Abrapa: exportação de algodão brasileiro deve superar recorde de 2020/21

A exportação de algodão brasileiro segue em ritmo forte e a perspectiva é que a temporada 2023/24 supere o recorde da 2020/21. A projeção é da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (26). Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa: Destaque da Semana – Esta semana a Better Cotton (BCI) divulgou resultados de sua auditoria mostrando ser totalmente infundadas as acusações contra feitas por uma ONG Britânica contra o algodão Brasileiro. O BCI destacou a idoneidade do processo de certificação realizado no Brasil em parceria com a Abrapa/ABR. Confira declaração da Abrapa: https://bit.ly/3xUEBlB Algodão em NY – O contrato Jul/24 fechou nesta quinta 24/04 cotado a 81,08 U$c/lp (+0,6% na semana). O contrato Dez/24 fechou 77,64 U$c/lp (+0,3% na semana) e o Dez/25 a 76,25 U$c/lp (-0,6% na semana). Basis Ásia – o Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 706 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 24/abr/24). Baixistas 1 – Os estoques certificados na bolsa ICE continuam subindo, atingindo 178 mil fardos, nível mais alto em quase 7 anos. Baixistas 2 – Altos níveis de estoque certificado são interpretados como um sinal de que as condições do mercado físico são mais fracas do que o indicado pelo mercado de futuros (bolsa). Altistas 1 – Com o recuo nos preços, as vendas semanais de exportação dos EUA melhoraram, atingindo 195 mil fardos esta semana. Altistas 2 – A China liderou as compras com 102 mil fardos (ou 52% de participação), seguida pelo Paquistão com 27,5 mil (14%) e Vietnã com 20 mil (10%). Altistas 3 – O Brasil continua exportando em ritmo forte, devendo superar o recorde de 2020/21 este ano (23/24). A China também lidera as compras do Brasil. Plantio 1 – Nos EUA, 11% da área já foi plantada. Somente Kansas e Oklahoma, dos 15 estados de maior produção, não iniciaram plantio ainda. Plantio 2 – O ritmo de plantio avança na importante região de Xinjiang, na China. A estimativa oficial é de 2,69 milhões hectares serão plantados (2,2% abaixo de 2023). Plantio 3 – O clima quente e seco tem favorecido a semeadura no Paquistão, que já plantou 19% da área prevista. União Europeia 1 – Esta semana, a Abrapa e a Anea foram a Bruxelas, onde ficam as principais instituições da União Europeia. União Europeia 2 – Entre os assuntos tratados, estão as implicações das novas legislações do Green Deal da UE para o setor do algodão. Defendemos que a fibra de algodão seja reconhecida como natural, biodegradável e sustentável nas leis que estão em construção por lá. União Europeia 3 – A agenda incluiu ainda reunião com o Embaixador do Brasil na UE, Pedro Miguel Costa e Silva, com adidos agrícolas brasileiros e de outros países produtores e visita ao escritório da Apex-Brasil. China 1 – O volume importado pela China em março foi o maior desde jan/2021 (cerca de 400 mil tons). Pelo 5º mês consecutivo, o Brasil foi o maior fornecedor, respondendo por 42% do total (166,89 mil tons). China 2 – No acumulado de ago/23 a mar/24, a importação chinesa somou mais de 2,3 milhões tons (enquanto em 2022/23 foi de menos de 1 milhão tons no mesmo período). No total, o Brasil contribuiu com mais de 40%. Paquistão – A exportação de produtos têxteis paquistaneses em março atingiu o menor valor desde abr/23: US$ 1,05 bilhão. Bangladesh – O governo bangladês estuda isentar a produção local de fibras recicladas da cobrança do imposto. Austrália – Na Austrália, após as chuvas de abril, a previsão climática indica que maio será seco o suficiente para acelerar a colheita. Nas regiões de cultivares precoces, o a colheita tem avançado bem. Cotton Brazil – A delegação do Cotton Brazil/ Abrapa/ Anea participou do Kingpins Show, em Amsterdã (Holanda). A presença no evento, 100% voltado à indústria de denim, teve apoio da Apex-Brasil. Cotton Brazil 2 – O ponto alto do estande brasileiro foram os pilares de sustentabilidade do setor e a demonstração ao público sobre como rastrear peças de algodão brasileiro via QR Code, do plantio até o consumidor final. Exportações – O Brasil exportou 189,4 mil tons de algodão até a terceira semana de abr/24. A média diária de embarque é 3,7 vezes maior em comparação com a abr/23. Canal Rural MT Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:

Técnicas de adubação podem impulsionar em cerca de 30% estoque de carbono em pastagens

O investimento em correção do solo e adubação é considerado uma das ferramentas mais eficientes para recuperar áreas de pastagem. Estudos mostram que tal ação pode, inclusive, elevar em cerca de 30% o sequestro e fixação de carbono no solo. Este é um dos resultados obtidos pelo programa Pasto Forte desenvolvido em três propriedades rurais em Mato Grosso, situadas dentro dos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônico. O estudo sobre degradação de pastagem, realizado ao longo de três anos, foi desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), com foco na fertilidade do solo e na sustentabilidade. De acordo com o zootecnista da entidade e responsável pela pesquisa, Thiago Trento, foi observado que em áreas nas quais nenhum tipo de investimento foi realizado, e sim apenas respeitado o manejo de pasto, ou seja, a altura do pastejo, se conseguiu um aumento de estoque de carbono de aproximadamente 11%. “E nas áreas onde nós investimentos em adubação esse aumento no estoque de carbono foi de 30%. Por que foi maior? Porque proporcionamos às plantas melhores condições para que elas produzissem mais, produzissem mais folha e realizasse uma fotossíntese maior e, consequentemente, estoque de carbono no solo”, conta o zootecnista no episódio desta semana do MT Sustentável. Aumento no desempenho animal Como metodologia de estudo o zootecnista da Fundação MT explica que, através de análise de solo, foram identificadas as áreas que necessitavam maior ou menor investimento em adubação. Por fim, o acompanhamento da produtividade nas áreas estudadas. Conforme Thiago Trento, nas fazendas estudadas houve aumento no desempenho animal, gerando uma maior rentabilidade, uma vez que ocorre um giro maior na propriedade. “Pensando em questões ambientais, há uma menor emissão de metano, porque esses animais vão sair da fazenda mais cedo e, consequentemente, observamos uma maior taxa de lotação, uma vez que produzimos mais forragem. Então, tivemos que alocar mais animais nessas áreas para consumir essa forragem produzida. E, quando nós fazemos a conta de ganho individual vezes ganho por área, tivemos uma maior produtividade de arrobas produzidas, que é o que paga a conta do pecuarista”. Além dos resultados de retorno econômico ao pecuarista, também foram observados ganhos para a sociedade, segundo o head de pesquisas e operações da Fundação MT, Bruno de Conti. “Então, para o produtor a primeira e resposta mais importante é esta: É possível ter retorno econômico. E, para a sociedade é que foi possível fazer isso de uma forma ambientalmente mais correta, tendo sequestro de carbono no solo e estoque desse carbono no solo, num período muito menor do que imaginávamos que fosse possível”. Saída da zona de conforto Uma das propriedades analisadas foi a Fazenda Monte Alegre, distante 26 quilômetros de Rondonópolis, na região sudeste de Mato Grosso. Na área de 1.040 hectares dedicada para a pecuária, são 1,8 mil cabeças de gado, das quais 80% da raça Nelore. Proprietário da fazenda, Ricardo Lima Carvalho conta que o projeto de pesquisa realizado na propriedade dele o obrigou a sair da zona de conforto e que ao analisar os resultados vê que valeu a pena. “Hoje, eu vejo que tudo foi uma coisa que me levou para frente. Aumentou o meu número de cabeças na fazenda, estou com a produção de arroba por hectare maior. Então, está me levando para um lado mais sustentável. Mais produção com menos terra. Isso tudo é favorável para que eu faça melhor”, conta o pecuarista ao MT Sustentável. Canal Rural MT

Parlamentares e entidades do agro estudam medidas contra a moratória da soja em MT

A moratória da soja foi o principal assunto da reunião mensal entre a Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT) e as entidades que representam o setor produtivo no estado. O encontro resultou em um conjunto de ações para ampliar o debate sobre o tema em busca de medidas contra a imposição da moratória. O pacto foi criado em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e restringe a compra da soja produzida em áreas do bioma Amazônia desmatadas após 2008, mesmo que a abertura tenha sido feita de maneira legal. Coordenador da FPA-MT, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União Brasil) comenta que inúmeros requerimentos sobre a moratória da soja de Prefeituras e Câmaras Municipais do estado estão sendo enviados para a Assembleia Legislativa. O parlamentar salienta ainda, que uma carta única, envolvendo todas as entidades, deverá ser encaminhada aos governos do estado e federal com o intuito de pontuar os prejuízos e solicitar auxílio quanto ao assunto. Segundo Dilmar Dal Bosco, um seminário também deverá ser realizado para debater o assunto. “Nós não podemos parar o direito das pessoas, para a nossa produtividade, parar essa economia que movimenta e ajuda muito o PIB brasileiro, que é a produção agropecuária, e, principalmente do nosso estado”. Medidas são estudadas Conforme a deputada Janaína Riva (MDB-MT), medidas estão sendo estudadas para evitar que ocorra prejuízos tanto para o setor produtivo quanto para o estado e municípios atingidos pela moratória da soja. Entre as ações, destaca a parlamentar, está o governo do estado abordar as empresas que são signatárias do pacto, a revisão das ONGs que participam dos conselhos do estado e que são favoráveis à moratória da soja, bem como uma revisão da política de incentivos fiscais. “E, por último seria o processo judicial. É um prejuízo grande para o estado. O Código Florestal não estabelece nenhuma das regras da moratória. Então, existe um pacto comercial que é superior à legislação federal, a legislação estadual e isso é muito preocupante”, pontua Janaína Riva. Legislação brasileira é a mais restritiva O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB-MT), lembra que a legislação ambiental brasileira é a mais restritiva do mundo. “E, mesmo assim querem fazer um desmatamento zero e não um desmatamento ilegal zero. Se não podemos fazer o que a lei permite, como que vamos nos posicionar perante o mundo e perante à nós mesmos? Nós temos que nos unir e mostrar isso ao mundo”. A deputada Janaína Riva destaca que moratória da soja é realizada, especialmente, para atender países como os da União Europeia, “onde se busca frear a produção brasileira, com interesse econômico de viabilizar a sua produção e inviabilizar a nossa”. A Europa, de acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, representa apenas 9% do mercado consumidor da oleaginosa produzida no Brasil. Assim como os parlamentares, o presidente da Aprosoja-MT também ressalta que a moratória da soja exige além do que consta nas legislações federal e estadual. “Ela viola a soberania nacional e também o desenvolvimento social dos nossos estados afetados e que o produtor exerça o seu direito à propriedade”. Na avaliação do deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD-MT), o Nininho, “poucos países do mundo tem preservado suas áreas como o Brasil. Se eles preservassem 20%, 30% do que o Brasil preserva, com certeza eles não estariam aqui fazendo essa pressão em cima do nosso país. Eles têm o direito de recuar [exportação]. O mundo é muito grande, tem muitos países que precisam de alimento”.

Produção de gergelim deve aumentar 105,8% em Mato Grosso e está acima da média nacional, aponta Conab

A produção de gergelim em Mato Grosso deve aumentar em 105,8% conforme o 7º Levantamento da Safra de Grão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atingindo 186,7 mil toneladas na safra 2023/2024, ante 90,7 mil toneladas no ano agrícola anterior. O resultado se deve ao crescimento da área plantada no Estado em 105,9%, passando de 185,5 mil hectares para 381,9 mil hectares. Os resultados de Mato Grosso estão acima da média nacional, que teve aumento de área de 61,4% e uma projeção do crescimento da produção em 62%. O Estado é líder nacional na produção deste pulse. O município de Canarana (653 km de Cuiabá) é o destaque na produção do grão. O gergelim é uma das cadeias produtivas incentivadas por meio do Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Desde março de 2021, os produtores rurais passaram a ter acesso aos incentivos fiscais, ao todo são 968 agricultores credenciados. O percentual do benefício é de 62,5% para as operações próprias de saída interestadual realizadas no Proder e, em contrapartida, há o recolhimento de 1% para o Fundo de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Fundes). De acordo com Vinicius Hideki, coordenador do Centro de Dados Econômicos de Mato Grosso (DataHub MT), da Sedec, o gergelim vem crescendo no Estado por ser uma alternativa de produção muito resistente ao calor e a baixa umidade, além de ser bastante lucrativa. Segundo Vinicius, cultivar gergelim é uma estratégia promissora para agricultores que buscam aproveitar terras subutilizadas durante períodos de escassez de água.  “A Embrapa e o Imafir ((Instituição dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso) desenvolvem pesquisas e estudos de qualidade, oferecendo suporte valioso aos produtores interessados nessa cultura. É importante destacar a relevância do estudo de inteligência territorial e hídrica para aprimorar a agricultura irrigada em nosso Estado, o que certamente beneficiará o cultivo do gergelim e outras culturas especiais”, diz.  Por meio da Sedec, o Estado investe cerca de R$ 7,5 milhões para que o Imafir, com apoio da Universidade Federal de Viçosa, Universidade de Nebraska (EUA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), aponte o potencial de expansão das áreas irrigadas em Mato Grosso. Diversificação da produção Durante a abertura do Superfoods Summit Brasil, realizada em Brasília (DF), no início deste mês, o governador Mauro Mendes assinou um convênio para promoção comercial internacional do setor, no evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (Ibrafe) e a ApexBrasil. “Temos feito importantes investimentos de tecnologias já existentes em irrigação e melhoramento genético para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Sem deixar de pensar em mais flexibilidade, decisões mais rápidas e objetivas para nos tornarmos importantes players mundiais”, explicou. Mauro destacou que o governo de Mato Grosso já iniciou parcerias para o desenvolvimento de pesquisas visando a implementação de tais tecnologias, demonstrando compromisso com o avanço e a sustentabilidade do agronegócio no Estado. Além de produtos como soja, milho e algodão, dos quais Mato Grosso tem protagonismo na produção no país, o Estado busca diversificar a cadeia produtiva e tem investido em estudos como o das tecnologias de irrigação para fazer frente à irregularidade das chuvas, que comprometem a produção de alimentos.

Área de milho deve cair cerca de 65% em alguns municípios no nordeste de MT

A área de milho segunda safra em alguns municípios da região nordeste de Mato Grosso deve ser 65% menor, em relação ao ciclo passado. A desmotivação na temporada 2023/24 é devido ao alto custo de produção e o baixo preço pago pela saca de 60 quilos. Em algumas propriedades, o cereal chega a dar lugar em 100% da área para o gergelim. O gergelim, por exemplo, nesta safra ocupa 100% da área agricultável do produtor Arlindo Cancian, em Canarana. Segundo ele, que sempre plantava “meio a meio”, o preço baixo do cereal foi o principal fator para tal decisão. “Essa área que iria ser plantada de milho está partindo para outras cultivares. E, como Canarana começou a mais tempo plantar gergelim, eu espero colher em torno de 500, 600 quilos por hectare”. No que tange ao preço, o produtor de Canarana comenta que o valor pago pelo gergelim “está melhor que o milho”. Ele salienta ainda que espera que a remuneração do milho venha a melhorar com a usina de etanol que está sendo construída. De acordo com o Sindicato Rural de Canarana, a estimativa é de que a área destinada ao milho no município seja reduzida para menos da metade dos 150 mil hectares cultivados no ano passado. O presidente do Sindicato Rural, Alex Wish, pontua ao Canal Rural Mato Grosso que o levantamento da área total deve ser finalizado em breve. “A gente não acredita que ultrapasse os 60 mil hectares esse ano no município. Não tem como plantarmos para tomar prejuízo. Infelizmente, os preços ofertados no mercado desestimularam o produtor a plantar”. Redução pode afetar outros estados Alex ressalta que a redução da produção de milho na região nordeste de Mato Grosso pode afetar, inclusive, estados vizinhos, como é o caso de Goiás. “Goiás depende muito do nosso milho. Eles têm muito confinamento no norte do estado e é o milho mais próximo deles. Esse ano ainda não, mas a partir do ano que vem, se o milho não reagir vai complicar, porque, além do consumo ali, vamos ter as usinas de etanol. Então, esperamos que o pessoal valorize mais o grão para que viabilize o produtor plantar”. Cautela prevalece no campo Em Água Boao cenário é semelhante, conforme o presidente do Sindicato Rural, Geraldo Delai. Por lá, a cautela continua a prevalecer nas tomadas de decisões.  “65% a menos. Esse ano está quase 30 mil hectares. Além de ter plantado menos, o nosso reflexo vai ser, principalmente, na oportunidade de negócio de milho. O custo de produção vai ficar em torno de 80, 85 sacas por hectare, se continuar nesses preços”. Geraldo comenta que a situação é mais preocupante quando se olha para o arrendatário, pois “como ele tem um custo alto na soja, o milho seria a renda”. “Então, como esse ano ele não colheu a soja, foi mal na soja e nem plantou o milho, por exemplo, ele teria dois prejuízos. Ele não teria condições de sobreviver somente com o plantio da soja e milho”. As incertezas desta temporada levaram a Agropecuária Jerusalém, em Água Boa, a cultivar apenas 694 hectares de milho. As sementes utilizadas foram a sobra do estoque da última safra. O gerente técnico da propriedade, Felipe Zmijewski, explica que no ano passado houve uma mudança de estratégia na propriedade, na qual se ampliou a área de integração da pecuária na lavoura, diminuindo assim a área voltada para grãos. “Acabamos guardando sementes [de milho] para plantar esse ano. Por mais que tenhamos a expectativa que vai faltar produto e aumentar o preço, a incerteza é grande. Então, só fizemos a área que estava planejada. A ideia é que a gente faça o grão para o nosso confinamento e que tenha sobra. Mas, o milho safrinha em função de valor não paga a conta. O produtor tem que ter rentabilidade. Milho de R$ 30 não paga a conta”, diz ele. Fonte: Canal Rural Mato Grosso

Bicudo-do-algodoeiro preocupa cotonicultores de Mato Grosso

A forte incidência do bicudo-do-algodoeiro em Mato Grosso, assim como na Bahia, maiores estados produtores de algodão do país, vem preocupando produtores e especialistas. O inseto é uma das principais pragas da cultura e chega a acometer até 90% das lavouras. Em Mato Grosso foram semeados 1,405 milhão de hectares com algodão na safra 2023/24, um crescimento de 16,84% em comparação ao ciclo passado. O aumento da área está ligado a um conjunto de fatores, principalmente, pela menor rentabilidade da cultura do milho, segundo informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar das projeções otimistas, a atual temporada do algodão é considerada uma das mais desafiadoras devido às condições climáticas, com pouca chuva durante o plantio no estado e excesso, em alguns municípios, desde fevereiro, além da presença do bicudo-do-algodoeiro. A proliferação do bicudo-do-algodoeiro nesta safra, explica o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Roberto Rodrigues, foi ocasionada devido às populações tardias da safra anterior que se associaram a novas colônias, bem como condições climáticas adversas, que dificultaram o controle dessa praga. “Outros fatores agravantes estão atrelados ao aumento na área de cultivo de algodão no Brasil nesta safra e a sua alta capacidade de reprodução. Como resultado, todas as lavouras estão sendo impactadas pela evolução crescente do Bicudo-do-algodoeiro – inseto que ataca todo o ciclo reprodutivo da cultura, podendo comprometer a produção da lavoura quase que por completo se não tiver um manejo correto e eficiente”, ressalta Rodrigues. Cuidados são necessários O algodão é uma das principais commodities produzidas no Brasil, principalmente no Centro-Oeste, liderado por Mato Grosso (67% da produção) e oeste da Bahia (22% da produção), porém está presente em mais 16 estados brasileiros. No entanto, o manejo de pragas ainda é uma das principais preocupações do cotonicultor brasileiro e importante entrave na escalada rumo a uma maior produtividade. Para se ter uma ideia, para combater alvos como o bicudo-do-algodoeiro e o complexo de lagartas, pulgões e ácaros, os produtores fazem uma média de 26 aplicações de inseticidas durante o ciclo da cultura. Em seguida, vem o investimento em fungicidas, adotado por 100% dos agricultores, com uma média de oito aplicações por ciclo. Rodrigues lembra ainda que “as perdas causadas pelo ataque de pragas e doenças afetam não apenas os cotonicultores, mas também as pessoas que usam produtos à base de algodão. A falta de matéria-prima pode elevar o preço de uma infinidade de produtos, principalmente as roupas”. Para contribuir com o cotonicultor no controle dessa praga, a IHARA conta em seu portfólio com diversas tecnologias. Entre elas, o Chaser EW – solução inédita com ação inseticida e fungicida em um único produto – que emerge como uma estratégia para otimizar o manejo de pragas e doenças na lavoura ao possuir amplo espectro no controle de diversos alvos como bicudo-do-algodoeiro, ácaro rajado, ramulária e pulgão. Outro ponto forte dessa tecnologia é a ação anti-feeding, que paralisa a alimentação das pragas de forma imediata. O risco de resistência também é reduzido. “O Chaser EW possibilita que o cotonicultor simplifique o manejo, utilizando um único produto que une ação inseticida e fungicida para combater múltiplos alvos com muito menos aplicações, contribuindo assim para o aumento da produção e melhorando a qualidade da fibra do algodão”, explica o gerente de Marketing Regional da IHARA. Em ensaios realizados pelo Instituto Mato Grosso do Algodão (ImaMT), em lavouras da região, o Chaser EW apresentou alta eficácia no controle do bicudo-do-algodoeiro e no combate a ramulária. Outros ensaios foram conduzidos pela equipe de pesquisadores da IHARA em lavouras de Mato Grosso, Bahia e São Paulo, onde foram constatados resultados significativos no controle de outros alvos: ácaro rajado (81% de eficácia) e pulgão (93%), por exemplo. Na região de Rio Verde (GO), a tecnologia apresentou 70% na performance de combate ao ácaro rajado.

‘Não há competitividade entre etanol de cana e milho’, pontua presidente da Unem

O Brasil deverá produzir na atual safra cerca de 32 bilhões de litros de etanol. Destes, 22% oriundos do milho. De acordo com o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco, ao contrário do que se pensa, não há competitividade entre as duas biomassas, e sim complementariedade entre elas. Atualmente, tramita em Brasília (DF) um projeto que amplia o percentual da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, com possibilidade, mediante estudos, de chegar a 35%. O presidente da Unem pontua, que somente a ampliação para 30% representaria uma incorporação de 1,5 bilhão de litros de etanol anidro a ser adicionado na gasolina. “É representativo. Mas, é o crescimento do etanol de milho de uma forma. A mensagem que o Brasil traz ao investidor e ao mundo é muito importante. Nenhum país do mundo tem uma mistura maior que 20%. O Brasil está indo para 30%”, frisa Nolasco. A representatividade do etanol de milho na produção total do biocombustível é significativa e com tendência de ampliar. O presidente da Unem salienta que as duas biomassas (cana e milho) se completam na produção do biocombustível. “A cana tem a particularidade de ter safra e entressafra. E etanol de milho não. Você pode estocar o milho e produzir ininterruptamente o ano todo. O que é um fator bom para o abastecimento e diminuição das oscilações de preço do etanol ao longo do ano para o consumidor”. Outro ponto destacado por Nolasco, é quanto ao mercado internacional do açúcar, que vem levando a uma maior produção no país diante da rentabilidade. “O milho vem para completar essa lacuna desse etanol que migrou para o açúcar, mantendo o abastecimento. Então, é uma relação bastante complementar e a gente vê o cenário, nos próximos anos, de que crescimento da produção de etanol se dará pelo milho e o mercado da cana será cada vez mais açucareiro, em função dos resultados econômicos para as usinas”.

Produtores de MT realizam comitiva para conhecer inovações sobre irrigação nos EUA

Uma comitiva, liderada pela Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), desembarca nos Estados Unidos, neste sábado (20), para participar de uma imersão de conhecimento das inovações e técnicas em irrigação utilizadas no estado americano de Nebraska, que tem a maior área irrigada daquele país. Segundo a Aprofir, somente Mato Grosso conta com um potencial estimado de 4 milhões de hectares propícios para implantação da irrigação. Este é o terceiro ano que a entidade realiza a “Missão Nebraska” e, neste ano, representantes de entidades como a Agência Nacional de Águas (ANA), Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Conselho Brasileiro de Feijão e Pulses (CBFP), Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) também participam da ação. “Mato Grosso é um estado que ainda tem um potencial não explorado na agricultura, o que pode ser atingido através da irrigação. As experiências em Nebraska irão contribuir e muito para que possamos aperfeiçoar as técnicas utilizadas aqui, aumentando a produtividade e a qualidade da nossa produção”, avalia o presidente da Aprofir-MT, Hugo Garcia. O estado de Nebraska realiza há mais de 50 anos irrigação em áreas de produção, além de possuir um sistema de autorização de uso da água por meio de uma parceria público-privada, em que instituições particulares são supervisionadas pelo governo para conceder as outorgas de forma mais rápida e ágil. Com extensão territorial de 20 milhões de hectares, Nebraska tem 3,5 milhões de hectares de áreas irrigadas, o que representa 16% desse tipo de utilização da água na agricultura do país. São mais de 100 mil poços perfurados apenas no principal sistema aquífero, o Ogallala, para abastecer a agricultura. “Existe um equívoco ao se pensar que a irrigação consome muita água. Nós utilizamos a água e ela volta para o solo, auxiliando na produção das mais diversas culturas. A Missão Nebraska vem para contribuir com esse processo de desmistificação e para que mais produtores possam aderir a essas técnicas que são o futuro da agricultura mundial”, enfatiza Hugo Garcia.

Norte Show começa nesta terça-feira trazendo inovação e oportunidades

Umas  das maiores feiras do agronegócio, a Norte Show 2024 começa nesta terça-feira (16), no Parque de Exposições de Sinop (a 479 km de Cuiabá). O evento segue até sexta-feira (19), com programação intensa. Neste ano, a feira promete superar todas as expectativas anteriores, com a inclusão de mais uma rua, totalizando mais de 300 stands de expositores. O evento traz demonstrações de produtos da última geração novidades em maquinárias, implementos agrícolas, veículos e muito mais. O evento também contará com a presença do governador Mauro Mendes (União), juntamente com outras autoridades políticas, que estarão presentes na abertura oficial (16). Na quarta-feira (17), a Norte Show receberá a visita do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que fará uma participação especial no evento.  Além disso, outra característica marcante desta edição é o conjunto de 19 palestras gratuitas que serão realizadas no Auditório Agroinsumos e no Tatersal da Acrinorte, oferecendo insights valiosos e informações atualizadas sobre diversos aspectos do agronegócio. Essas palestras são uma oportunidade única para os participantes se manterem atualizados com as últimas tendências e melhores práticas do setor. Como novidade, este ano, a feira terá a Norte Show Kids, voltada especialmente para o público infantil, oferecendo atividades interativas e educativas para os jovens interessados no mundo do agronegócio. Ainda nas novidades de 2024, a feira traz, a Campus Norte Show, que é dedicada aos universitários, proporcionando uma plataforma para troca de conhecimento e networking entre os futuros profissionais do agronegócio. Outro momento muito aguardado é o “100% Carne”, na quinta-feira (18), uma festa open de carnes, com mais de 20 estações de cortes nobres. A animação ficará por conta do show nacional com Jads e Jadson, além de outros convidados locais.

Incertezas e preços baixos ditam ritmo das vendas do milho 23/24 em MT

O tamanho da segunda safra de milho 2023/24 em Mato Grosso ainda é uma incógnita. Com 100% das lavouras cultivadas e em pleno desenvolvimento, o que se sabe é que o estado, maior produtor do grão no país, vai colher bem menos em relação ao ciclo passado. Fato que, somado aos preços pouco atrativos, tem levado os produtores a terem cautela na hora da comercialização. A safra 2023/24 de milho deve registrar uma área inferior a 6,95 milhões de hectares. As perspectivas, conforme a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), é que a produção registre uma baixa de 20%, em comparação a temporada passada. Além da redução de área, a produção deve ser impactada pela queda na produtividade, uma vez que o investimento tanto no uso de nitrogenados quanto na tecnologia de sementes foi menor. Tivemos algumas áreas em Mato Grosso com falta chuva. Agora elas têm voltado, porém tarde para muitas regiões em que faltou chuva no momento do desenvolvimento do milho no estado vegetativo”, comenta o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber. Conforme Lucas, apesar de algumas localidades estarem registrando um volume de chuvas acima do “normal” para o período, teme-se o corte das mesmas, principalmente para as áreas plantadas na reta final da janela ou fora dela. Preço do milho ainda em baixa Além da incerteza quanto ao futuro da safra, o baixo valor do grão também preocupa. O preço médio do milho paridade no estado, nos contratos com vencimento em julho, fechou a semana em R$ 28,19 a saca. Pouco menos da metade do praticado há um ano de R$ 57,43. O reflexo é o pé no freio do produtor rural, que aparece em números. Até o final de março, os agricultores de Mato Grosso haviam vendido menos de 27% da produção de milho estimada para esta segunda safra, que gira em torno de 43 milhões de toneladas. O volume, se concretizado, será cerca de nove milhões de toneladas a menos que o colhido na última temporada, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ao se comparar com os dados da safra passada, nesta época, apontam os dados do Instituto, a comercialização também estava mais lenta que o costume, ultrapassando os 33%. Já a média histórica para o período no estado é de 59% da produção negociada antecipadamente no período.