Incertezas e preços baixos ditam ritmo das vendas do milho 23/24 em MT
O tamanho da segunda safra de milho 2023/24 em Mato Grosso ainda é uma incógnita. Com 100% das lavouras cultivadas e em pleno desenvolvimento, o que se sabe é que o estado, maior produtor do grão no país, vai colher bem menos em relação ao ciclo passado. Fato que, somado aos preços pouco atrativos, tem levado os produtores a terem cautela na hora da comercialização. A safra 2023/24 de milho deve registrar uma área inferior a 6,95 milhões de hectares. As perspectivas, conforme a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), é que a produção registre uma baixa de 20%, em comparação a temporada passada. Além da redução de área, a produção deve ser impactada pela queda na produtividade, uma vez que o investimento tanto no uso de nitrogenados quanto na tecnologia de sementes foi menor. Tivemos algumas áreas em Mato Grosso com falta chuva. Agora elas têm voltado, porém tarde para muitas regiões em que faltou chuva no momento do desenvolvimento do milho no estado vegetativo”, comenta o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber. Conforme Lucas, apesar de algumas localidades estarem registrando um volume de chuvas acima do “normal” para o período, teme-se o corte das mesmas, principalmente para as áreas plantadas na reta final da janela ou fora dela. Preço do milho ainda em baixa Além da incerteza quanto ao futuro da safra, o baixo valor do grão também preocupa. O preço médio do milho paridade no estado, nos contratos com vencimento em julho, fechou a semana em R$ 28,19 a saca. Pouco menos da metade do praticado há um ano de R$ 57,43. O reflexo é o pé no freio do produtor rural, que aparece em números. Até o final de março, os agricultores de Mato Grosso haviam vendido menos de 27% da produção de milho estimada para esta segunda safra, que gira em torno de 43 milhões de toneladas. O volume, se concretizado, será cerca de nove milhões de toneladas a menos que o colhido na última temporada, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ao se comparar com os dados da safra passada, nesta época, apontam os dados do Instituto, a comercialização também estava mais lenta que o costume, ultrapassando os 33%. Já a média histórica para o período no estado é de 59% da produção negociada antecipadamente no período.
Maior presença de fêmeas é responsável pelo aumento de abates em MT
Mato Grosso abateu, de janeiro a março deste ano, 1,76 milhão de bovinos. Os dados são do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT). A grande presença de fêmeas nas indústrias, até agora, leva o primeiro trimestre de 2024 a fechar com maior volume de abates para o período. O valor é 30,88% superior ao mesmo período do ano passado e o maior volume já registrado para a mesma época, sendo 43,15% acima da média histórica de 1,22 milhão de cabeças. As fêmeas foram as principais propulsoras desse crescimento com 951,15 mil cabeças abatidas. Um aumento de 44,56% no comparativo anual. Ainda, as fêmeas em idade reprodutiva, ou mais que 24 meses, representaram 76,32% do total de fêmeas abatidas no primeiro trimestre de 2024, resultado do abate das fêmeas não emprenhadas na estação de monta. A perspectiva para o segundo trimestre, é de redução na participação de fêmeas nos abates do estado, visto que historicamente foram apenas seis vezes, em 21 anos, que a participação de fêmeas nos abates totais no segundo trimestre superam o primeiro trimestre, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Canal Rural
Produtores de Mato Grosso disputam título ‘Super Ouro’ de melhor queijo em mundial
O setor queijeiro de Mato Grosso poderá ampliar seu protagonismo no mercado durante o 3º Mundial do Queijo do Brasil 2024, realizado de 11 a 14 de abril, em São Paulo (SP). O Estado será representado por 38 participantes, sendo que dez deles estão inscritos no ‘Concurso de Queijos e Produtos Lácteos’ e podem trazer o título ‘Super Ouro’ de melhor queijo do Brasil. O evento, que reúne associações e produtores de 17 países, é uma oportunidade para a cadeia produtiva que em sua maioria é formada por pequenos negócios da agricultura familiar. O organizador da Missão Mundial do Queijo do Brasil, Willians Costa, analista técnico do Sebrae/MT, explica que o evento cria oportunidades de negócios e aumenta a visibilidade dos produtos locais. “Estamos com uma comitiva de 38 participantes do Mato Grosso, desses 36 são produtores, empresários ou instituições parceiras do Sebrae/MT. Dentro desse grupo teremos participantes que vão concorrer um em uma das categorias do concurso internacional, e nós, enquanto trabalhamos no apoio a esses produtores e empresários. A nossa torcida é para que eles concorram e ganhem, mas, vale ressaltar, que este encontro vai além da disputa. Lá, os participantes receberão um feedback, uma curadoria para cada item inscrito, o que pode gerar melhorias futuras e aumentar o valor agregado dos produtos” destaca Willians Costa. A programação do Mundial inclui três concursos nacionais (Melhor Queijeiro do Brasil, Melhor Queijista do Brasil e Melhor Fondue do Brasil) e um internacional, o Concurso de Queijos e Produtos Lácteos (que concorrem produtos como queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas). A disputa mais aguardada é a do concurso de queijos e produtos lácteos, em que são estimados 2 mil participantes. Na categoria queijo, o concurso contará com cerca de 300 jurados. A primeira etapa será no dia 12 de abril, em que os queijos serão avaliados de forma anônima pela sua aparência (exterior e interior), textura, aromas e sabores. Nesta fase, os concorrentes que se destacarem ganharão medalhas super ouro, ouro, prata e bronze. “Este reconhecimento consegue abrir mercados para esses produtos, além de dar destaque para todo setor em Mato Grosso”, avalia o responsável pela Missão. Já na segunda etapa, um grupo seleto de 15 jurados supremos de vários países avaliar os queijos “super ouro”, da fase anterior, e escolher o melhor queijo do concurso. “Independente do prêmio é receber uma curadoria profissional sobre a textura, sabor, qualidade, apresentação daquele queijo, de como podem melhorar seus produtos”, conclui Valéria Pires, coordenadora de Competitividade do Sebrae/MT.
Manifestos contra a moratória da soja se multiplicam em Mato Grosso
Mais de 50 municípios de Mato Grosso manifestaram notas de repúdio contra a moratória da soja, acordo que proíbe a compra do grão produzido em áreas do bioma Amazônia que tenham sido desmatadas após 2008, mesmo que a abertura tenha sido feita dentro da lei. O pacto também é criticado pelo Legislativo do estado, que endossa a contestação das entidades que representam os produtores rurais nesse debate. O pacto foi criado em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Entre os municípios, cujas Casas Legislativas aprovaram medidas contrárias ao acordo estão, Sorriso, Diamantino, Nova Ubiratã, Querência, Sapezal, Campo Novo do Parecis, como destacado recentemente pelo Canal Rural Mato Grosso. Juntos, inclusive, tais municípios produzem mais de um milhão de toneladas de soja por ano e testemunharam como a principal cultura agrícola do Brasil estimula a economia local e melhora a qualidade de vida da população. Conforme o gestor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rodrigo Bressane, o setor produtivo vê com preocupação a questão em torno da moratória da soja. Ele salienta o pacto “não seria o melhor remédio para fazer o devido enfrentamento da abertura de novas áreas, do desmatamento na Amazônia legal ou ilegal”. Bressane lembra que a moratória da soja foi uma medida criada visando a redução do desmatamento ilegal, uma vez que em 2004 foi registrado um grande volume. Contudo, com a promulgação do Código Florestal, legislação ambiental considerada uma das mais rigorosas do mundo, o pacto teria perdido o seu “objeto”. “Nós tínhamos uma lacuna e que foi preenchida posteriormente em 2012 com o Código Florestal. Então, alguns entendem, juridicamente, que essa moratória da soja perdeu o seu objeto, que nós tivemos em 2012 uma centralização das normas, naquele momento, de qual é a regulamentação para cada bioma”. Estado diretamente afetado Por possuir boa parte de seu território dentro do bioma Amazônico, em especial a região norte, o gestor jurídico da Famato pontua que “estamos diretamente afetados por essa moratória” e que há estudos que mostram que a mesma “não é eficaz”, uma vez que dados mostram que “ao longo dos anos, desde a sua criação, todo o ano o aumento do desmatamento na Amazonia vem acontecendo”. Para Bressane o que “precisamos realmente são de políticas públicas, aumentar a fiscalização, investimentos em recursos e mão de obra”. Além das Câmaras Municipais, a Assembleia Legislativa também apresentou recentemente repúdio contra a moratória da soja. De acordo com a deputada estadual Janaina Riva (MDB-MT), a decisão foi por se entender que “o estado de Mato Grosso se desenvolve, mas cria bolsões de desigualdade, e a moratória da soja tem contribuído para isso, trazendo um desequilíbrio econômico e social”. parlamentar frisa que há uma preocupação maior quanto aos municípios em que a agricultura está começando a ser inserida, à exemplo de Juara, Aripuanã e Colniza. “Então, veja o quanto nós estamos avançando e legalmente falando, até porque não defendemos quem desmata ilegalmente no estado. Esses são inimigos do estado, porque trazem uma fama que não é justa. Mato Grosso é um estado que tem mais de 62% do seu território intacto de florestas nativas”. A deputada estadual salienta ainda, que na opinião da Assembleia Legislativa, “a moratória da soja cria uma reserva de mercado e traz prejuízos àqueles que só agora podem plantar na sua região”.
Mato Grosso aumenta em 25,78% exportação de carne bovina
Mato Grosso enviou um volume de 51,94 mil Toneladas Equivalente Carcaça (TEC) em março deste ano. Segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o aumento é de 25,78% quando comparado com o mesmo período de 2023. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a China continua como o principal comprador de carne bovina do estado. A participação do gigante asiático é 43,19% no volume exportado. Preço médio pago na tonelada continua reduzido No primeiro trimestre de 2024 foram embarcados 157,68 mil TEC, considerado o maior volume para o período da série histórica. Entretanto, o preço médio pago pela tonelada exportada nesse período reduziu 5,16%. Quando comparado com o mesmo período de 2023 e 2022, a redução é de 5,16% e 17,06%, respectivamente. Mesmo com o recuo no preço médio da tonelada exportada, o ritmo acelerado dos embarques da proteína vermelha ao longo dos primeiros meses deste ano, sustentou o valor do boi gordo no estado. Os preços poderiam ser menores neste período, devido ao alto volume de animais abatidos em Mato Grosso.
87% dos produtores de MT não conseguem cobrir o custo total da soja, aponta pesquisa
Pesquisa divulgada na ultima sexta-feira (5) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que poucos produtores de soja de MT vão conseguir cobrir o custo total da lavoura. O levantamento foi realizado com 1.187 produtores, que são responsáveis por cultivar cerca de 2,5 milhões de hectares, ou 21% de toda área plantada no estado. A pesquisa foi realizada em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e divulgada durante reunião com os associados, na sede da entidade, em Cuiabá. Dos produtores que responderam a pesquisa, 80% já concluíram a colheita da oleaginosa. A pesquisa alcançou 99 dos 141 municípios do Estado. Segundo a pesquisa, 153 produtores, ou 12,8% dos respondentes, tiveram produtividades acima do custo total, que ficou acima de 65 sacas. Por outro lado, 1.034 agricultores terão produtividades inferiores aos custos, ou 87,2%. Já a produtividade média das áreas levantadas é de 51,82 sc/ha, 20,25% menor que na temporada anterior, quando foi registrada 64,97 sc/ha. A região mais penalizada pelas ondas de calor e a estiagem é a Oeste, que teve produtividade de 47,83 sc/ha, seguida pela Sul, com 51,75 sc/ha; Leste, com 52,70 sc/ha. Já a região Norte teve a maior produtividade, estimada em 53,49 sc/ha. Ademais, dos produtores que responderam ao levantamento, 9% revelaram ocorrência de tombamento das plantas e 16,5% registraram abandono de área, em razão da baixa produtividade. SAFRA DE MILHO O Imea também perguntou aos agricultores sobre as expectativas para a segunda safra de milho. A região que mais reduziu área para o cereal é a Leste, que diminuiu 26,2%; seguida da Oeste, com redução de 15,33%; Sul, com 12,97% e a Norte, com 7,28%. Já a redução média estadual deve ser de 8,44%, estimada em 6,94 milhões de hectares. O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, destaca a importância da participação dos produtores no levantamento e ressalta que na segunda quinzena deste mês, os pesquisadores do Imea estarão à campo fazendo levantamento da safra de milho. “É importante que o produtor participe dos levantamentos futuros do Imea, pois quanto mais produtores responderem, mais a pesquisa consegue refletir a realidade do campo e a gente transmitir esses dados para a sociedade e para os mercados. Então, a gente pede que o produtor nos ajude nessa missão”, pontua o presidente. PEDIDO DE SOCORRO Nesta semana, a Aprosoja-MT voltou a cobrar mais medidas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para ajudar os produtores de Mato Grosso. Em comunicado divulgado nesta quinta (4), a entidade destacou que a medida anunciada pelo governo federal, de renegociar as parcelas de financiamentos que vencem em 2024, apesar de importante, não é suficiente para conter a crise. A entidade pede que o Mapa dialogue com as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts. A ‘cláusula washout’ se trata de obrigações entre as partes em caso de não cumprimento do contrato. Em um cenário onde o produtor não consiga entregar o produto, ele poderia ser obrigado a comprar o grão no mercado de acordo com a cotação do dia e entrega-lo para a empresa compradora, além do pagamento de multa. “Não houve nenhuma sinalização do Mapa sobre conversar com as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts. Muitos produtores podem não ter produto para entregar, então essa é uma das nossas grandes preocupações nesse momento”, enfatizou o presidente Lucas Costa Beber.
Aprosoja afirma que medidas anunciadas pelo CMN são insuficientes para conter crise
Os produtores de soja de Mato Grosso continuam aguardando medidas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para evitar uma crise ainda maior no setor. Embora o Conselho Monetário Nacional (CMN) tenha autorizado as instituições a renegociar as parcelas de investimentos rurais que vencem em 2024, a medida é insuficiente para conter a crise. De acordo com a decisão do CMN, as instituições financeiras ficam, a seu critério, autorizadas a renegociar até 100% do valor principal das parcelas com vencimento entre 2 de janeiro e 30 de dezembro de 2024. As linhas de crédito precisam ter sido contratadas até 30 de dezembro do ano passado, e o tomador precisa estar em dia com as parcelas até esta data. As medidas anunciadas são insuficientes porque a produtividade esperada para a safra é insuficiente para cobrir os custos da lavoura e até mesmo para o produtor honrar o compromisso de entregar a soja já negociada. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção da safra é de 62 sacas, enquanto a produtividade é apenas 52,85 sacas. “Não houve nenhuma sinalização do Mapa sobre conversar com as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts. Muitos produtores podem não ter produto para entregar, então essa é uma das nossas grandes preocupações nesse momento”, enfatiza o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber. A ‘cláusula washouts’ se trata de obrigações entre as partes em caso de não cumprimento do contrato. Em um cenário onde o produtor não consiga entregar o produto, ele poderia ser obrigado a comprar o produto no mercado de acordo com a cotação do dia e entrega-lo para a empresa compradora, além do pagamento de multa. Além disso, a Aprosoja-MT também enviou ofícios ao Ministério com sugestões de medidas que ajudariam a amenizar a situação, porém, para estas medidas, não houveram respostas até o momento pelo órgão federal. Os ofícios foram encaminhados no dia 26 de janeiro deste ano e 28 de fevereiro. Nos documentos, a Aprosoja-MT solicitou a destinação de R$ 500 milhões para alongamento de dívidas, com taxa de 5,5% ao ano; uma linha de crédito de 1,95 bilhão de dólares, a uma taxa de 5,5% ao ano e outra linha de credito de R$ 1,05 bilhão para equalização de juros agrícolas e que o escore dos produtores não fosse prejudicado. “A nossa demanda é por novos recursos, com prazo que possa alongar os compromissos que não puderam ser honrados integral ou parcialmente este ano e sem comprometer as obrigações da safra seguinte, além de isso ocorrer com antecedência para não prejudicar o escore do produtor”, completa Lucas Costa Beber.
Câmaras Municipais em MT pedem medidas contra a Moratória da Soja
Em torno de 50 Câmaras Municipais em Mato Grosso aprovaram pedidos de medidas contra a Moratória da Soja. A decisão dos vereadores sobre o rigor do acordo comercial vem de encontro com atos já declarados pelo governo do estado e parlamentares das esferas estadual e federal. A moratória da soja foi criada em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). O acordo privado proíbe a compra de soja produzida em áreas do bioma da Amazônia que tenham sido desmatadas após julho de 2008. Tal iniciativa é polêmica e contestada pelo setor produtivo, em especial o mato-grossense, uma vez que o estado é responsável por cerca de 30% da produção nacional de grãos e possui um rebanho bovino com mais de 34 milhões de cabeças. Entre os municípios, cujas Casas Legislativas aprovaram medidas contrárias ao acordo estão, Sorriso, Diamantino, Nova Ubiratã, Querência, Sapezal, Campo Novo do Parecis. Juntos, inclusive, tais municípios produzem mais de um milhão de toneladas de soja por ano e testemunharam como a principal cultura agrícola do Brasil estimula a economia local e melhora a qualidade de vida da população. Ingressantes na produção de soja repudiam As restrições impostas no acordo da Moratória da Soja são consideradas prejudiciais até mesmo pelos municípios que estão ingressando na produção da oleaginosa, como é o caso de Aripuanã. O município está localizado na região norte do estado e produz cerca de quatro mil toneladas do grão. Porém, o acordo comercial impõe barreiras ao seu crescimento econômico e social, mesmo produzindo em apenas 20% da sua área, como permite a legislação ambiental. Efetivação de medidas anunciadas pelo estado Os vereadores pedem que o governo do estado efetive as medidas anunciadas pelo governador Mauro Mendes durante reunião com cerca de 100 prefeitos, em novembro de 2023, no Palácio Paiaguás, quando o chefe do Executivo estadual indicou reduzir ou acabar com os incentivos fiscais das empresas que fazem parte do acordo. Na ocasião, o governador Mauro Mendes declarou que “Vamos chamar ao diálogo, mas se isso não tiver acordo e não cessar a ilegalidade, vamos tomar medida no campo econômico. Se eles podem fazer isso, vamos mandar para a Assembleia Legislativa uma lei tirando o benefício fiscal dessas empresas em Mato Grosso”. O gestor estadual também pontuou na época que iria enviar um projeto de lei para o Parlamento estadual para que Organizações Não-Governamentais (ONGs) que fomentem a Moratória sejam impedidas de participar de conselhos deliberativos de Mato Grosso, como o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Também foi sugerido pelos prefeitos que participaram do encontro, que o Estado entre com medidas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e no Ministério Público, pois segundo os gestores municipais, o acordo fere a Lei da Concorrência, já que as empresas signatárias do acordo são responsáveis por comercializar cerca de 90% da soja em MT. Canal Rural MT
Recuperação de APPs em Mato Grosso auxiliam na proteção de nascentes
Ações voltadas para a sustentabilidade no campo crescem a cada dia. Na região de Rondonópolis, sudeste de Mato Grosso, mais de 130 mil mudas de árvores foram plantadas nos últimos 12 anos em propriedades rurais. O intuito: a recuperação da mata nativa voltada para a proteção de nascentes. Em algumas já é possível, inclusive, encontrar plantas de segunda geração. O plantio das mudas de árvores nativas ocorreu em 114 propriedades rurais de nove municípios da região de Rondonópolis, que receberam o projeto Recuperando Nascentes. Ação esta idealizada pela cooperativa de crédito Sicredi Integração MT/AP/PA. Localizada na divisa dos municípios de Rondonópolis e Itiquira, a Fazenda Gravataí é uma das propriedades participantes do projeto Recuperando Nascentes. Com foco no agro regenerativo, a fazenda conta com 10,3 mil hectares de área total, sendo 72% destinados para as atividades de lavoura, pecuária e floresta, em sistema de integração. Dentro do ano agrícola são feitas três safras. A primeira com soja, depois milho consorciado com capim e por fim o pastejo dos animais sobre essas mesmas áreas. E agora, conforme o diretor da Gravataí Agro, Odair Fernando Ferrari, a propriedade caminha para a colheita de uma quarta safra. “Como nós já estávamos fazendo o plantio das plantas nativas, visando o sombreamento para melhorar a qualidade de vida dos animais, no caso com o eucalipto e também em função desses consórcios todos que fazemos de plantas, descobrimos que somos geradores em potencial de créditos de carbono. Essa é a quarta safra que está se iniciando agora em 2024”. Árvores em segunda geração Em 2019 um grupo de voluntários plantou cerca de cinco hectares de mudas de árvores nativas na Fazenda Gravataí. O foco foi a recuperação de uma área de proteção permanente. O engenheiro agrônomo e gerente de produção do grupo, Bento Manoel Ferreira, conta ao MT Sustentável que após o plantio foi necessária muita atenção para que a nova floresta se desenvolvesse. “A grande dificuldade é você manter essa área em condições da planta se desenvolver, sem haver competição de plantas daninhas, competição de animais silvestres, de insetos, formigas e outras pragas que atacam essas plantas jovens, recém plantadas e muito indefesas”. Conforme Bento Manoel, por serem plantas nativas o processo de crescimento é lento, levando de três a quatro anos até que tenham uma proteção natural, que ganhem resistência e se protejam por si só, sem a necessidade de interferência humana. Hoje, cinco anos após o plantio das mudas, a área está completamente diferente. As mudas já se transformaram em árvores adultas e daqui para frente o processo de recuperação ocorre naturalmente. Tanto que já possível observar plantas de segunda geração, filhas de mudas plantadas lá atrás. Recuperando Nascentes O projeto Recuperando Nascentes, desenvolvido pelo Sicredi Integração MT/AP/PA, em 2024 completa 12 anos. O vice-presidente da cooperativa de crédito, Antônio Carlos Dourado, explica que quando da criação do projeto foi definido que metade do custo da execução seria da instituição e a outra metade seria o produtor rural. Ainda de acordo com ele, caso o produtor não consiga arcar com a sua parte, “o Sicredi financia de um jeito que ele possa pagar. É uma satisfação de perceber o tanto que estamos contribuindo em não só recuperar a nascente, mas de dizer para a sociedade que o Sicredi apoia, que o Sicredi está preocupado não só com a sua atividade financeira, mas com as questões sociais e ambientais”. Canal Rural MT
Etanol de milho deve impulsionar o consumo do cereal dentro de MT em 6,25%
Mato Grosso deverá consumir cerca de 15,59 milhões de toneladas de milho nesta safra 2023/24. O volume é 6,25%, aproximadamente, superior as perspectivas divulgadas em março. O aumento é creditado à produção de etanol de milho. Em março as projeções do relatório de Oferta & Demanda, divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontavam um consumo interno no estado de 14,67 milhões de toneladas. Conforme o levantamento divulgado nesta segunda-feira (2), ao se comparar com o ciclo 2022/23 se observa um crescimento de 6,34% no consumo de milho dentro de Mato Grosso. Na temporada passada a soma atingiu 14,66 milhões de toneladas. Menos envio de milho ao exterior Ao contrário do consumo dentro de Mato Grosso, as projeções voltadas para as exportações seguem em queda. As estimativas atuais são de que 24,39 milhões de toneladas de milho sejam enviadas para o mercado externo. O volume é inferior às 25,98 milhões de toneladas projetadas em março a serem embarcadas nesta safra 2023/24. Já em relação ao ciclo 2022/23 a retração é de 18,28%. No que tange o consumo interestadual de milho as previsões para a temporada 2023/24 foram mantidas em 4,54 milhões de toneladas na variação mensal, além de um decréscimo de 22,08% ante a safra passada. Canal Rural MT