Aprosoja-MT alerta agricultores para que fiquem atentos à notificação do CAR Digital

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) está notificando gradativamente agricultores que possuem cadastros elegíveis de suas propriedades sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) Digital. Uma notificação será encaminhará aos produtores rurais, ou a seus cadastrantes, contendo todos os dados da propriedade para que eles analisem se estão corretos ou não. A regulamentação do CAR Digital foi divulgada no dia 27 de março deste ano, por meio do decreto de n.º 780. Desde então, agricultores mato-grossenses, vêm sendo notificados gradativamente. Até o momento, a Sema entrou em contato com agricultores com cadastros elegíveis dos municípios de Diamantino, Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nova Ubiratã, São José do Rio Claro e Sorriso. Apenas 20% dos cadastros elegíveis dos sete municípios deram a resposta. ATENÇÃO AOS PRAZOS A notificação da Sema tem um prazo de 30 dias para que os produtores rurais tomem ciência dela. Ao final do prazo, o produtor que não apresentar resposta será automaticamente considerado ciente. Após este prazo, os agricultores terão 90 dias para aceitar ou recusar os dados do CAR. Em caso de recusa, o produtor rural deve justifica-la. Caso não se manifeste, o agricultor terá seu CAR suspenso. Para tirar dúvidas sobre o CAR, o produtor pode entrar em contato com o Canal do Produtor da Aprosoja-MT por meio do número (65) 3027-8100.

Cafeicultura terá R$ 6,8 bilhões para financiar a próxima safra

O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) terá R$ 6,8 bilhões para estimular o desenvolvimento da cafeicultura brasileira na safra 2024/2025, segundo informação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os recursos serão distribuídos de forma estratégica para atender às necessidades dos cafeicultores brasileiros: Mais de R$ 1 bilhão serão destinados ao custeio da produção, garantindo os recursos necessários para o manejo das lavouras e a colheita; R$ 30 milhões para a recuperação de cafezais danificados. Mais de R$ 2 bilhões serão destinados à comercialização, impulsionando a venda da produção para o mercado interno e externo, a preços justos e com rentabilidade para os cafeicultores. Outros R$ 1,6 bilhão serão investidos no financiamento da aquisição do grão, facilitando o acesso dos produtores ao capital necessário para a compra de insumos e equipamentos. O governo anunciou ainda mais de R$ 1 bilhão em créditos para capital de giro, direcionado às indústrias de café solúvel e torrefação, e às cooperativas de produção, fortalecendo a infraestrutura e a capacidade de processamento do café brasileiro.

“Silo bolsa é opção para fugir de gargalo de armazenagem”, diz diretor da Aprosoja-MT

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) está presente no Simpósio internacional de Silo Bolsa. O evento busca solucionar o déficit de armazenagem nas propriedades agrícolas. O Simpósio ocorre em Sinop, começou nessa quarta-feira (03) e vai até está sexta-feira (05). O diretor financeiro da Aprosoja-MT, Nathan Belusso, representou a entidade no evento. Diante dos custos mais elevados de armazéns e de silos, o diretor destaca que o silo bolsa pode ser uma saída aos agricultores. “Temos uma dificuldade muito grande de armazenagem e o silo bolsa vem como uma ferramenta de baixo custo, baixa manutenção e facilidade de utilização para o produtor ter mais uma opção para tentar escapar deste gargalo”, afirma. O vice-presidente Norte da Aprosoja-MT e presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ilson Redivo, também participou do evento e garantiu que os produtores não podem perder eventos como estes, já que trazem benefícios e mais conhecimento aos agricultores. CAPACIDADE DE ARMAZENAGEM EM MT Em Mato Grosso, o déficit de armazenagem é de aproximadamente 58,6%, já que o estado tem capacidade para armazenar apenas 50,6 milhões de toneladas de um total de 86,3 milhões de toneladas produzidas na safra 22/23 de soja e milho. Os dados da produção total são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Para a próxima safra (24/25), a tendência é de que o déficit de armazenagem aumente, já que a produção de soja em Mato Grosso pode aumentar. Conforme o Imea, os produtores mato-grossenses devem produzir aproximadamente 44 milhões de toneladas da oleaginosa, 5 milhões a mais que a safra 22/23. A estimativa da produção de milho ainda não foi divulgada.

Plano Safra 24/25 desagrada setor produtivo de Mato Grosso

O anúncio do Plano Safra 2024/25, realizado na tarde de ontem (3), “decepcionou” o setor produtivo mato-grossense, principalmente quanto às taxas de juros, e pode ainda prejudicar o pequeno produtor, que terá como fator limitante a questão da garantia, uma vez que não poderá dar a sua pequena propriedade como empenho. Dos R$ 400,59 bilhões em crédito para a agricultura empresarial, R$ 293,29 bilhões (+8%) são para custeio e comercialização e R$ 107,3 bilhões (+16,5%) para investimentos. Conforme o governo federal, produtores rurais podem contar com mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), que serão complementares aos incentivos do novo Plano Safra. Totalizando assim R$ 508,59 bilhões. Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), mesmo com o aumento de 10% no valor destinado aos produtores, se considerar a inflação os recursos controlados são menores. “Temos que considerar que de um ano para cá tivemos uma evolução de quase 15% na cotação do dólar e tivemos uma redução de quase 3,5% na taxa Selic. Ou seja, decepcionou esse anúncio”, frisa o presidente da Associação, Lucas Costa Beber. O presidente da Aprosoja-MT salienta ainda que “era conforme esperávamos e isso mais uma vez reforça o que temos sempre falado sobre o descaso, a despreocupação com o nosso setor agrícola, principalmente com os médios produtores que são responsáveis pela grande parte da produção de soja e milho no Brasil hoje”. Taxa de juros não aconteceu Para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) a expectativa com o novo Plano Safra era de uma redução na taxa de juros. Mas, para o setor, isso não aconteceu. “Nós esperávamos uma redução na taxa de juros. Nós vivemos uma época de custos muito altos. Nós vemos uma linha muito tênue entre o que se tem de custo e o que a gente recebe, no caso da pecuária, pelo valor da arroba. Então, esperávamos que fossem taxas mais atrativas”, frisa Francisco Manzi, diretor técnico da Acrimat. A taxa de juros do novo Plano Safra também não agradou o Fórum Agro MT. Para o presidente da instituição, Itamar Canossa, os pequenos produtores são os mais prejudicados. “O pequeno produtor vai ter o fator limitante da garantia, porque não vai poder dar em garantia essa pequena propriedade que ele dispõe como único patrimônio, para poder pegar esse dinheiro e poder trabalhar com custeio ou investimento”. Canal Rural MT

Projeto ajuda produtores de Mato Grosso a reflorestar áreas rurais

Mudas de árvores frutíferas e nativas estão sendo plantadas em “consórcio” as produções de batatas, abacaxis, mandiocas, bananas e outras culturas em Mato Grosso. A ação faz parte de um projeto do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que tem como objetivo incentivar a produção em sistema agroflorestal. O projeto em questão trata-se do Paisagens Sustentáveis e Inteligentes para o Clima, que conta com a parceria da Plataforma Produzindo Certo e Proforest, associação global sem fins lucrativos, que apoia a agricultura sustentável. Os recursos vêm de um fundo internacional criado para financiar projetos que colaborem com a diminuição do desmatamento. Fuzileiro naval, que já cumpriu missões até mesmo na Antártica, o pesquisador e produtor Aldo Marcos Batista de Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá), foi selecionado recentemente para fazer parte do projeto. A propriedade, na região centro-sul do estado, possui 15 hectares e por lá as mudas de árvores frutíferas e nativas recebidas foram plantadas em consórcio com batatas. “A gente está em caráter de pesquisa. Estamos avaliando. Vamos ver o resultado disso aí. Até quando poderemos plantar essa batata, até quando as raízes dessas cultivares vão nos deixar passar com o trator”, comenta Aldo. Conforme ele, o IPAM já forneceu o adubo, cultivares e as espécies nativas para serem plantadas. “Então, isso acaba ajudando a gente também”. Vizinho de Aldo, o produtor Arvitor Amaro de Medeiros já faz parte do projeto. São seis hectares onde ele planta abacaxi, mandioca, banana, entre outras culturas. Toda a produção é comercializada num programa de merenda escolar da prefeitura local. Agora o pomar recebeu reforço de outras variedades frutíferas. Arvitor conta que foram 15 mudas de acerola, 15 de cupuaçu, além de outras 15 mudas de pequi e cítricas. “Aqui eles dão assistência, vê como está, o que está faltando. Então é bom, porque estão orientando”. Na propriedade ainda serão plantadas mudas para restaurar a vegetação nativa. Uma característica que chama a atenção nela é que a plantação fica escondida em meio ao capim. O que, segundo Arvitor, é proposital. Dá resultado! Porque? A terra vai ficar mais macia. Quando chover não ficará dura, aquele chão batido. Eu gosto de trabalhar desta forma”. Fomento a produção em sistema de agroflorestal A meta do projeto é chegar a 100 propriedades no oeste mato-grossense. Metade em médias e grandes propriedades e a outra metade em área de pequena escala. Neste último caso o foco é fomentar a produção em sistema agroflorestal. “O objetivo é trabalhar com frutíferas por meio dos SAFs, sistemas agroflorestais, para que ele conseguia daqui a dois, três anos retirar desses sistemas o seu sustento, para a produção de polpa, para a venda de frutas, comercialização regional e local”, salienta a pesquisadora do IPAM, Fernanda Vieira Xavier. A pesquisadora do Ipam explica ainda que o projeto de Paisagens Sustentáveis está alinhado às estratégias do Instituto PCI – Pensar, Conservar e Incluir – ao qual Mato Grosso tem metas a cumprir até 2030. Até lá, é preciso melhorar a eficiência da produção agropecuária e florestal, a conservação e recomposição da vegetação nativa e a inclusão socioeconômica da agricultura familiar. “A gente enxerga aqui na região oeste de Mato Grosso, pela sua diversidade paisagística e territorial, um enorme potencial de captação de recursos e investimentos, principalmente investimentos internacionais, pela quantidade de vegetação nativa que ainda tem preservada aqui. Pelo potencial de alimentos por meio da agricultura familiar, pela altíssima produtividade com tecnologia, por ser uma região que detém as nascentes do bioma Pantanal, do Rio Paraguai. A gente entende que esse território oeste pode servir como um território modelo para o futuro de produção, produtividade e sustentabilidade”. Canal Rural MT

Recordes de abates bovinos impulsionam VBP em Mato Grosso

Os seguidos recordes no volume de bovinos abatidos em Mato Grosso contribuíram para sustentar as perspectivas do Valor Bruto da Produção (VBP) em 2024. A expectativa, aponta a terceira projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), é de um aumento de 10,42% no total da pecuária e de 11,95% somente na bovinocultura de corte ante 2023. As estimativas do VBP para 2024 foram divulgadas nesta segunda-feira (1º) pelo Instituto. As projeções apontam um VBP total para Mato Grosso, somando agricultura e pecuária, de R$ 163,26 bilhões, uma queda de 18,74% no comparativo com 2023. Entretanto, ao se analisar a pecuária os números apontam uma projeção de R$ 31,51 bilhões neste ano, alta de 10,42%. Para a bovinocultura de corte, responsável por 83,71% do VBP da pecuária, estimam-se R$ 26,38 bilhões, incremento de 11,95%. Apesar da queda de R$ 33,37 por arroba no preço do boi gordo em 2024 ante a 2023 (considerando janeiro a maio), o incremento no VBP da bovinocultura de corte foi proporcionado pelo alto volume de animais abatidos, uma vez que os abates em 2024 estão acima da média histórica”, explica o Imea. Entre janeiro e maio foram abatidos no estado 3,01 milhões de bovinos, podendo trazer novo recorde para o volume abatido em um ano pelo estado.

Mapa divulga lotes de marcas de café impróprios para consumo; três comercializados em MT aparecem em lista

O Ministério da Agricultura divulgou, na sexta-feira (28), uma lista de lotes de marcas de café torrado que foram considerados impróprios para consumo, após análise do Departamento de Inspeção do órgão. Os lotes das marcas Quitada, Aroma Premium e Made in Brasil comercializadas em Mato Grosso aparecerem na lista. Os produtos considerados impróprios para consumo deverão ser recolhidos pelas empresas responsáveis.  O Mapa comunica aos consumidores que 14 marcas de café torrado foram desclassificadas após a constatação de matérias estranhas e impurezas ou elementos estranhos acima dos limites permitidos pela legislação vigente, a Portaria nº 570.    A ação está respaldada pelo artigo 29-A do Decreto 6.268/2007, que prevê a aplicação do recolhimento em casos de risco à saúde pública, adulteração, fraude ou falsificação de produtos. O alerta de risco faz parte dos desdobramentos da Operação Valoriza, que contou com ações de fiscalização em todo o país entre os dias 18 e 28 de março de 2024, tendo sido coletadas 168 amostras de café no período.  Aos consumidores que caso tenham adquiridos esses produtos, o Mapa orienta que deixem de consumi-los, podendo solicitar sua substituição nos moldes determinado pelo Código de Defesa do Consumidor.  Ainda, caso encontrem alguma dessas marcas sendo comercializadas, o Ministério solicita que seja comunicado imediatamente pelo canal oficial Fala.BR, informando o estabelecimento e endereço onde foi adquirido o produto. As fiscalizações de café torrado e moído no mercado interno é realizada pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária.  O Mapa reforça seu compromisso com a segurança dos alimentos e a qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores, e continuará atuando de forma vigilante em todo o Brasil para coibir irregularidades observadas em café torrado e moído, para garantir a integridade e a confiança dos consumidores na indústria de café.  Veja quais marcas e lotes não devem ser consumidos: 

Milho para silagem representa 30% da área de verão do cereal

O milho para silagem é um mercado em franco crescimento nos últimos anos, tendo na safra verão a sua maior concentração. Segundo especialistas, a sua inserção na alimentação da vaca, por exemplo, pode gerar um ganho de 250 gramas na produção de leite para cada 1% a mais de digestibilidade de fibra. Diante da chegada do inverno e da estiagem mais intensa, pecuaristas intensificam a preparação para a alimentação do gado de corte e de leite. A silagem é vista como uma ótima opção quando há uma redução na quantidade de pasto disponível para os animais. Frente a isso, novas tecnologias mais versáteis e com alta performance, chegam ao mercado focadas em proporcionar mais rentabilidade aos produtores. O milho para silagem hoje representa 30% da área semeada com o cereal na safra de verão, segundo o líder de produto de milho e forragem da Corteva, Lisandro Rambo. A crescente busca por híbridos de milho para silagem, com foco na alimentação do gado de corte e leite, bem como produtividade. “É um mercado importante. O grão, o produtor às vezes olha muito a questão da oportunidade, do preço da commodity, e a silagem, como o pecuarista precisa alimentar o gado sempre, é um mercado bastante estável”, pontua Lisandro Rambo. Apesar da maior destinação de área para o milho silagem ser na safra de verão, o especialista da Corteva ressalta que na safrinha o espaço vem numa crescente, visto as oportunidades proporcionadas. Conforme ele, o mercado da silagem “é um mercado em que o agricultor está cada vez mais se profissionalizando, investimento. Se olharmos os últimos números, 80% desse mercado é de médio e alto investimento”. “Cada vez mais é um mercado em que o produtor investe em tecnologia. E quando se fala em tecnologia para a Corteva, para a Brevant Sementes, é importante porque somos uma empresa que busca trazer tecnologia para o produtor”. Para o desenvolvimento de um híbrido de milho se leva em torno de cinco a sete anos. De acordo com Viviane Ruela, agrônoma da Brevant Sementes, todo um trabalho de orientação ao produtor é realizado no momento em que ele vai escolher o seu híbrido, diante da realidade da sua região e finalidade. Alimentação animal e ganho em produtividade Ao analisar o uso de silagem na alimentação do gado de corte e leite, Viviane Ruela comenta que ao se pensar em um confinamento de vacas para leite, o ideal é que 50% da dieta dela seja silagem. “Quando vamos para um gado de corte confinado é apenas 13%. Ele precisa de mais energia, então vai precisar de mais farelo, uma alimentação mais energética. Temos tipos [de híbridos] e, principalmente, dietas específicas para a finalidade que ele escolher”, comenta a especialista. Ainda segundo Viviane Ruela, antigamente o produtor fazia silagem pensando no volumoso. Entretanto, “com a profissionalização, margens cada vez mais curtas, ele está entendendo que não é só volume. Que o híbrido tem que ter qualidade, energia”. “A digestibilidade da fibra é muito importante. Há trabalhos que mostram que para cada 1% a mais de digestibilidade de fibra, nós temos mais 250 gramas de leite. Então, para cada 4% a mais de digestibilidade é um quilo de leite. Isso é dinheiro para o produtor. São contas que o produtor tem feito”. Canal Rural MT

Vacinação contra brucelose em Mato Grosso é prorrogada

A vacinação contra a brucelose em Mato Grosso foi prorrogada para até o dia 31 de julho. A informação consta na portaria nº 176/2024, divulgada nesta terça-feira (25) no Diário Oficial pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso ( Indea-MT). A campanha estadual encerraria no próximo dia 30 de junho, entretanto, a sua extensão foi necessária diante do déficit de aproximadamente 249 mil doses de vacinas no estado para essa etapa, que envolve bezerras bovinas e bubalinas, entre três e oito meses de idade. A falta do imunizante contra a brucelose é nacional, explica o Indea-MT. O desabastecimento foi comunicado aos estados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio de ofício circular. A previsão da pasta federal é que o problema seja resolvido no segundo semestre. De acordo com o Instituto, balanços realizados recentemente mostram que cerca de 30 mil estabelecimentos rurais ainda não haviam adquirido até a primeira quinzena deste mês vacinas contra a brucelose, algo em torno de 44% das propriedades com atividade pecuária. A situação observada de desabastecimento de imunizantes contra a brucelose em 2024 não é a primeira em Mato Grosso. Segundo o Indea,em 2011 e 2023 o estado já havia registrado a falta de vacinas contra a doença transmissível que ataca os bovinos, outras espécies animais e o homem. “E nas duas situações, o problema foi resolvido com a prorrogação da etapa”, salienta o Instituto. Além do prazo de aquisição e aplicação da vacina, a data para que os médicos veterinários emitam atestado de vacinação contra a brucelose ao Indea foi estipulado para até 2 de agosto.

Seca eleva risco de expansão dos incêndios no Pantanal e preocupa pecuaristas

O aumento do número de incêndios no Pantanal preocupa quem vive e produz no bioma. Desde o início do ano, foram contabilizados 3.372 focos de calor no bioma, 2.128% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que considera os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (onde a quantidade de ocorrências disparou nas últimas semanas). O alerta quanto a tal crescimento no comparativo com 2023 leva em conta a intensificação precoce dos incêndios, que costuma ocorrer a partir do mês de agosto. Em Mato Grosso soluções e alternativas que possam minimizar os impactos e evitar a destruição vista em 2020 são buscadas pelas entidades do setor produtivo, órgãos especializados, Poderes Executivo e Legislativo, além de entidades e ONGs. Nesta terça-feira (25) foi realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso a primeira reunião da comissão especial criada para debater e propor ações capazes de minimizar o problema dos incêndios. A comissão é uma continuidade da comissão de Meio Ambiente da Assembleia, presidida pelo deputado estadual Carlos Avallone (PSDB-MT). O parlamentar que desde novembro do ano passado a comissão de Meio Ambiente vem trabalhando quanto a questão dos incêndios, quando já se possuíam previsões de que 2024 seria um ano muito seco. Segundo ele, as informações eram apontadas em um relatório recebido da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). “Nós estamos tomando algumas providências. O grande problema do Pantanal é com a logística. Ele começa em um ponto de difícil acesso. O caminhão não chega, só de avião e o fogo depois de duas horas ninguém apaga mais. Você tem que esperar uma chuva para ele apagar”. Entre as ações, destaca Carlos Avallone, que estão sendo realizadas estão a limpeza de estradas vicinais, ampliação de pistas de pousos para que os aviões possam atender as ocorrências, bem como a abertura de poços artesianos na Transpantaneira, com o intuito de criar ambientes para que os animais possam tomar água e que os bombeiros possam encher os caminhões. Atualmente no Pantanal mato-grossense existem dois focos de incêndio, frisa o parlamentar. Um sob controle, enquanto o outro, iniciado em Cáceres, já “pulou” o Rio Paraguai e está na região de Poconé. Neste momento atuam cerca de 25 bombeiros, além de aviões, com o intuito de evitar que tome maiores proporções. “Mato Grosso nunca esteve tão preparado para os incêndios. São muitas as reuniões. Nós estamos preparados com equipamentos, aviões, máquinas, com uma série de coisas. Isso significa que os incêndios não serão graves? Não. Infelizmente serão graves e nós temos que estar todos unidos e quanto mais gente conseguirmos trazer melhor será”. Início do período de seca preocupa Historicamente os índices de focos de calor são maiores no estado ao final de julho e em agosto. O crescimento observado em 2024 já em junho, conforme Carlos Avallone, preocupa. “São 30, 40 dias antes. Se não tomarmos cuidado, chegar no incêndio rápido e conter esse começo dele, ele pode tomar proporções muito difíceis. Isso nós sentimos em 2020 e 2021, quando os bombeiros chegavam nas fazendas e tínhamos muitas abandonadas. Como pode ter fazenda abandonada? Por isso, o trabalho da Assembleia com a Lei do Pantanal, inclusive”. Da reunião desta terça-feira (25) ficou acordada a realização de uma audiência pública no dia 9 de julho. Nela deverão participar todos os entes envolvidos em prol do combate aos focos de calor. Ainda conforme o deputado estadual, a participação do setor produtivo nas ações é muito importante. “O setor produtivo primeiro é vítima e pode ser o causador. Então nós temos que tomar o cuidado deles estarem bem informados”. O diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, frisa que algumas áreas no estado estão há cerca de 60 dias sem chuvas. “Isso todo ano é preocupante, mas previsível. Todos os anos nós temos seca. O Pantanal, como é uma área de uso restrito, embora 92% esteja dentro das áreas privadas, ele tem cada vez mais dificuldade de trabalhar. Ele é muito mais melindroso”. Francisco Manzi lembra que hoje no Pantanal existem menos de um milhão de cabeças de bovinos. O bioma já foi o “berço da pecuária de Mato Grosso e outros estados”. “Os pantaneiros já não estão dormindo. Eles reclamam da dificuldade que possuem. Estão muito preocupados. Cada vez mais apreensivos. Mas, é fundamental que se entenda que isso é um problema da população como um todo”, ressalta Francisco Manzi. (Canal Rural MT)