Dr. Telmo Amado – UFSM Dra. Daniela Floss – Valent BioSciences Painel Carbono: conceitos e atualizações Dr. Daniel Ruiz Potma – UEPG 11 de abril – quinta-feira  Período matutino – a partir das 8h: Painel Plantas Daninhas Dr. Giliardi Dalazen – UEPG Dr. Alfredo Paiola – UFPR Dr. Elieser Gheno – Coacen Painel Pragas Dr. Germison Tomquelski – Desafios Agro Dr. Dominic Reisig – North Carolina University Dr. Clerison Perini – Proteplan Período vespertino – a partir das 14h: Painel Podridão de Grãos MSc. Alana Tomen – Proteplan Dra. Luana Belufi – Fundação Rio Verde Painel Doenças Foliares Dr. Sérgio Brommoschenkel – UFV MSc. Ivan Pedro – Proteplan Eng. Fabiano Siqueri – Proteplan Painel Inovação Dr. Paulo Hermman – PH Advisory Group

Recuperação Judicial: opção boa ou ruim para o agricultor?

Os prejuízos provocados pelo fenômeno El Niño ainda são contabilizados nas lavouras de soja em Mato Grosso. As estimativas já apontam uma quebra de safra significativa para a produção nas lavouras mato-grossenses, causando apreensão quanto aos compromissos financeiros em muitas propriedades rurais. Essa condição, aumentou os pedidos de recuperação judicial no estado por produtores que atuam como pessoas físicas.  Os especialistas alertam que entrar com pedido de recuperação judicial nem sempre é uma solução para o produtor. O presidente do Sindicato Rural de Diamantino, Altemar Kröling, comenta que talvez esse seja o pior cenário no estado. Na reta final da colheita de soja, em média, essa será a pior da história contabilizando 36 sacas por hectare – o que representa 40% de quebra da oleaginosa esse ano no município.  De acordo com o Sindicato Rural do município, na safra 2023/24 foram cultivados aproximadamente 420 mil hectares de soja em Diamantino.  “Como que você vai continuar na atividade? Como você vai fazer novos empréstimos? É tudo complicado. É sentar com o pessoal que nos financia, e antes de partir para uma situação dessa, vamos ver o que fazer.  Às vezes uma repactuação longa do juro acessível é melhor que uma RJ”, frisa. Cerca de 90% dos pedidos de recuperação judicial realizados em Mato Grosso, até agora em 2024, estão relacionados ao agronegócio. Para Frederico Azevedo, superintendente do Sistema OCB/MT, a grande questão acerca do assunto é que o produtor sabe o tamanho e a experiência ao entrar em uma recuperação judicial.  “Temos discutido bastante tentando levar a informação para o agricultor que, às vezes, a recuperação judicial não é a solução para o problema dele. Além do engessamento da sua atividade, nós temos recomendado, conversado com os agricultores que apesar do momento de cautela, é de se avaliar uma renegociação com seus agentes bancários autorizado pelo manual de crédito rural”, comenta. Um levantamento da Serasa Experian mostrou aumento expressivo no número de pedidos de recuperação judicial por proprietários rurais no Brasil em 2023. Os dados revelam que entre janeiro e setembro foram 80 requerimentos no país, contra 20 no ano anterior. O gestor jurídico do Sistema Famato, Rodrigo Bressane, explica que é preciso levar em consideração os dois pesos de vantagens e desvantagens.  “O que eu posso colocar aqui sobre as vantagens que é suspensão das execuções de fatos do devedor, possibilidade de propor qualquer meio de pagamento, negociação coletiva, venda de bem sucessão do requerente e acima de tudo é evitar obviamente a falência. E as desvantagens estão ligadas ao processo, é caro e, obviamente, é moroso como tudo na justiça. Então, por esses requisitos das vantagens e desvantagens é que esse instrumento ele tem que ser utilizado como um último recurso”, explica.

Diversificação na piscicultura como empreendimento familiar em MT

Da criação de peixes a um restaurante especializado em pescados. O trabalho da família do Seu Manoel e da Dona Eva, com espírito empreendedor, garante renda com a piscicultura em uma propriedade rural de pouco mais de 12 hectares em São José do Quatro Marcos, região oeste de Mato Grosso.    Parte da área do sítio é ocupada por pastagens e um rebanho entre 35 e 40 cabeças. Dependendo da época, a pecuária é focada na parte de criação.  Há 15 anos, a principal atividade é a piscicultura. Começaram com cinco tanques e hoje, ao todo, são 14 tanques que somam uma lâmina d’água de, aproximadamente, um hectare.  “Quando nós começamos a piscicultura nós éramos em 14 e vinha aquela luta longa e a gente mexendo. Vai, não vai… Hoje, eu considero que sou o único dos 14 na atividade”, afirma Manoel Meireles.  Durante o tempo, seu Manoel explorou o turismo rural e transformou o sítio em um pesque-pague. Caso a pessoa não tivesse sorte na pescaria, ainda assim, poderia levar um peixe para a casa.  Aos fins de semana, um tanque de concreto fica cheio de peixes para quem quiser comprar e levar para a casa. Agora a visão é outra. Seu Manoel pretende vender pescado processado e para isso, montou um pequeno abatedouro, dentro das normas sanitárias exigidas por lei.  “Quero trabalhar em cima das regras. Se eu for trabalhar fora do que é a exigência do mercado, não vou chegar a lugar nenhum”, comenta Manoel.  Seu Manoel recebeu a assessoria do consórcio das nascentes do Pantanal e da Empaer. Porfírio dos Santos, é o responsável técnico da Empaer e responsável pelo projeto. Ele explica que a inspeção tem a mesma cobrança de uma grande empresa devido às questões sanitárias.  “Você está trabalhando com alimentos que vão ser consumidos por humanos. A gente vai trabalhar, na propriedade, em uma escala menor. Por ser uma agroindústria pequena, ele não precisa construir banheiros, uma vez que fica perto da sua residência. Esse custo será menor”, explica Porfírio.  Com espírito empreendedor, seu Manoel decidiu diversificar ainda mais a atividade, agregando valor à piscicultura. Para ter mais uma fonte de renda dentro do sítio, recentemente montou um restaurante que serve diversos pratos à base de peixe. O local funciona aos fins de semana e por ser próximo à cidade, sempre fica cheio. Com a nova fonte de renda, acabou movimentando a economia da cidade criando oito vagas de emprego, entre garçons e cozinheiras.  A dona Eva é quem comanda a cozinha. “Eu que frito o peixe e ajudo a minha filha. Aqui tem tambaqui, tambatinga, pintado à tilápia… Eu que faço o molhinho, que o povo quer e pede receita. A gente está aqui pra servir todo mundo”, frisa Eva Aparecida. Canal Rural MT

Parecis SuperAgro estima público de mais de 24 mil visitantes

Uma imersão no futuro da agricultura. Com uma expectativa de receber mais de 24 mil visitantes e contar com mais de dois mil profissionais durante quatro dias, a 15ª edição da Parecis SuperAgro será realizada entre os dias 09 e 12 de abril, em Campo Novo dos Parecis em Mato Grosso.  A feira realizada no maior chapadão agricultável do mundo, terá o lançamento de maquinários e vitrines tecnológicas de áreas de plantio, além de uma série de palestras técnicas. Questões de logística e o desenvolvimento do setor também serão tratados durante os quatro dias de evento.  Tecnologias de ponta implantadas atualmente na agricultura, bem como a inovação e oportunidades na área para os próximos anos serão debatidas nas palestras técnicas.  O comentarista político, Caio Coppolla e o Cristiano Lopes,  correspondente internacional do Jornal Hoje em Dia, da Rádio Band News FM e da Rádio CDL são figuras confirmadas na edição deste ano da feira.  “O que você precisa saber para defender o agro” será o tema da palestra ministrada por Caio Coppolla. Na oportunidade, ele irá tratar sobre os impactos nos cenários econômico, ambiental e político. As palestras estão marcadas para a sexta-feira (12/04). A de Caio Copolla pela manhã e a de Cristiano Lopes no período da tarde. Com o tema #OPoderDaMotivação, a palestra de Cristiano Lopes irá apresentar ferramentas para negócios de mercado, habilidades comportamentais como inteligência emocional, resiliência, comunicação assertiva para aplicar na área profissional e pessoal, além de tratar sobre engajamento e motivação em equipe.  Cristiano Lopes é correspondente internacional do Jornal Hoje em Dia, da Rádio Band News FM e da Rádio CDL. Canal Rural MT

Pecuaristas levam cinco horas ao percorrer 150 km na MT-170 para escoar produção

Pecuaristas em Mato Grosso estão levando cerca de cinco horas para rodar 150 quilômetros na MT-170, na região de Cotriguaçu. A dificuldade em realizar o transporte dos animais decorre das condições mínimas de rodagem da rodovia estadual, que sofre com a ausência de asfalto, presença de buracos, subidas perigosas, decidas íngremes, além de atoleiros e poeira. O trecho em questão de 150 quilômetros da MT-170 está localizado entre Colniza e Cotriguaçu, passando pelo distrito de Nova União. A situação foi constata pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) durante o Acrimat em Ação deste ano, que percorre diversas regiões produtivas do estado. Conforme a entidade, o trecho em questão não conta com asfalto e nem a presença de vilas, igrejas, sítios, comércios e escolas estaduais e municipais. O trajeto, que deveria levar menos de duas horas para ser percorrido, é utilizado por diariamente por moradores, caminhoneiros e pessoas que precisam se deslocar. “Ficamos surpresos com a dificuldade que os pecuaristas enfrentam para enviar os animais para o abate nesta região. Durante o deslocamento, dificilmente conseguimos andar acima de 30 quilômetros por hora. Para quem transporta animais vivos o desafio é maior, visto que qualquer estresse e lesão, afeta no peso e na qualidade da carne no abate”, frisa o diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi. Situação precária gera estresse aos animais A situação verificada durante o Acrimat em Ação, salienta a entidade, é considera preocupante, uma vez que a precariedade da MT-170 neste trecho gera desgaste e estresse para os animais. A Acrimat explica que ao percorrer muitas horas de viagem, o animal começa a apresentar alguns sintomas, entre eles, o gado cansa e começa a deitar dentro do caminhão. “Essa situação é problemática porque, geralmente, há muitos animais juntos, o que aumenta a pressão sobre eles. Quando um animal é pisoteado pelos outros, pode resultar em hematomas na carcaça e até fazer com que outros animais tropecem ou caiam. Além disso, a estrada precária faz com que os animais se batam dentro da carreta”, diz Francisco Manzi. Caso que se repete na MT-170 Dados do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) recentemente, apontam que Colniza detêm o quarto maior rebanho bovino de Mato Grosso. Além disso, Cotriguaçu está entre os 20 maiores produtores de carne do estado, apesar de possuir pouco mais de 19 mil habitantes. O frigorífico que atende a região está localizado Juruena, salienta a Acrimat, e por muitas vezes, essa rota da MT-170, é a única utilizada. A situação precária observada pelo Acrimat em Ação deste ano, de acordo com a entidade, se assemelha a encontrada em 2023 na mesma MT-170, contudo no trecho entre Juruena e Castanheira com caminhões carregados com animais, há três dias atolados. “Um animal desse aí vai chegar todo machucado. Dentro do frigorífico ele vai passar por uma limpeza pós abate e aí se perde muito. Não só o pecuarista, mas como o estado mesmo, que vai diminuir a incidência de ICMS dentro da nota fiscal. Então, todo mundo perde. O frigorífico perde, o estado perde e o pecuarista”, pontua o gerente de Relações Institucionais da Acrimat, Nilton Mesquita Junior. Canal Rural MT

Instabilidade climática provoca indefinição sobre escolha de cultivares de soja em MT

A safra 2023/24 de soja ainda está sendo colhida em Mato Grosso e os produtores já se preparam para a próxima temporada. A escolha das cultivares a serem utilizadas, a partir de 16 de setembro, vem sendo realizada com cautela. O intuito é evitar ao máximo as frustrações e prejuízos observados no atual ciclo, caso a instabilidade climática venha a persistir. Agricultor em Santa Rita do Trivelato, Enéas Glaucio Batistela tem como estratégia para garantir bons descontos, além de conseguir bons negócios nos insumos, a compra antecipada dos produtos. Com a safra 2024/25 não será diferente. Ele conta que vem aproveitando a concentração de empresas na feira Show Safra BR-163, em Lucas do Rio Verde, para ir às compras. Entretanto, o atual cenário de desvalorização do grão e a elevação nos custos o está dificultando a alcançar sucesso na rotina. “Está difícil de tomar essa decisão. A questão de preço está muito alta. O fertilizante baixou um pouco, mas em si o grão, para fazer a relação de troca, hoje está difícil para fechar a conta. Então, estamos esperando a tomada de decisão ainda para fechar os insumos”. Enéas conta ainda que a cautela também faz parte da estratégia para a escolha das sementes. Decisão adotada, principalmente, pela indefinição climática. Ele pretende semear na safra 2024/25 uma área de 1.480 hectares com soja. “Estamos vindo de um ano difícil de clima. Agora estamos vendo essa mudança de El Niño para La Niña. Então, a gente vê que não pode errar na escolha de variedades. Estamos aqui para isso. Tentar definir uma variedade que se encaixe melhor, que produza, pensando em seca também”. Lançamentos de novas tecnologias As incertezas quanto ao clima e as variedades a serem usadas na próxima safra de soja também preocupam o agricultor Gilberto Aberhardt. “A indefinição ainda é muito grande entre nós produtores, o que nós vamos utilizar. Hoje eu não tenho definido quais são as variedades que vamos usar. Eu tenho duas variedades que se destacaram em produtividade. Então, nós temos que ter uma em qualidade e alto teto produtivo”, salienta o agricultor em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso. Sensibilizadas e também apreensivas com o atual cenário de baixa remuneração, além das incertezas no campo, as empresas do segmento de insumos agrícola pontuam que tem se esforçado para lançar novas tecnologias que venham auxiliar o produtor nessa tomada de decisão. “Hoje, a empresa por si só ela está nessa força tarefa buscando bons materiais, que tem performado, visto a situação climática que a gente está vivendo. Agora foi época de El Niño, poucas chuvas. Uma condição adversa para a cultura da soja”, comenta o supervisor de desenvolvimento de mercado da Donmario, Eduardo Alves da Cruz. Ainda conforme ele, a empresa está trabalhando em dois lançamentos para nichos de mercados diferentes. “Temos situações onde um dos nossos lançamentos é para média fertilidade, para produtor que tem problema com resistência a cisto e com solo mais arenoso, e outro para uma situação com uma variedade já com biotecnologia, que é uma virada de mercado de soja e também com um ciclo mais precoce”, conta Eduardo. O representante comercial da Boa Safra, Juliano Thiago Arthur Bueno, comenta que para a edição de 2024 do Show Safra BR-163 a empresa levou um portfólio com 39 materiais adaptados para qualquer tipo de situação. Ele frisa que o intuito é “agregar produtividade ao produtor e evitar perda no final, porque além da produtividade ele [produtor] visa também a janela da safrinha de milho, pois a safrinha é tão boa quanto a safra de soja”. Estudos mostram possibilidades Se a estratégia do agricultor é agregar rentabilidade no milho ou até mesmo pensar em uma terceira safra na propriedade, opções não faltaram durante o Show Safra BR-163, em Lucas do Rio Verde. Entre as vitrines tecnológicas, a Embrapa levou para a feira estudos com diferentes opções de culturas, que permitem ao produtor fugir de situações como a da safra 2023/24. “Em épocas, por exemplo, de restrições hídricas, poucas chuvas, janela de plantio mais curta, principalmente para a segunda safra, é importante que o produtor tenha opções. E, a Embrapa tem estimulado muito diferentes opções de culturas para fugir dessas situações, como o gergelim, os feijões, o milheto, o sorgo. São diversas opções para o produtor não ficar amarrado entre soja e milho e trazer, principalmente, uma renda a mais para ele”, diz o pesquisador da Embrapa, José Ângelo Nogueira de Menezes Júnior. Nesta 11ª edição, o Show Safra BR-163 cresceu 30% no espaço, ocupando 42 hectares de parque. O número de expositores também é maior este ano. São cerca de 470 expositores e mais de uma mil marcas no evento. A expectativa é que até sexta-feira (22) cerca de 100 mil pessoas visitem os estandes da feira. Em relação ao volume de negócios, devido ao atual cenário de baixa remuneração no campo, a projeção dos organizadores não é de crescimento, mas sim de estabilidade. Por isso, a meta é de pelo menos repetir a movimentação financeira alcançada na última edição, que foi de R$ 8,5 bilhões. Diretor de pesquisa da Fundação Rio Verde, Fábio Pittelkow, frisa que a feira é uma oportunidade para o produtor, “um shopping center de tecnologia, onde você pode acessar diferentes marcas, diferentes produtos”. “Cada fazenda é uma unidade de produção e a gente precisa entender, observar os equipamentos que a gente tem disponível e absorver a melhor tecnologia desses equipamentos dentro da nossa lavoura”. De acordo com o diretor executivo da Fundação Rio Verde, Rodrigo Pasqualli, diante da situação de desvalorização da soja e do milho, que vem diminuindo o faturamento, “o produtor precisa encontrar soluções para superar a crise e o evento tem essa missão de munir o produtor de estratégias e elementos para poder tomar a sua decisão correta e iniciar uma nova safra com entusiasmo”.

Manejo integrado pode minimizar impactos negativos na produtividade da soja na próxima safra

A safra de soja atual tem enfrentado uma série de desafios que impactaram significativamente a produtividade e a qualidade do cultivo em diversas regiões do País, afetando diretamente os agricultores e as cadeias produtivas relacionadas. Condições climáticas adversas, juntamente com a incidência de pragas, doenças e plantas daninhas resistentes, são os principais fatores que afetaram as plantações do mais importante cultivo agrícola do Brasil. Em razão do clima irregular ao longo do plantio e durante o desenvolvimento das lavouras, com altas temperaturas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul, o cenário de quebra de safra brasileira se consolidou de forma irreversível em praticamente todos os estados produtores. Além das questões climáticas, pesquisa realizada pela Agroconsult aponta que os sojicultores também enfrentaram alta infestação de pragas, com aumento de 40% de incidência de Percevejo-marrom e 29% de Mosca Branca, prejudicando não apenas a qualidade das sementes, mas reduzindo a produtividade com perdas de até 30% na colheita. Outros problemas podem estar relacionados à redução da produtividade como, por exemplo, as doenças fúngicas e a presença de plantas daninhas de difícil controle. Segundo o pesquisador em entomologia, Clérison Perini, o Percevejo-marrom, por exemplo, se reproduz mais intensamente no desenvolvimento do cultivo, momento em que a praga tem alimento de qualidade. “É importante que o agricultor faça o monitoramento nesse período crítico para um melhor controle, pois essa praga causa danos significativos, com perdas de produtividade de mais de uma saca por hectare a cada inseto por m², reduzindo a qualidade de sementes e dos grãos”, explica. “Esses desafios têm exigido dos agricultores a busca por soluções mais avançadas e sustentáveis para o manejo integrado na cultura da soja, visando mitigar os impactos negativos sobre a produção. Temos trabalhado arduamente para disponibilizar tecnologias inovadoras que possam ajudar os produtores no controle desses problemas no campo. Anualmente, temos investido mais de R$ 44 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos para oferecer soluções cada vez mais eficazes e sustentáveis”, explica o agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Roberto Rodrigues. Manejo de pragas entra em uma nova era na proteção do cultivo Para a próxima safra, é fundamental que os sojicultores estejam preparados para lidar com os desafios nas lavouras e a adoção de defensivos agrícolas se torna cada vez mais essencial para garantir a produtividade e a segurança alimentar global. De acordo com Perini, o manejo de pragas está entrando em uma nova era, com mais conhecimento sobre o comportamento desses insetos, os danos causados por eles e sua tolerância a determinados produtos. “Com base nessas informações, a indústria está desenvolvendo e disponibilizando novas formulações, com diferentes ingredientes ativos, que potencializam o efeito inseticida, garantindo um melhor controle desses detratores de produtividade”, reforça o pesquisador em etimologia. Uma inovação recente ofertada pela IHARA, empresa de pesquisa e desenvolvimento de defensivos agrícolas, é o TERMIUS, que oferece alta performance ao potencializar os ingredientes ativos contra o Percevejo-marrom, garantindo maior poder de choque e residual prolongado do mercado. Com duas aplicações em um intervalo de sete dias, essa nova solução reduz significativamente a densidade populacional do inseto, ficando abaixo dos níveis de causar danos às plantações. Outro importante inseticida contra percevejos é o ZEUS, que apresenta ação translaminar e sistêmica, conferindo uma completa proteção das plantas. Além disso, age por contato e ingestão, levando as pragas à morte rapidamente. Seu efeito de choque e residual proporciona resultados eficientes nas lavouras. “É um produto muito bom e fiquei impressionado com a sua eficácia. Em apenas 20 minutos, percebemos que os percevejos estavam todos mortos ou paralisados”, relata o produtor de soja da região de São João/PR, Everton Strapasson. Controle de doenças e plantas daninhas aumenta produtividade no campo É fundamental que o agricultor invista no manejo integrado e, sobretudo, preventivo também quando se trata de doenças que acometem o cultivo. Para se ter uma ideia, a Ferrugem Asiática é uma das principais razões para a quebra de produção no País por devastar até 90% de uma lavoura de soja; a Mancha Alvo, especialmente no Cerrado brasileiro tem causado perdas significativas nas plantações; o Mofo Branco, principalmente em regiões de maior altitude, tem permanecido no solo por longos períodos esperando uma condição adequada para se desenvolver em safras futuras; e mais recentemente, a Anomalia da Soja, também conhecida como podridão das vagens e de grãos da soja, se instalou incialmente na região médio norte de Mato Grosso e já tem se espalhando para outras áreas produtoras do Brasil. O gerente de Marketing Regional da IHARA ressalta que a empresa tem estado bastante próxima os sojicultores nas regiões afetadas, levando ao campo fungicidas comprovados e atestados por pesquisadores renomados do mercado, como os produtos FUSÃO EC, ABSOLUTO FIX, SUGOY e ROMEO SC. Para o controle da Ferrugem Asiática, o fungicida líder em eficiência é o FUSÃO EC, aliado ao fungicida protetor ABSOLUTO FIX, ambos atestados por uma equipe de especialistas de fitopatologia do Consórcio Antiferrugem, que realizaram diversos testes em diferentes regiões produtoras de soja do Brasil. O fungicida FUSÃO EC alcançou índice médio de 74% de efetividade em associação com fungicida protetor. Essa tecnologia também apresenta alta eficácia para outras doenças da soja como Mancha Alvo e Antracnose. Na linha de fungicidas biológicos, os agricultores podem contar com o Romeo SC, que demonstra desempenho significativo nas lavouras de soja. Em 220 áreas, localizadas em 107 municípios onde ocorreram aplicações na safra 21/22, o agricultor teve um rendimento médio de 4,0 sacas a mais por hectare. Quando o foco é direcionado ao combate de doenças, o ganho de produtividade foi notável, possibilitando um aumento de 15% no controle da Ferrugem Asiática, por exemplo. Para o manejo da Anomalia da Soja, o agricultor pode contar com a tecnologia comprovada do SUGOY. Em estudo realizado recentemente pela Rede da Podridão das Vagens, com nove instituições diferentes, o produto, quando comparado com a testemunha, apresentou alta eficiência, redução da incidência da doença, menor percentual de grãos avariados e níveis superiores em produtividade, recebendo qualificação

Aprosoja-MT volta cobrar medidas do Mapa para conter crise na abertura da feira Show Safra

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, voltou a cobrar medidas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para ajudar os agricultores, que não vão conseguir fechar as contas, já que a produtividade caiu cerca de 20%, enquanto os agricultores viram a cotação da soja despencar. Durante a abertura da feira Show Safra, em Lucas do Rio Verde, o presidente da Aprosoja-MT lembrou que a produtividade desta safra, para muitos produtores, é inferior até mesmo para cobrir os custos da lavoura. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção da atual safra é de 62 sacas. Porém, ainda segundo o Imea, em sua ultima estimativa, a produtividade esperada para a safra que caminha para a reta final da colheita, deve ser de 52,85 sacas. Por outro lado, o preço da saca de soja caiu de R$ 118, no início do plantio, para a casa dos R$ 100, uma queda de cerca de 15%. Se comparado com a cotação do início de 2023, a queda é ainda maior: mais de 35%. “Essa crise, somada a queda de produção e os preços baixos, fez com que acontecesse algo atípico. Os números do Imea falam em custos de produção em 62 a 63 sacas por hectare. E, tivemos produtores acostumados a colher 70 sacas, que colheram 10, 20, 30 sacas. Diante desses números do Imea, a ‘conta não fecha’, por isso fizemos essa carta ao Mapa”, disse Lucas. Nos ofícios encaminhados à Secretaria de Política Agrícola do Mapa no dia 26 de janeiro de 2024, e ao Ministro da Agricultura no dia 28 de fevereiro deste ano, a Aprosoja-MT pediu a destinação de R$ 500 milhões para alongamento de dívidas, com taxa de 5,5% ao ano; uma linha de crédito de 1,95 bilhão de dólares, a uma taxa de 5,5% ao ano e outra linha de credito de R$ 1,05 bilhão para equalização de juros agrícolas. “Isso colocaria no mercado mais de R$ 40 bilhões e ajudaria nesse crédito, para que esse produtor consiga salvar o seu negócio”, destacou Lucas Costa Beber. Ainda durante seu discurso, o presidente da Aprosoja-MT agradeceu ao governador Mauro Mendes pela política de “tolerância zero às invasões de terra” no Estado. No começo do mês de março, o governador chamou representantes do setor produtivo para mostrar dados de combate às invasões. Segundo o governador, nenhuma tentativa de invasão prosperou em MT.

Relação de troca para a safra 24/25 de soja segue desfavorável em MT

O custeio para a safra 2024/25 de soja em Mato Grosso ficou projetado em média a R$ 4.145,75 por hectare em fevereiro. Segundo cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apesar da queda mensal no valor dos insumos, quando analisada a relação de troca da saca de soja para uma tonelada dos principais produtos o cenário segue desfavorável ao produtor. O indicador de custeio em fevereiro apresentou redução de 0,19% em relação a janeiro. Tal resultado, explica o Imea, é pautado pelo recuo nos preços com os fertilizantes, corretivos e defensivos. Conforme o Imea, para que o sojicultor consiga adquirir uma tonelada de adubos Super Simples (SSP) é necessário que entregue 21,93 sacas, enquanto para Map 40,45 sacas. “O panorama desfavorável na relação de troca é reflexo do recuo expressivo no preço futuro da oleaginosa”, frisa o Instituto. Na safra 2023/24 para adquirir o Super Simples o produtor mato-grossense precisou entregar 16,34 sacas na relação de troca. Já para Map 33,51 sacas. “Neste difícil início de temporada (custos elevados e preços baixos) é importante que o sojicultor de Mato Grosso tenha na “ponta da caneta” as suas despesas, para conseguir aproveitar as oscilações do mercado e minimizar os riscos da próxima safra”, aconselha o Imea. Canal Rural MT