Volume de fêmeas enviadas para o abate recua pela primeira vez desde 2018
Mato Grosso registrou em maio mais um recorde de abates. Ao todo, no mês foram abatidas 627,49 mil cabeças de gado. Entretanto, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o que fugiu do padrão foi o volume de fêmeas abatidas, que pela primeira vez desde 2018. Segundo o levantamento, o abate de fêmeas foi 6,03% menor em maio em relação ao mês de abril. Assim, a participação de fêmeas enviadas para a indústria também retraiu, e ficou em 51,49%, saindo do patamar maior que 55% observado nos últimos três meses. Apesar do volume abatido ainda estar elevado, esses dados mostram uma possível “redução” na intensidade dos abates de fêmeas. “A tendência no curto prazo é de uma redução gradual na participação das fêmeas nos abates”, afirma o Imea.
Médio-norte lidera colheita de milho em Mato Grosso
As colheitadeiras de milho na região médio-norte de Mato Grosso seguem aceleradas e já atingiram 16,74% dos 2,492 milhões de hectares já receberam as máquinas. Até o dia 7 de junho, 10,69% dos 6,944 milhões de hectares no estado estavam colhidos. Os números constam no relatório de colheita do milho do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os dados mostram ainda que os trabalhos nesta temporada seguem à frente dos 3,65% do mesmo período o ano passado e da média histórica dos últimos cinco anos de 9,16%. Segundo o levantamento, a região oeste também conta com as máquinas aceleradas, tendo 14,47% dos seus 471,8 mil hectares já colhidos. Em seguida vem o norte do estado com 11,90% dos 467,3 mil hectares destinados ao milho. O noroeste de Mato Grosso, que neste ciclo semeou 544,2 mil hectares com o cereal, já colheu 8,92% da extensão, enquanto o centro-sul, que plantou 471,6 mil hectares, 7,71%. Ainda conforme o Imea, na região nordeste foram colhidos até sexta-feira 5,25% dos 1,323 milhões de hectares de milho plantados na safra 2023/24 e na sudeste 4,02% dos 1,172 milhões de hectares.
Entidades pedem prorrogação de incentivos fiscais a suinocultura e nas indústrias frigoríficas
Entidades ligadas ao setor da suinocultura devem solicitar ao governo de Mato Grosso a prorrogação dos incentivos fiscais para a produção e indústria. Isso porque os que foram concedidos se encerram neste mês de junho e, de acordo com a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), estes são fundamentais para a manutenção e o desenvolvimento das atividades no estado. Para a suinocultura, a Acrismat pede a prorrogação do valor do crédito presumido do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), que se encerra no último dia deste mês de junho. Atualmente o crédito presumido do ICMS é 75% para animais enviados para abate em outros estados. “A capacidade de abate de suínos aqui no estado não atende o volume da nossa produção, e por isso é necessário que parte dos animais sejam enviados para abate em outros estados. Conseguimos a redução de 12%, para 3% no crédito presumido para operações de animais enviados para fora do estado para abate e engorda”, pontua o presidente da associação, Frederico Tannure Filho. Já para os frigoríficos o pedido é de prorrogação na redução da alíquota do ICMS para frigoríficos de suínos, com operações internas e interestaduais de produtos oriundos da suinocultura. Os pleitos contam com apoio do Fórum Agro MT e da Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT). Adesão ao Sisbi esbarra na escassez de veterinários Há cerca de dois meses a Acrismat levantou o debate sobre a falta de médicos veterinários que possam trabalhar na habilitação de frigoríficos no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), em plantas que comercializam a carne suína. Segundo levantamento, atualmente são mais de 20 plantas frigoríficas que aguardam a certificação do Sisbi, sendo três delas que abatem suínos. De acordo com diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, a habilitação desses estabelecimentos no Sisbi abrirá novos mercados nacionais para a venda da produção de carne suína em Mato Grosso. “Mato Grosso não consome toda a carne suína que produz e por isso enviamos muitos animais para serem abatidos em outros estados. Precisamos dar condições para que esses animais sejam abatidos aqui, e que estes estabelecimentos possam comercializar esses produtos em todo o território nacional, o que vai gerar mais emprego e renda em nosso estado, e para isso é fundamental darmos celeridade para resolver esse gargalo”, explica. A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), Emanuele Almeida, informou que existem atualmente 21 pedidos de frigoríficos pleiteando a equivalência do Serviço Veterinário Oficial do Ministério da Agricultura para o serviço estadual, que é o Sisbi. “Hoje o principal gargalo que o Instituto enfrenta para conseguir liberação deste certificado é a falta de veterinários, para que sejam colocados à disposição das indústrias. A solução para resolver esse entrave é solicitar ao governo a convocação de novos médicos veterinários”, afirma. Canal Rural MT
Alteração em calendário da soja gera preocupação dos produtores de gergelim
A alteração do calendário da soja em Mato Grosso tem gerado certa apreensão ao setor produtivo, mais precisamente para quem cultiva gergelim. No próximo sábado (8), como consta na Portaria nº 1.111 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem início no estado o vazio sanitário da oleaginosa e, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), ainda há lavouras de gergelim para serem colhidas. A alteração do calendário da soja foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 15 de maio. O vazio sanitário da soja em Mato Grosso referente à safra 2024/25 será de 8 de junho a 6 de setembro. Já o período de semeadura de 7 de setembro a 8 de janeiro do próximo ano. “Essa flexibilização para janeiro auxilia se você tiver um atraso das chuvas. Porém, essa antecipação do início do calendário, principalmente do vazio sanitário, gera um pouco de preocupação, porque na última safra alguns produtores deixaram de plantar milho e foram para o gergelim”, pontua a gerente de defesa agrícola da Aprosoja-MT, Jerusa Rech. Jerusa comenta que o gergelim é uma cultura tardia, que exige menos água e que nesta safra 2023/24, em decorrência a situação vivida no milho, na qual muitos perderam a janela ideal ou reduziram área devido aos custos altos, registrou um aumento de 62% na sua área. Conforme ela, a preocupação em torno do gergelim é que algumas áreas não estarão prontas para colheita até a data do início do vazio sanitário da soja. “E, a gente tem o problema do controle da soja guaxa dentro da lavoura de gergelim. Isso é uma preocupação que chegou até nós, porque temos muitos produtores de soja, principalmente na região leste, que o plantaram e estão com as lavouras à campo. Isso gera uma preocupação quanto à forma que o nosso órgão de Defesa vai atuar em cima dessas lavouras”. Ainda segundo a gerente de defesa agrícola, o gergelim está “espalhado” em todo o estado. A região leste é a principal produtora do pequeno grão. Sobre a próxima temporada, cujo plantio da soja inicia em 7 de setembro, Jerusa salienta que o produtor mato-grossense “é um eterno entusiasta” e que, apesar de os preços pagos pela produção não estarem como o desejado, “a expectativa é boa”. “O produtor está começando a se ajustar. Eu acho que hoje o produtor ele é um entusiasta. Ele sempre se empolga numa próxima safra, porém a gente tem ainda essa questão dos custos. Então, ele está ficando mais cauteloso”. (Com informações Canal Rural MT)
Ministérios Públicos querem proibir uso do glifosato em Mato Grosso
Uma ação civil pública movida conjuntamente pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério Público de Mato Grosso e Ministério Público Federal, tenta banir o uso do herbicida glifosato no principal estado produtor do país. A Aprosoja-MT, a Ampa e a Famato foram listadas como réus na ação. A medida caso entre em vigor, segundo o setor produtivo, traria prejuízos, principalmente, para o meio ambiente. O processo, que tramita na Justiça do Trabalho desde agosto de 2019, pretende “constituir e impor à coletividade de produtores rurais, a obrigação de abster-se de utilizar ‘agrotóxicos’ que contenham o processo ativo glifosato em seu processo produtivo, com a finalidade de proteger a saúde e vida dos trabalhadores rurais no Estado”. Diretor-executivo da Aprosoja-MT, Wellington Andrade, pontua ao Conexão FPA-MT, desta semana, que o cenário é preocupante. “Essa ação foi baseada num parecer da UFMT, do núcleo de saúde e meio ambiente, e gerou uma notícia fato dentro do Fórum de Agrotóxico de Mato Grosso questionando uma nota técnica da Anvisa, que já havia reavaliado o glifosato e afirmado que esse produto é seguro, inclusive para a saúde humana”, diz Andrade à reportagem do Canal Rural Mato Grosso. Além da Anvisa, o produto, frisa o diretor-executivo da Aprosoja-MT, também foi reavaliado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pelo Ibama. Quando do início do processo em 2019, o mesmo recebeu em Primeira Instância julgamento improcedente, da Terceira Vara do Trabalho, visto ser uma questão técnica e os pareceres da defesa contarem com estudos comprovando a existência de segurança alimentar e para a saúde humana. Hoje, a ação tramita no Tribunal Regional do Trabalho, segundo Andrade, e aguarda o parecer de dois desembargadores. O relator do processo votou pela reversão da sentença da Primeira Instância. Com um parlamento dos mais criteriosos quanto ao uso de agroquímicos, a União Europeia recentemente reavaliou o uso do glifosato e autorizou o uso do produto por mais dez anos dentro da sua comunidade. “Ou seja, não é só no Brasil que o produto foi reavaliado em termos de sua permanência de uso, mas também na Europa”, ressalta o diretor-executivo da Aprosoja-MT. Retrocesso na produção agrícola De acordo com o diretor-executivo da Aprosoja Mato Grosso, a retirada do glifosato causaria um retrocesso na produção agrícola brasileira e que teria como primeiro prejuízo o aumento de danos ambientais. Ele pontua que seria “voltar à agricultura dos anos 1980”, uma vez que acabaria com o plantio direto, visto o herbicida ser o principal produto para o manejo. “Sem o glifosato o plantio direto acaba. Nós vamos ter que arar a terra novamente, o que vai trazer um prejuízo ambiental, as erosões vão voltar, as emissões aumentar. Então, o primeiro prejuízo é o ambiental. E, também, o prejuízo econômico”. Somente na soja, estudos apontam, segundo Andrade, um prejuízo na ordem de R$ 220 bilhões, enquanto no milho passaria dos R$ 180 bilhões. “Isso impacta naturalmente a economia do estado, as municipais e o desenvolvimento social dos municípios e pessoas que ali vivem”, salienta em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso. Justiça quer mandar mais do que o legislativo O deputado estadual Gilberto Cattani (PL-MT) frisa que existem outros produtos utilizados, não só na União Europeia, mas como na Ásia, por exemplo, que são muito mais prejudiciais ao meio ambiente ou à saúde humana. Ao Canal Rural Mato Grosso, o parlamentar afirma que “o que me entristeci é ver que a Justiça legisla muito mais do que nós. Eu até acho que seria muito mais cômodo que extinguissem as Assembleias Legislativas, o Congresso Nacional e deixasse a Justiça decidir o que é bom para o nosso país ou não”. O coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária de Mato Grosso (FPA-MT), o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, ressalta que a sensação é de que “cada vez mais parece que o Parlamento ou alguns tentam proibir ou tentam diminuir a nossa produção agrícola. Eu não entendo. O mundo precisa do nosso alimento. Mato Grosso ajuda muito o PIB brasileiro. Então, a nossa produção precisa de todas as ferramentas”. Canal Rural MT
Demanda por farelo eleva consumo interno de soja em Mato Grosso
Enquanto as projeções de exportações da soja mato-grossense em 2024 continuam em 23,24 milhões de toneladas, o consumo interno segue em franco crescimento. A perspectiva é que 12,33 milhões de toneladas fiquem dentro do estado. O principal motivo é o escoamento do farelo aquecido para o exterior. Levantamento de Oferta & Demanda do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado nesta segunda-feira (3), aponta na variação mensal um aumento de 1,60% na estimativa de consumo interno da soja em Mato Grosso. No ano passado, conforme o relatório, haviam sido consumidas pelas indústrias instaladas em Mato Grosso 11,76 milhões de toneladas referentes ao ciclo 2022/23. Além disso, as projeções que se referem ao ciclo 2024/25 também preveem consumo aquecido em 12,61 milhões de toneladas, um incremento de 2,27% ante a 2023/24. De acordo com o Instituto, no que tange as exportações da soja as projeções para o ciclo 2023/24 não foram alteradas, uma vez que os embarques no acumulado do ano (janeiro a abril) seguem abaixo do observado nos últimos dois anos. Ao se comparar com o ciclo passado, as 23,24 milhões de toneladas para a atual temporada representam um recuo de 17,98% nos envios para o mercado externo. Entretanto, ao se analisar as perspectivas da safra 2024/25 é previsto um incremento de 15,79% ante a 2023/24, com 26,91 milhões de toneladas estimadas a serem enviadas. Quanto ao consumo interestadual da soja esse ficou estimado na safra 2023/24 em 4,17 milhões de toneladas, queda de 21,47% quando comparado aos 5,31 milhões de toneladas do ciclo 2022/23. Já para a safra 2024/25 a previsão é de 3,90 milhões de toneladas, recuo de 6,47% ante a atual. Canal Rural MT
Colheita do milho em Mato Grosso alcança 4,73% da área
A colheita do milho segunda safra 2023/24 em Mato Grosso segue “acelerada” em comparação a média histórica dos últimos cinco anos. Com quatro semanas de atividade, os produtores do estado já retiraram o cereal de 4,73% dos 6,9 milhões de hectares destinados para a cultura nesta temporada. Na variação semanal o avanço foi de 2,79 pontos percentuais, de acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Ao se comparar com o período em 2023, apenas 1,26% da área estava colhida na época. A média histórica dos últimos cinco anos de colheita do milho é de 1,92%. Médio-norte lidera colheita de milho A região médio-norte, segundo o Imea, segue na liderança com os trabalhos nas lavouras de milho. Por lá os produtores já colheram 7,93% da área. Em seguida surgem o oeste mato-grossense com 6,22% e o noroeste com 5,28%. Na região norte já foram colhidos 4,59% da área e na centro-sul 4,38%. Já as regiões sudeste e nordeste as máquinas estão um pouco mais “lentas”, tendo atingido apenas 1,61% e 0,90% das respectivas extensões destinadas para a cultura. Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real. Canal Rural MT
Agronegócio: Grãos de Mato Grosso movem campo e cidade
A produção industrial em Mato Grosso cresceu 8,7% no primeiro bimestre de 2024 ante o mesmo período no ano passado. Tal crescimento é creditado, principalmente, à produção de biocombustíveis, que a cada ano propaga-se e impulsiona não só a economia geral do estado mas, sobretudo, de inúmeros municípios, além de trazer segurança para a produção agrícola. Para o gerente de produção do Grupo Gravataí, com propriedade em Itiquira, Bento Manoel Ferreira, a industrialização interna significa “estabilidade” de preços e “segurança” para o produtor rural para ele continuar investindo e produzindo. “Essas indústrias, principalmente as de etanol, elas vieram dar uma força. Vieram facilitar o processo de produção de grãos, porque nós estamos muito longe dos centros consumidores. Isso estava dificultando a nossa competitividade com os outros estados, devido ao custo do frete. A nossa logística é muito ruim”, frisa Bento Manoel. A propriedade em Itiquira conta com 6,2 mil hectares destinados para a soja e quatro mil para o milho, além de cinco mil hectares ocupados com a pecuária. O local utiliza desde 2014 o diesel S-10 nos equipamentos agrícolas e caminhões. Combustível este, por sinal, que leva biodiesel produzido com a soja colhida na propriedade e comercializada para uma indústria em Rondonópolis. “É um produto mais limpo, menos poluente. Na verdade, é um subproduto nosso que volta para o nosso consumo. Então, esse processo de subprodutos, de você fazer a verticalização, ele consegue gerar muito mais movimentação dentro do sistema”, salienta Bento Manoel. O crescimento da produção industrial no estado é visto de forma positiva pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt). A entidade destaca, que além dos biocombustíveis, a indústria frigorífica é outra mola propulsora dos resultados observados nos últimos anos. Presidente da Federação, Sílvio Rangel pontua ao Canal Rural Mato Grosso que “o aumento na produção de soja e milho tem sido um fator chave nesse crescimento, pois esses produtos são matérias-primas essenciais para a produção de biocombustíveis, bem como servem para a fabricação de ração animal”. Ainda de acordo com Sílvio Rangel, a ampliação da produção de biocombustíveis não só reflete a expansão das indústrias voltadas para esse setor, mas também tem impactos significativos na economia dos municípios e do estado como um todo. “Isso se traduz na implantação de novas unidades fabris, mais geração de emprego e renda, além do aumento na arrecadação de impostos e impulsiona indiretamente outros setores econômicos, como o agrícola, o da logística e o de serviços, contribuindo para o desenvolvimento econômico geral do estado. É o que chamamos de encadeamento ou ligação entre os setores do agro, passando pela indústria, até o comércio”. Gerente executivo de relações institucionais e governamentais da Rumo Logística, Rodrigo Verardino Stefani, conta que no terminal ferroviário de Rondonópolis, inaugurado em 2013, quando se fala em operação de combustíveis há dois principais fluxos. O de derivados de petróleo (diesel e gasolina) origem refinaria (Paulínia/SP) sentido Mato Grosso e o fluxo de biocombustível (biodiesel e etanol) origem Mato Grosso destino refinaria, para que sejam misturados na gasolina e no diesel. Com o crescimento da produção no estado de tais biocombustíveis, o terminal de Rondonópolis observou uma mudança, uma inversão, no que chamam de fluxo principal ou fluxo de retorno. “Há cinco anos o volume de derivados de petróleo que vinha para Mato Grosso era muito maior. Hoje é ao contrário”. Na avaliação de Rodrigo Verardino, esse crescimento do envio de biocombustíveis do estado para a refinaria é decorrente tanto da demanda quanto do número de indústrias. “Está gerando um melhor aproveitamento do ativo, porque pensando tanto em vagão tanque quanto em caminhão tanque, esse desequilíbrio entre oferta e demanda gerava sempre uma perna dessa logística vazia. Na hora em que você começa equilibrar esse volume, você passa a ter o vagão andando cheio o tempo todo ou o caminhão”, salienta à reportagem. Brasil rumo à mobilidade sustentável O Brasil a cada dia que passa vê a sua produção de biodiesel e etanol, principalmente de milho, ser ampliada e avançar em direção à mobilidade sustentável. Tal avanço, conforme o Sindicato das Indústrias de Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio-MT), reflete do compromisso crescente com fontes de energia mais limpas e renováveis, alinhado com metas de sustentabilidade ambiental e redução das emissões de gases de efeito estufa. “Vemos esse avanço como uma oportunidade para o Brasil se posicionar como líder na mobilidade sustentável, ao mesmo tempo em que contribui para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas e promove o desenvolvimento social e econômico sustentável do estado”, diz o presidente do Sindibio-MT, Rômulo Morandin. A transição energética global, ressalta a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), terá diversas alternativas de fontes, sendo o etanol de cereais uma opção energética com capacidade de mitigar até 82% dos gases de efeito estufa gerados pelo consumo de combustíveis fósseis. “Com a tecnologia adaptada de motores flex, juntamente com uma rede consolidada de abastecimento em todo o país, o etanol de cereais vem se consolidando como opção acessível, disponível e limpa, contribuindo para a transição energética e para a segurança alimentar. O milho é aproveitado integralmente, gerando energia e alimento para a nutrição animal e humana”, salienta o presidente da Unem, Guilherme Nolasco. O presidente da Unem frisa ainda que a demanda por combustíveis sustentáveis e as políticas públicas de estímulo à transição energética vêm impulsionando os investimentos no setor de mobilidade, tanto urbana, quanto no setor de aviação e navegação. “Paralelamente, a iniciativa privada também vem desenvolvendo tecnologias e pesquisas para oferecer fontes cada vez mais limpas de energia e, o setor de etanol de cereais está inserido nestas pautas, tanto com apoio em pesquisas, quanto no desenvolvimento de biocombustíveis cada vez mais sustentáveis. Empresas globais do setor automotivo estão apostando em tecnologias e modelos que aproveitem o potencial de descarbonização dos biocombustíveis ao mesmo tempo que promovem a eletrificação dos veículos”. Mato Grosso caminha para a liderança Na safra 2023/24 de etanol (cana e milho) Mato Grosso foi o segundo maior produtor do biocombustível, ao bater o recorde de 5,72 bilhões de litros. O volume representa um aumento de 32% em relação ao período anterior (4,34 bilhões de litros). Celeiro da produção de grãos e proteína vermelha, o estado, na avaliação do diretor-executivo do Bioind-MT (Indústrias de Bioenergia de Mato
‘Se não quer cumprir à lei, para quê vai se beneficiar de incentivo fiscal?’, diz ministro Fávaro
O corte dos incentivos fiscais em Mato Grosso das empresas que aderirem a moratória da soja ganhou o apoio nesta semana do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD). Para ele, é “inadmissível” uma medida que vai em desencontro com a legislação do Código Florestal. O ministro da Agricultura afirma que retirar incentivos fiscais de empresas que apoiam a moratória da soja, como proposto no projeto de lei 2256/2023, de autoria do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), e aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), é uma reação contra àqueles que cumprem com Código Florestal. Na avaliação do ministro, a empresa que “não quer cumprir à lei [Código Florestal], para quê vai se beneficiar de uma lei que dá incentivo fiscal?”. Durante entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, do CanalGov, na manhã desta quarta-feira (29), Carlos Fávaro frisou que a moratória da soja afeta todo o Brasil, mas que está especificamente em evidência em Mato Grosso. Ele ressaltou que o assunto é de “privados” e que “não têm nada a ver com o poder público”. O pacto da moratória da soja foi criado em 2006 pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e restringe a compra da soja produzida em áreas do bioma Amazônia desmatadas após 2008, mesmo que a abertura tenha sido feita de maneira legal. “Aparentemente, a medida tem um viés legal, importante, porque ninguém quer produção sobre desmatamento. Mas, o problema é que nós temos um Código Florestal, diga-se de passagem, um dos mais rígidos do mundo, que os produtores tem mais de 60% de toda a sua propriedade preservada e o fazem com consciência da importância ambiental”. O ministro comentou ainda que recentemente na Europa houve uma tentativa de implementação de 4% da área das propriedades para reserva legal. “E deu todos aqueles protestos. Acontece que a moratória da soja não levou em conta o Código Florestal, que é legal e parte das áreas podem ser antropizadas. No Cerrado, por exemplo, 65% de uma área pode ser antropizada. Na Floresta Amazônica é 20%”. Conforme Carlos Fávaro, são cerca de um milhão de hectares em Mato Grosso que estão dentro da legalidade e que os produtores não conseguem comercializar a sua produção em decorrência a moratória da soja. “[Estão] dentro do seu direito e não conseguem comercializar com essas tradings. Quer dizer, empurrando-o [produtor] para a ilegalidade, ter que vender para corretores, fazer uma manobra para vender aquilo que é legal. É inadmissível isso. Mas, a reação está sendo importante. Eu gostei muito da ação da Assembleia Legislativa, que está com um Projeto de Lei que tira os incentivos fiscais de todas as tradings no estado de Mato Grosso. Exageraram na dose da medida e a reação está sendo do mesmo jeito”.
Pluma segue tendência de queda em Mato Grosso, aponta Imea
O preço da pluma no mercado disponível encerrou a última semana em Mato Grosso cotado em média a R$ 119,87 a arroba. O valor representa uma queda de 0,15% na variação semanal e de 6,18% quando comparado com o mesmo período do ano passado. “A baixa nos preços foi influenciada, principalmente, pelas incertezas quanto à economia, o que refletiu no enfraquecimento da demanda interna pelo algodão mato-grossense. Além disso, a disparidade dos preços entre os vendedores e compradores também tem contribuído para esse cenário”, explica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No curto prazo, não há fatores que indiquem uma valorização dos preços da pluma mato-grossense, uma vez que a colheita da safra 2023/24 está se aproximando, e com a maior oferta do produto no mercado, as “cotações tendem a ser pressionadas”. Nesta safra 2023/24 foram semeados no estado 1,405 milhão de hectares com algodão, 16,84% a mais que no ciclo passado. A perspectiva, segundo o Instituto, é de uma safra de 2,549 milhões de toneladas de pluma, alta de 9,54% ante a 2022/23.