Bactérias melhoradas geneticamente podem trazer benefícios ao milho brasileiro
Uma tecnologia a base de organismos vivos biológicos, através de melhoramento genético, estão em testes em campos experimentais de milho segunda safra no Brasil. O estudo é desenvolvido por pesquisadores americanos e tem o intuito de substituir o nitrogênio sintético pelo biológico, por meio do tratamento de sementes. A expectativa é que o produto traga benefícios em produtividade e menor custo. Há mais de quatro décadas o Grupo Capitânio realiza investimento em novas tecnologias. Nesta temporada 2023/24 não foi diferente com as culturas de soja e milho segunda safra, que ocupam cerca de 15,5 mil hectares no médio-norte de Mato Grosso, conforme o agricultor Patrick Willian Crestani. O grupo, pontua o agricultor, está sempre em busca de inovação e focado em obter os máximos rendimentos. Nas últimas três safrinhas, conta ele, foram realizados mais investimentos em adubação e na escolha dos híbridos. “Procuramos posicionar o híbrido por talhão. Especificamente, não tem mais aquele negócio generalizado. Hoje, temos praticamente 85% da nossa área plantada dentro de janeiro e sempre buscando o máximo rendimento”. O produtor comenta ainda que em relação a comercialização, por enquanto, a cautela prevalece na hora de analisar as propostas que chegam de fora da porteira. Tal medida visa evitar uma rentabilidade abaixo do esperado. “Você tem que estar com o fluxo de caixa organizado para não ter nenhum tipo de problema com as contas. Então, vamos ter que avaliar o mercado nesses próximos meses, mas eu não acredito pela perspectiva, pela expectativa de produtividade, que o preço venha a ter uma melhora significativa. Como não há uma remuneração tão boa nessa última safrinha, o nosso objetivo é produzir cada vez mais para tentar minimizar a questão dos custos”, frisa Patrick Crestani ao Canal Rural Mato Grosso. Mais tecnologia e menos custos Segundo Patrick Crestani, hoje o grupo possui um custo de 100 sacas por hectare. Frente ao preço pago hoje no mercado pela saca de 60 quilos, a expectativa é que o custo da próxima safrinha seja ainda maior. “O nosso objetivo não é reduzir o investimento. É claro que algumas coisas a gente acaba revendo, porque não podemos estar fazendo loucura. Temos que ter o pé no chão”. Uma das apostas do agricultor para tentar minimizar o custo dos insumos, sem comprometer o potencial produtivo da próxima temporada, é um produto biológico aplicado no tratamento de sementes. A novidade está sendo testada em uma área experimental de 20 hectares de milho segunda safra na propriedade. No teste, explica Patrick Crestani, foram aplicados 20 quilos de ureia a menos, que no caso equivalem a 23 pontos de nitrogênio, que é o objetivo do trabalho. “Se levarmos em consideração o custo operacional do avião, em que foi feita a ureia no pré-pendão, mais o custo da ureia em si, mais o custo da mão de obra, nós economizamos em torno de cinco sacas por hectare. Então, a cada cinco sacas que conseguimos economizar com maior potencial produtivo, sem reduzir a qualidade do nosso investimento, faz uma grande diferença com certeza”. O agricultor relata ainda que não foram observadas diferenças “no visual no tratamento e onde não tem tratamento. Só que sabemos que a questão do nitrogênio vai interferir muito no peso do grão, no PMG, no peso de mil grãos. E a nossa expectativa é ver a diferença na colheita”. O conceito do produto, explica Márcio Farah, diretor geral da Pivot Bio, é considerado muito simples. “[Uma] bactéria de solo que é geneticamente editada, portanto não é transgênica, que atua na absorção do nitrogênio do ar, transformando esse nitrogênio em amônia para disponibilizar na raiz da planta. Esse produto é aplicado na forma de tratamento de sementes. Ele não inibe a absorção do nitrogênio que está no solo, através dos adubos sintéticos, e também não é um estimulante de absorção de nitrogênio na planta. A bactéria sim. Ela é uma fábrica de fazer amônia, retirando nitrogênio do ar”. O produto, completa Márcio Farrah, possui a capacidade de “complementar a absorção da planta e a demanda da mesma na medida em que o ciclo do milho demanda mais nitrogênio. Com isso, estimamos que seja possível substituir em torno de 30% de toda ureia sintética aplicada no cultivo do milho hoje com essa geração de bactérias”. EUA registra resultados animadores A tecnologia foi desenvolvida por dois pesquisadores nos Estados Unidos. Nas áreas monitoradas na safra 2024 foram verificados incremento médio de seis bushel por acre, pouco menos de seis sacas de milho por hectare. “O ponto principal é que o nitrogênio é altamente responsivo às condições ambientais. Então se você tem mais água, menos água, mais sol, menos sol, mais luz, menos luz, tudo isso afeta a absorção de nitrogênio e a performance dele na planta. E, na medida em que você pode substituir um produto de origem sintética por uma bactéria, um produto vivo, um produto biológico você tem um efeito de sustentabilidade muito maior dentro da propriedade, muito conectado com o conceito de agricultura regenerativa, que está sendo explorado por muitos agricultores que é uma tendência que a gente vê aí no mercado para os próximos anos”, diz Márcio Farah. Estudo no Brasil No Brasil o produto é testado em áreas entre 20 e 25 hectares de milho segunda safra, todas homologadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os testes são realizados em 30 propriedades no país, sendo em Mato Grosso 20 propriedades e as demais entre os estados da Bahia, Paraná, Minas Gerais e Goiás. A escolha de tais estados tem como intuito “justamente para testar e verificar diferentes condições de solo, clima e de híbrido”, destaca Márcio Farah. “Toda semana é feita uma medição dos campos através da altura de plantas, teor de clorofila na folha e desenvolvimento geral de toda a área que está sendo testada. O primeiro produto a ter a sua aprovação comercial, estimada no segundo semestre de 2024, é o produto para milho. Logo após o cereal, nós teremos uma extensão desse rótulo, desse mesmo produto, para algodão, e logo após um segundo produto que
Cotações do algodão sobem diante perspectiva de menor área nos EUA
As cotações do algodão tiveram reação positiva nesta semana. O resultado foi puxado pela perspectiva de redução de área plantada nos Estados Unidos. Outro fator contribuinte, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi o aumento da demanda. As informações são do Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa, divulgado nesta sexta-feira (10). Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa: Algodão em NY – O contrato Jul/24 fechou nesta quinta 09/05 cotado a 78,60 U$c/lp (+4,0% na semana). O contrato Dez/24 fechou a 76,46 U$c/lp (+3,2% na semana) e o Dez/25 a 75,04 U$c/lp (+1,4% na semana). Basis Ásia – Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 830 pts para embarque Out/Nov-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 09/mai/24). Altistas 1 – Há uma expectativa de algumas consultorias que no relatório WASDE do USDA de hoje a área plantada nos EUA 2024/25 seja reduzida. Altistas 2 – Nesta semana, o salto nas vendas semanais reportadas pelo USDA mostrou que o mercado respondeu com aumento de demanda aos preços abaixo de 80 cents. Baixistas 1 – As cotações de algodão na China caíram 3,2% nesta semana. Baixistas 2 – Mais chuvas caíram em todo o Texas e a previsão dos próximos sete dias indica mais chuva. Plantio 1 – Até 6 de maio, o plantio de algodão nos EUA alcançou 24% da área – superando em 9p.p. a marca da semana anterior. Em 11 dos 15 principais estados, o ritmo estava similar ou adiantado ao ano anterior. Plantio 2 – No Paquistão, a semeadura avançou nos últimos dias com o clima quente e seco. De forma geral, a safra se desenvolve bem no país, que inicia o beneficiamento no final de maio. Plantio 3 – Na região de Xinjiang, principal polo produtor da China, o plantio está praticamente finalizado. Predominam temperaturas altas, o que favorece o desenvolvimento das plantas. Oferta e Demanda – O ICAC divulgou sua 1ª estimativa incluindo 2024/25. A previsão é de produção global de 25,22 milhões tons e consumo de 25,37 milhões. A relação estoque/uso ficou em 74%, contra 76% no ciclo anterior. China 1 – No início de maio, a importação de algodão pelo Porto de Qingdao superou em 35 mil tons a marca registrada no início de abril, totalizando 595 mil tons. Destaque para o algodão brasileiro: 43,5% do total. China 2 – Estudo identificou vestígios de algodão de Xinjiang em mercadorias vendidas nos EUA em 2023. Desde 2021, os EUA instituíram lei proibindo produtos da região chinesa, denunciada por trabalho forçado de muçulmanos uigures. Bangladesh – A exportação de roupas prontas de malha e tecido bangladeses movimentou US$ 3,29 bilhões em abril – 24% a menos que em mar/24. No ano fiscal, o acumulado é de US$ 40,5 bilhões. Austrália 1 – Nas últimas semanas, a colheita do algodão foi suspensa na Austrália devido à chuva. Com previsão de mais precipitação nos próximos dias, há risco de inundação – colocando os produtores em alerta. Austrália 2 – Em março, foram exportadas 38.713 toneladas de algodão pela Austrália – menor volume mensal em quase dois anos. No acumulado de ago/23 a mar/24, foram cerca de 876 mil tons (-7,5% a menos que em 2022/23). Vietnã – A queda dos contratos futuros movimentou o mercado vietnamita na última semana. Entre os produtos priorizados pelas fiações, destaque para o algodão brasileiro. Missão Egito-Turquia 1 – O Cotton Brazil realiza mais uma missão internacional neste ano. De 12 a 19 de maio, os destinos são Egito e Turquia. Missão Egito-Turquia 2 – Uma delegação com 12 representantes da Abrapa, Anea e Apex-Brasil participam do intercâmbio. Duas edições do seminário ‘Cotton Brazil Outlook’ serão realizadas em Cairo (Egito) e Antalya (Turquia). Missão Egito-Turquia 3 – O Egito, que liberou importações de algodão Brasileiro em jan/23, e a Turquia, 4o maior importador de algodão do Brasil, estão entre os 10 países prioritários do Cotton Brazil para desenvolvimento de mercados. Brasil – Exportações 1 – O Brasil exportou 241,5 mil tons de algodão em abr/24. É o segundo mês consecutivo de recorde de volume exportado (março e abril). Brasil – Exportações 2 – No acumulado de agosto/23 a abril/24, as exportações somaram 2,12 milhões tons, alta de 69% com relação ao mesmo período do ciclo passado. Brasil – Colheita 2023/24 – Paraná e São Paulo iniciaram a colheita. Até ontem (09/05), 50% foram colhidos no estado do PR e 34,5% em SP. Total Brasil: 0,24%.
TJMT suspende julgamento de Adin da lei do Pantanal
O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade que dispõe sobre a Lei do Pantanal, que deveria ser realizado nesta quinta-feira (9), foi suspenso pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A retirada de pauta ocorreu em atendimento à uma ação proferida pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) no último sábado (4). O processo da Lei Estadual nº 11861/2022, popularmente conhecida como Lei do Pantanal, teve seu curso suspenso pela desembargadora Clarice Claudino da Silva. Em sua decisão, a presidente do Tribunal de Justiça determinou não apenas a retirada de pauta, mas também a suspensão do andamento do processo, enviando-o para o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cejusc), com o intuito de buscar um consenso entre as partes envolvidas. Consta na decisão da magistrada que “ao editar o Decreto Estadual n. 774/2023, o Estado de Mato Grosso reforçou seu compromisso com a preservação do meio ambiente, pois estabeleceu normas e diretrizes para garantir a sustentabilidade e preservação ambiental da região, com a participação ativa de diversos setores da sociedade”. Famato e Imea habilitados como Amicus Curiae Essa não é a primeira vez que a Famato se envolve ativamente neste processo. Em janeiro deste ano, tanto a Famato quanto o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) foram habilitados como Amicus Curiae pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Essa medida visa proporcionar à justiça uma melhor compreensão das implicações e alterações propostas pela Lei do Pantanal. A Famato, enquanto representante dos interesses dos agricultores e pecuaristas do estado, tem buscado garantir que as políticas relacionadas ao uso da terra e recursos naturais no Pantanal considerem devidamente os interesses e necessidades da comunidade rural, ao mesmo tempo em que asseguram a conservação desse importante bioma.
Questões climáticas trazem um desafio à mais para o produtor, afirmam especialistas
Ao passo que a evolução da produção agrícola brasileira ocorre, diversos são os desafios que surgem com ela. Entre os principais, elencados nas últimas safras pelo setor produtivo, estão o acesso ao crédito e as questões climáticas. De acordo com o agrônomo Xico Graziano, atualmente existem seis grandes desafios frente ao agronegócio. Crise conjuntural; Estrutura – modo de produção; Fator Tecnologia; Cenário Político; Imagem do agro na sociedade; e, Futuro – o que vem pela frente. Palestrante do 2º Congresso Abramilho, realizado nesta quarta-feira (8) em Brasília (DF), Xico Graziano destacou que “neste momento estamos numa situação pouco vista na agricultura com o clima e na pecuária com preços”. Tal circunstância, salientou, irá, inclusive, afetar os resultados do PIB brasileiro, uma vez que o clima segue impactando na produção agrícola, os preços pagos continuam baixos, os custos elevados e as margens apertadas. O especialista frisou ainda que “a crise conjuntural deve ser vista como algo momentâneo do agro e não como algo que vai destruir”, e que ela “está trazendo um desafio que é o da gestão dos custos e decisões dos investimentos do produtor”. Segundo o vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Senado, o senador Zequinha Marinho (Podemos/PA), o problema climático é uma questão séria na atualidade. “Quem pensava que 2024 era um ano desafiador, ele acaba de ganhar mais um complicador. Diversas coisas precisam ser revistas. Questões como juros altos e preços baixos das commodities, alto custo dos insumos, questões de logísticas”. Coordenador do Ramo Agro do Sistema OCB, João Pietro, ressaltou que o momento hoje no que tange ao clima é de “salvar vidas”, diante da situação vivida pelo Rio Grande do Sul nos últimos dias, em decorrência das fortes chuvas que afeta 417 (83,9%) dos 497 municípios gaúchos e já deixou mais de 1,4 milhão de gaúchos desabrigados e cerca de 100 mil casas destruídas. “E o agro está fortemente impactado. As questões climáticas trazem um desafio à mais para o setor produtivo. Precisamos de uma política agrícola bem estruturada não só em linhas de financiamento, mas também nas questões de risco e seguro rural”. Plano Safra raspa do tacho do orçamento Em sua segunda edição, o Congresso Abramilho trouxe para o debate diversos temas relacionados à produção de milho, como o futuro da cultura e da produção agrícola nos próximos três anos, acesso ao crédito, oportunidades para o cereal no mercado internacional, tecnologia e segurança alimentar. O evento é uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), e, conforme o presidente, Paulo Bertolini, a questão do acesso ao crédito é um ponto em franca discussão, em especial quando se diz respeito à armazenagem. Paulo Bertolini lembrou que hoje o Brasil possui um déficit de armazenagem de 120 milhões de toneladas e que a cultura do milho é a que mais sofre. “Enquanto os Estados Unidos armazenam em torno de 66% da sua produção de grãos em estruturas instaladas nas propriedades rurais, no Brasil são apenas 16%”. Na avaliação do presidente da Abramilho “nós precisamos ser mais agressivos no Plano Safra. Ele não pode ser uma raspa do tacho de rubricas do orçamento. Ele precisa ser modernizado”. Presente no Congresso Abramilho, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, afirmou que o governo federal tem buscado auxiliar os produtores brasileiros com linhas de financiamento e postergação do prazo de pagamento para evitar a inadimplência do setor. “Mas, é importante que o Congresso se movimente. O Mapa está articulando para que o setor sente à mesa com o governo federal, com a equipe econômica. Se quisermos mais seguro, previsibilidade, precisamos de orçamento. R$ 5 bilhões é muito pouco”, disse Neri Geller ao destacar que o orçamento está achatado, enquanto a produção cresce. Milho e futuro Diretor-executivo da Abramilho, Glauber Silveira, lembrou que o cereal é a cultura mais plantada e consumida no mundo. “Queremos com esse Congresso trazer soluções e ações. O milho é o único grão plantado em todos os municípios do Brasil. Ele está presente em tudo e o Brasil tem uma oportunidade enorme e muitos países precisam de alimento”. Senador pelo Rio Grande do Sul, Irineu Orth (PP/RS) ressaltou que o milho é de suma importância para alimentação humana e animal. Conforme ele, os avanços tecnológicos contribuíram muito para o crescimento da produção e que Mato Grosso é um dos exemplos de salto na produção, saindo de aproximadamente 7 milhões de toneladas em 2011 para mais de 50 milhões em 2023. “Tendo mais clientes, tendo mais consumidores, o mercado [preços] se mantém em alta. As usinas de etanol contribuíram muito e o mercado internacional, que antes o Brasil não tinha por produzir pouco”. O senador Zequinha Marinho reforçou a importância do cereal, principalmente no que tange ao combustível do futuro, que deverá ter um percentual maior de etanol anidro na mistura da gasolina, o que auxiliará no crescimento do consumo do biocombustível e de seus coprodutos. Canal Rural MT
Desvalorização do milho aumenta poder de compra de pecuaristas em MT
A desvalorização do milho em Mato Grosso com relação aos preços do boi gordo aumentou o poder de compra do pecuarista e trouxe a relação de troca entre a arroba e o insumo ao patamar mais elevado desde 2019. Dessa forma, o indicador ficou em 5,47 sacas por arroba em abril deste ano, valor 17,11% superior com relação à média dos últimos cinco anos para o período. Esse aumento na relação de troca é considerado importante, principalmente, para os pecuaristas que realizam engorda intensiva tendo em vista que o cereal é um dos principais componentes energéticos usados na dieta do animal. O boi gordo ficou cotado a R$ 210,66 a arroba neste período enquanto o preço médio do milho disponível para compra ficou precificado a R$ 38,52 o valor da saca, de acordo com o relatório semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Rumo Logística inaugura sede em Primavera do Leste
A expansão das obras da Ferrovia Estadual Senador Vicente Vuolo já movimenta a economia dos municípios pelos quais os trilhos irão passar. Em Primavera do Leste, cerca de 250 pessoas já atuam nas obras e a previsão é que o número de contratados chegue a cinco mil no trecho entre Rondonópolis e o município. As obras contam com mais de 700 quilômetros, partindo de Rondonópolis até Lucas do Rio Verde e passando por Cuiabá. Na última sexta-feira (3) a Rumo Logística inaugurou oficialmente em Primavera do Leste um escritório administrativo. A companhia está instalada há cerca de dois meses na cidade para o andamento das obras da Ferrovia Estadual Senador Vicente Vuolo, conhecida também como a primeira Ferrovia Estadual do Brasil. Conforme o gerente executivo de implantação, Henrique Domingues, serão 89 mil toneladas de trilhos, volume equivalente para construir nove Torres Eiffel. A movimentação de terraplanagem será de 183 milhões de metros cúbicos. Além disso, serão utilizados mais de um milhão de metros cúbicos de concreto, exemplificando, seria possível construir 13 pontes estaiadas Octávio de Oliveira (um dos cartões postais da cidade de São Paulo). Nesta primeira fase estão previstos mais de 200 quilômetros de obras, chegando até a região da BR-070. A construção da infraestrutura ferroviária desse trecho representará um investimento entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões. Os trilhos passam por Primavera do Leste e a região também ganhará um terminal de embarque. Movimentação econômica De acordo com a Ruma Logística, com a ampliação das obras em Primavera do Leste a previsão é que o número de moradias hoje alugadas, entre casas e hotéis, salte de 42 unidades para 77. A Companhia relata que atualmente 12 empresas prestadoras de serviços estão contratadas e no pico de obras pode mais que dobrar. Além disso, a empresa conta ainda com três escritórios e um galpão alugados para funções administrativas e operacionais. A movimentação econômica no município também ocorre com a aquisição de produtos em lojas de materiais de construção, EPI’S, peças mecânicas, mobiliários, alimentos, dentre outros. O gerente de Relações Governamentais da companhia, Vinicius Roder lembrou, durante a inauguração do escritório administrativo, que o desejo maior é de que todas as contratações sejam realizadas no município. Segundo ele, a cidade foi escolhida por oferecer robusta infraestrutura que comporte o volume das movimentações que o andamento da obra requer. “Os empregos gerados já são realidade e toda movimentação econômica também. Mensalmente nós estamos prevendo que serão servidas 45 mil refeições mensais, por exemplo. O lançamento oficial das nossas operações aqui com certeza é um marco para a companhia, que sonhou junto com Governo de Mato Grosso, legislativo estadual e prefeituras locais. Este é o marco da mudança de fase, saindo de sonho para construção”, disse. O prefeito de Primavera do Leste, Leonardo Bortolin, destacou que o início dos trabalhos da Rumo Logística marca a transformação da cidade e de todo estado. “É motivo de muita alegria, daqui pouco tempo os trilhos já estarão dentro do município e isso vai representar a transformação na logística e na economia de todo Estado de Mato Grosso. A ferrovia chegando vai ser mais uma grande virada de chave para economia do município. Eu acredito muito no poder e na força da ferrovia e a partir de hoje a gente vira uma nova página para o município. Começamos bem as comemorações dos 38º anos de emancipação”, disse Bortolin. Diretor do Sindicato Rural, José Nardes lembrou que os avanços logísticos são essenciais para o desenvolvimento da agricultura mato-grossense, que é robusta, campeã, mas que pode ser ainda melhor com melhores modais para escoamento de toda produção. “Agricultura sem logística não existe e vice-versa. E uma construção ampla como essa, com recurso 100% privado tem total apoio dos produtores rurais. Que bom que a Rumo chegou ao nosso município e que está implantando esse modal aqui na região. Obrigado Rumo e parabéns por todo trabalho realizado. Em nome dos produtores rurais, sejam bem-vindos”, afirmou Nardes.
Mato Grosso é responsável por 55,19% da soja convencional na safra 2023/24
Mato Grosso é responsável por 55,19% da produção brasileira de soja não-transgênica na temporada 2023/24. A atual participação representa um aumento de 5,34 pontos percentuais em relação ao ciclo anterior. A perspectiva de produção no estado é de um milhão de toneladas do grão convencional. Levantamento do Instituto Soja Livre (ISL) mostra que nesta safra o estado plantou 378,8 mil hectares com soja convencional. A extensão é inferior à do ciclo 2022/23, quando haviam sido 491,6 mil hectares. Eduardo Vaz, coordenador executivo do ISL, acredita que Mato Grosso representar a maior fatia da produção nacional e área de soja convencional decorre do fato do estado ser o maior produtor da soja transgênica, visto a mesma acabar sendo favorecida por fatores logísticos, de originação e de maior rentabilidade ao produtor. O consultor Fernando Nauffal salienta, também, que outros fatores influenciaram no crescimento do marketshare mato-grossense. “Com a recente autorização de exportação de carnes de frigoríficos paranaenses para a China, a demanda por insumos para ração animal teve aumento no estado sulista que é um grande produtor de frango e suínos”. Volatilidade do prêmio impacta na área De acordo com o Instituto, a área consolidada de soja não-transgênica no país apresenta uma queda de 30,5% em relação à safra 2022/23. Os dados levantados mostram ainda que somente Minas Gerais não registra recuo, e apresenta uma ampliação de 18,74% na área produtiva, principalmente, devido à localização de empresas de originação de soja convencional no estado. Outros estados de destaque na participação do mercado nacional na safra 2023/24 são Paraná, com 19,44%, e Goiás, com 7,04%. Ambos apresentam queda no comparativo com o ciclo anterior, de 26,80% e 8,65%, respectivamente. Em termos de produção são aguardadas 1,8 milhão de toneladas de soja não-transgênica no país. Segundo o ISL, a tendência de queda na área total de soja convencional identificada pode ser explicada pela volatidade no valor do prêmio pago pelos compradores europeus sobre o preço da soja convencional. Esse prêmio é mensurado em dólares por bushel (US$/bushel) e é adicionado ao valor da commodity de acordo com a demanda em determinada região. Nos últimos dois anos, essa remuneração adicional tem decrescido. O coordenador executivo do ISL, Eduardo Vaz, pontua que o aumento na oferta de produtos de soja convencional tem influenciado na redução de preços. Um exemplo é o aumento na disponibilidade de farelo de soja convencional produzido por países como Rússia e Índia, prejudicando o produto brasileiro – mais distante dos mercados compradores. A produção na Argentina também tem impactado diretamente nos prêmios. “O país recuperou sua produção e chegou ao dobro do que foi visto em 2023, podendo se tornar o maior fornecedor de farelo de soja do mundo em 2024”, analisa o consultor Fernando Nauffal. No entanto, mesmo com o aumento na produção argentina, a Europa permanece dependendo dos volumes brasileiros para atender à demanda, com o país responsável por 27% do farelo de soja convencional importado pelos europeus. Canal Rural MT
Capacitação educacional e tradição da cultura marcam 11º Semana do Cavalo
A modalidade cutiano tem suas raízes nas atividades diárias dos tropeiros e vaqueiros do Brasil. Neste ano, a 11ª edição da Semana do Cavalo realiza essa tradicional competição que remete às origens do rodeio no Brasil que se destaca pela autenticidade e promete um espetáculo para os espectadores. Ao longo dos anos, essa prática evoluiu para se tornar um esporte competitivo, preservando a cultura e as tradições no campo. O diretor do rodeio, Rodrigo Montalvão, explica que o objetivo é trazer o que tem de melhor no rodeio brasileiro se apresentando na arena, competidores renomados e cavalos que, segundo ele, são verdadeiros atletas. “A disputa de quem é o melhor irá proporcionar ao público um espetáculo de pulos e corcoveios, onde o homem deverá mostrar toda sua técnica e habilidade para permanecer durante os oito segundos em cima do animal. E no sábado (11), saberemos quem será o grande campeão do rodeio em cavalos”, comenta. O Circuito Raízes – rodeio com os cavalos – vai ser realizado em quatro etapas e conta com 20 atletas, sendo dez da Seleção Brasileira do Cutiano e dez convidados do Mato Grosso, em busca da maior premiação do rodeio em cavalos do Brasil, que será no valor de R$ 60 mil reais. “A expectativa é muito grande, vamos ter a presença da Seleção Brasileira do Cutiano, com peões dos estados de Tocantins, São Paulo, Paraná, Goiás, entre outros e também os melhores atletas do rodeio na modalidade cutiano daqui de Mato Grosso”, pontua Montalvão. Considerado o maior evento equestre do Centro-Oeste, a festividade preparou uma programação pensando nas crianças, proporcionando diversão com segurança. A programação kids oferece uma variedade de atividades para crianças de todas as idades. Entre as atrações estão as provas de tambor nas canelas, laço na vaquinha, laço de cabra, laço de bode, exposição de mini animais (cavalos, vacas e cabras) e rodeio em carneiro. Capacitação educacional gratuita e premiação para estudantes Com imersão de cinco dias, o evento vai realizar um ciclo de palestras denominado ‘Conexão Cavalo e Ciência’. “É uma ideia de trazer conhecimento e aperfeiçoamento. Então, com esse intuito nós nos juntamos com os nossos parceiros e as empresas patrocinadoras para realizar um circuito de cinco dias de palestras, do dia 06 a 10 de maio. Serão três palestras por dia para o público. Além da troca de conhecimento, a Semana do Cavalo promove essa interação entre os criadores, os proprietários, veterinários, agrônomos, zootecnistas, estudantes e, também, as pessoas que estão vindo trabalhar nessa área profissionalmente”, comenta a médica veterinária, Marta Maria Alves de Sousa, responsável pelos cursos. Além de palestras, novamente, o circuito vai oportunizar para que alunos com trabalhos de conclusão de curso e residentes com trabalhos científicos relacionados a temas ligados à equinocultura, clínica, cirurgia, nutrição, manejo e outros, apresentem as pesquisas para uma bancada técnica. Os melhores serão premiados. A 11ª Semana do Cavalo acontece do dia 2 a 12 de maio com entrada franca no Parque de Exposições Jonas Pinheiro, traz rodeio em cavalos na modalidade cutiano.
Safra americana pode impactar preços da soja em Mato Grosso
A saca de 60 quilos da soja em Mato Grosso encerrou a última semana cotada em média a R$ 108,77. O valor representa um aumento de 3,90% no comparativo com o mesmo período em março. O cenário foi atrelado a alta do dólar, entretanto o saldo só não foi mais positivo em decorrência as cotações do grão em Chicago, que apresentaram recuo diante do adiamento da semeadura nos Estados Unidos. O incremento de 3,90% no preço da saca de soja no estado na última semana foi atrelado, explica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao aumento de 2,74% no dólar, em relação ao mesmo período analisado em março. Segundo o Instituto, o retorno positivo dos prêmios correntes, não visto desde o início de 2024, também contribuiu para tal “recuperação” dos preços. As cotações só não subiram mais visto recuo da soja em Chicago de 2,89% no comparativo com o mesmo período do mês passado, ficando precificado na média de US$ 11,63 o bushel. “A desvalorização é pautada pelo início adiantado da semeadura da soja nos EUA e a perspectiva de maior oferta ante a demanda no mercado internacional. Por fim, daqui em diante as cotações da soja na CME-Group terão grande influência da safra americana, o que pode contribuir para maiores volatilidade no valor da soja em Mato Grosso”. Canal Rural MT
Fábrica de castanhas é inaugurada em território indígena em MT
Uma fábrica de beneficiamento de castanhas da Amazônia foi inaugurada no último dia 25 de abril no território indígena do Povo Zoró, no município de Rondolândia (a 1.064 quilômetros de Cuiabá). O empreendimento beneficia diretamente 100 famílias indígenas, de 32 aldeias do Povo Zoró, e foi viabilizada por meio do Programa REM MT. O programa é iniciativa conjunta dos governos da Alemanha e Reino Unido, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), que desenvolve em Mato Grosso projetos diversos para a conservação da floresta em pé. A fábrica está localizada na Guwa Puxurej. De acordo com a Sema-MT, com a construção da fábrica, o Povo Zoró pode entrar para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Eles receberão um recurso de R$ 1,5 milhão para entrega de 19 toneladas de amêndoas de castanha da Amazônia para organizações socioassistenciais de Rondolândia e de Ji-Paraná, no estado de Rondônia. “O REM MT é um programa do Estado que tem entre os seus pilares um extremamente importante para o Povo Zoró e para todas as 42 etnias de Mato Grosso, que é respeitar a vontade dos indígenas para que eles recebam o apoio do Estado para o fortalecimento da sua cadeia produtiva, do seu processo cultural, da manutenção da dignidade do seu povo”, pontua a secretária de Meio Ambiente do estado, Mauren Lazzaretti. A Conab estabeleceu o preço de R$ 78 por quilo de castanha beneficiada, destaca a Sema-MT. O valor é acima do mercado privado, o que irá fortalecer o trabalho do povo indígena Zoró, promovendo o extrativismo e beneficiamento da amêndoa e valorizando a cadeia da castanha. Entre os objetivos do PAA está impulsionar a agricultura familiar. Com a inauguração da fábrica de castanhas e aquisição do produto pela Conab, o Povo Zoró terá a renda das famílias garantida, o que contribui também para a manutenção da floresta em pé, do extrativismo sustentável e ao fomento do trabalho das mulheres Zorós que desempenham papel fundamental no processo de beneficiamento das castanhas.