Parlamento Europeu adia aplicação da Lei Antidesmatamento, mas desafios para produtores brasileiros persistem
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, voltou a criticar a Lei Antidesmatamento após o Parlamento da União Europeia (UE) adiar a aplicação da lei. Segundo ele, embora o adiamento seja visto como uma vitória temporária, as dificuldades impostas pela regulamentação ambiental europeia seguem sendo um desafio crescente para os produtores rurais. Na última quinta-feira, (14.), o Parlamento da União Europeia (UE) optou por adiar entre 12 a 18 meses a aplicação da lei. A decisão determina que as novas exigências ambientais entram em vigor em dezembro de 2025 para grandes empresas e em junho de 2026 para micro e pequenas empresas. Com aspecto protecionista, o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), conhecida como Lei Antidesmatamento, estabelece critérios ambientais e barreiras comerciais para país em desenvolvimento, como o Brasil. “Isso abre vantagem para países que fazem parte da União Europeia, considerando que são países com baixo risco de desmatamento, já que por lá não existe mais vegetação nativa em áreas que são agricultáveis. Isso traz uma desvantagem para nós produtores brasileiros, em especial os produtores aqui do estado de Mato Grosso”, aponta o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber. O adiamento oferece alguns meses de fôlego, mas também revela as implicações da nova lei, que pode favorecer países da União Europeia e criar obstáculos comerciais para os países em desenvolvimento que ainda preservam grandes áreas de vegetação nativa. Para Lucas Costa Beber, a prorrogação não deve ser motivo para relaxamento, mas uma oportunidade para reforçar as ações que já estão sendo adotadas. “Esse tempo que ganhamos temos que ser proativos e continuar mostrando a sustentabilidade e boas práticas adotadas pelos produtores mato-grossenses, como o plantio direto e programas que atendem exigências de sustentabilidade, de direitos trabalhistas e sociais dentro das propriedades rurais, como o nosso programa Soja Legal”, destaca. Uma das maiores preocupações do setor diz respeito ao custo elevado dos sistemas de rastreabilidade e segregação exigidos para atender à nova regulamentação da União Europeia. A Aprosoja Mato Grosso está empenhada em evitar que esses custos sejam repassados aos produtores, principalmente àqueles que já cumprem as normas ambientais brasileiras. O presidente da associação destaca que a expectativa é que as tradings, principais intermediárias na comercialização, assumam parte das despesas de rastreabilidade. Contudo, a transferência dos custos para os compradores internacionais pode representar um desafio significativo para a competitividade brasileira, podendo reduzir o volume de exportação. “Estamos atentos às mudanças e continuaremos a trabalhar junto às autoridades para que a implementação dessa lei não resulte em desigualdade ou injustiça para os produtores que respeitam a legislação brasileira. Se for necessário criar uma logística paralela para atender a esses requisitos, que a União Europeia e seus consumidores assumam os custos adicionais, não onerando aos produtores brasileiros e nem criando restrições para atender uma pequena demanda sobre todos os produtores, fazendo com que eles percam a sua competitividade e o direito de uso da terra”, afirmou o presidente da Aprosoja-MT. O próximo passo será a retomada das negociações no Comitê de Meio Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar da União Europeia. Esse é um momento crucial para apresentar argumentos técnicos que demonstrem o impacto econômico dos novos requisitos de conformidade para os produtores brasileiros, especialmente em relação à rastreabilidade e à diligência devida. A Aprosoja Mato Grosso permanecerá ativa nessas discussões, com o objetivo de evitar que o produtor mato-grossense seja prejudicado e para assegurar que a agricultura seja reconhecida por seu compromisso com a sustentabilidade e pela busca contínua de práticas responsáveis.
Semeadura da soja entra na reta final em Mato Grosso
O plantio da soja entrou em reta final no estado de Mato Grosso. Até o dia 15 de setembro 98,98% dos 12,6 milhões de hectares estavam cobertos com as sementes e plantas em desenvolvimento. Segundo levantamento, a região médio-norte foi a primeira a desligar os motores das máquinas. Os números foram divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) na última sexta-feira (15) e apontam que os trabalhos da safra 2024/25 seguem pela segunda semana consecutiva à frente do ciclo passado, que nesta época estava em 96,29%. Já em relação à média histórica da soja para o período, também está na frente. A média é de 97,16%, aponta o Instituto. O relatório de plantio da soja mostra ainda que a região centro-sul do estado também está perto de desligar as máquinas. Por lá, 99,87% da área estava semeada até o dia 15. No norte de Mato Grosso 99,76% e na região oeste 99,39%. As regiões sudeste e nordeste, as mais “atrasadas”, avançaram significativamente durante a semana e alcançaram 98,45% e 96,86% de suas respectivas áreas. Canal Rural MT
Aprosoja MT encerra sua participação na COP 29 e nota isolamento entre as nações
Delegação da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) finaliza sua participação na Conferência entre as Partes, COP 29, nesta sexta-feira (15.11), após acompanhar de perto os quatro primeiros dias de discussões em torno das ações para combater as mudanças climáticas. Com o objetivo de reunir líderes globais, a COP 29 realizada em Baku, no Azerbaijão, que se encerra no dia 22 de novembro, teve ausência de líderes de países chave, desânimo e isolamento entre nações. Durante o evento, o vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier, e o diretor administrativo, Diego Bertuol, acompanharam painéis e dialogaram com autoridades sobre os impactos das políticas ambientais no setor produtivo e o papel do agronegócio na produção de alimentos e na transição para matrizes energéticas mais sustentáveis. “Estamos atentos ao que pode impactar a nossa forma de produzir alimentos e recursos para o mundo. Nossa missão é mostrar que as necessidades do produtor brasileiro devem ser consideradas nas decisões globais que moldam o futuro da agricultura. Estivemos em Baku para defender soluções sustentáveis e garantir que o agronegócio continue crescendo de forma responsável”, afirma Bier. Devido a pouca representatividade e adesão das principais lideranças, a Conferência deixa claro que há certo isolamento entre as nações e as delegações dos países se encontram em um ambiente de comunicação limitada, muitas vezes restrito a discussões internas. “Os maiores emissores de CO2, como os Estados Unidos, a China, a França e a Alemanha, não estão presentes nessa conferência. Vemos com preocupação toda essa situação, em que os estandes dos países só têm pessoas da mesma nacionalidade, então a gente vê uma deficiência de comunicação entre as nações e todo mundo falando mais do mesmo”, destaca o vice-presidente da Aprosoja MT. O evento, que antecede a COP 30 no Brasil em 2025, também revelou uma preocupação crescente sobre a falta de ações concretas e viáveis para enfrentar a crise climática. Em um cenário de ineficácia nas grandes decisões, Mato Grosso se destaca ao reforçar o compromisso com uma agricultura mais sustentável, apostando em soluções que são exemplos de preservação ambiental e produção eficiente. “Infelizmente, estamos vendo pouca representatividade dos países que mais cobram preservação ambiental. Mesmo assim, Mato Grosso está aqui mostrando que nós temos a agricultura mais eficiente e sustentável do planeta, garantindo a segurança alimentar de todo o mundo, mostrando que é possível produzir com qualidade e preservar o meio ambiente”, afirmou o secretário de estado de desenvolvimento econômico de Mato Grosso, César Miranda destacando a contribuição do estado à segurança alimentar global. O deputado federal e vice-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), Arnaldo Jardim, em encontro com a delegação da Aprosoja MT, reforçou a importância da agricultura para o aumento da demanda pelos biocombustíveis. “Eu quero agradecer os produtores pela ajuda no debate sobre o combustível do futuro, que eleva a outro patamar a demanda pela soja, para aumentar a produção do biodiesel. E, para aumentar a produção de etanol, tem entre outras fontes, a produção do milho associado à soja”, afirma o deputado. A discussão em torno da transição para fontes de energia renovável é importante para estimular o aumento do processamento da soja e do milho no mercado interno, contribuindo para a valorização dos grãos. “Ouvir o secretário de estado de desenvolvimento econômico falar mais sobre a sustentabilidade e também o deputado federal Arnaldo Jardim destacando a importância do combustível verde, dá maior segurança para a indústria planejar seu investimento e para o produtor rural produzir mais matéria-prima”, comenta o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol. Com a participação na COP 29, a Aprosoja Mato Grosso reforça o compromisso em mostrar como funciona de fato a agricultura, destacando a representatividade da produção agrícola e as ações do setor para a preservação ambiental.
Produtores rurais priorizam importação de fertilizantes para reduzir custos operacionais
Após uma safra marcada pela perda de pouco mais de 21 milhões de toneladas de grãos no país no comparativo com a temporada agrícola anterior, produtores rurais de Mato Grosso e de todo o país buscam alternativas para otimizar os custos de produção e maximizar a rentabilidade. Neste cenário, a importação de insumos, como os fertilizantes, é a saída para manter as margens de lucro. De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), somente em 2023, as compras de fertilizantes pelo Brasil junto ao mercado internacional representaram, aproximadamente, 8,3% do valor total das importações. O país também atingiu volumes recordes, importando cerca de 41 milhões de toneladas do produto – um aumento de 7,6% em comparação com 2022. Na visão da diretora comercial da WM Trading, Lívia Verjovsky, mesmo com a queda nos preços dos insumos ao longo do ano, a alta dependência do Brasil se manteve devido, especialmente, ao crescimento da demanda agrícola e à produção nacional limitada – com excesso de chuvas em algumas regiões e estiagem prolongada em outras. “A importação permite que o brasileiro compre os insumos a preços mais baixos e tenha uma maior gama de opções para a sua necessidade”, analisa a executiva. Segundo Lívia, a aquisição de fertilizantes inclui a uréia, com suas variações de concentração de nitrogênio, fósforo, potássio, glifosato, picloram e inseticidas também, como o Acetamiprido. Os principais parceiros comerciais do Brasil neste setor são Rússia, Canadá, China, Marrocos, Estados Unidos da América e Belarus. “Esses países desempenham papeis essenciais na cadeia de suprimentos de fertilizantes, sobretudo em nutrientes como potássio, fósforo e nitrogênio”. Ainda segundo a diretora comercial da companhia, o cenário atual com perspectiva de recuperação para os resultados no agronegócio dão otimismo e numa exponencial crescente o mercado de importação de insumos nos próximos anos. A busca por opções de produtos no exterior se intensificou e se democratizou no Brasil desde a pandemia. Além disso, os níveis de tecnologia envolvidos no agronegócio só aumentam. “Cada vez mais vemos produtores potencializando sua capacidade produtiva a partir de tecnologias de fertilização, plantio e colheita. Isso não seria diferente na manutenção dos insumos e equipamentos necessários a esse crescimento”, avalia Lívia Verjovsky. WM Trading Com sede em Vitória-ES, a WM Trading é a primeira do segmento no Brasil a obter a certificação ISO 9001. Em 2024, a empresa, cuja missão é proporcionar soluções eficientes e inovadoras em comércio exterior, investiu em rebranding para se tornar até 2030 a líder tecnológico em comércio exterior de larga escala. A companhia tem presença em 14 estados brasileiros e uma filial no Panamá. Além disso, a empresa possui certificações necessárias para concluir nacionalizações junto a diversos órgãos como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Da Assessoria
Cira notifica 90 produtores rurais e empresários em Mato Grosso
Uma força-tarefa integrada pelo Ministério Público de Mato Grosso, por meio da 14ª Promotoria de Defesa da Ordem Tributária, Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Fazendária, Secretária de Estado da Fazenda e Procuradoria-Geral do Estado, deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Legado, com o objetivo de recuperar ativos e combater crimes fiscais praticados por produtores rurais e empresários no Estado. A operação faz parte do planejamento estratégico do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), com atuação integrada de diversos órgãos estatais. A ação de hoje, fruto de uma investigação aprofundada desencadeada após a descoberta do esquema de notas fiscais frias identificado pela Operação Crédito Podre, visa notificar aproximadamente 90 produtores rurais e empresários envolvidos em práticas ilícitas de sonegação fiscal. O esquema, que gerou prejuízos milionários aos cofres públicos, operava com a emissão de notas fiscais inidôneas e criação de créditos fictícios, permitindo aos envolvidos a evasão de impostos e vantagens indevidas em suas atividades econômicas. Os alvos das notificações estão distribuídos por diversas regiões de Mato Grosso, abrangendo atividades econômicas no setor agropecuário e empresarial. A ação do Cira tem como objetivo não só a recuperação de ativos, mas também o fortalecimento da transparência e do respeito às normas fiscais, sendo que as notificações expedidas marcam o primeiro passo do processo de recuperação de ativos. De acordo com as autoridades envolvidas, o trabalho conjunto do Cira reflete o compromisso das instituições em coibir a sonegação fiscal e garantir que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados. “A Operação Legado representa o empenho do Estado em restaurar a justiça fiscal e assegurar que os tributos sejam pagos de forma justa e equitativa por todos os contribuintes, além de desestimular práticas que causam desequilíbrio na economia regional”, destacaram.
Cotações do algodão voltam a subir em Nova York
Após fechar em queda na última semana, os contratos para o algodão na bolsa de Nova York apresentaram alta nesta semana. Para dezembro de 2024, os contratos encerraram positivos em 2,1%, enquanto para 2025 de 1,3%. Além da boa notícia nos contratos, ao se olhar para o mercado brasileiro, semana foi marcada pela divulgação de que o país registrou o melhor começo de safra de exportações da história com 562 mil toneladas de pluma entre agosto e outubro. Somente em outubro foram 280 mil toneladas. As informações constam no Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa desta sexta-feira (8). Confira os destaques trazidos pelo Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa: Algodão em NY – O contrato Dez/24 fechou nesta quinta 07/nov cotado a 71,05 U$c/lp (+2,1% vs. 31/out). O contrato Dez/25 fechou em 73,27 U$c/lp (+1,3% vs. 31/out). Basis Ásia – O Basis médio do algodão brasileiro no posto Leste da Ásia é de 881 pts para embarque Nov/Dez-24 (Middling 1-1/8″ (31-3-36), fonte Cotlook 07/nov/24. Altistas 1 – Com as eleições definidas nos EUA, uma importante fonte de incerteza nos mercados foi reduzida. Altistas 2 – Preparando-se para enfrentamentos com a nova gestão Trump, a China anunciou hoje mais US$ 1,4 trilhão em pacote de estímulos à economia. Altistas 3 – Ontem (7), o Federal Reserve (Fed) reduziu os juros em 0,25 pp. É a 2ª redução consecutiva. Baixistas 1 – Apesar do grande apoio do setor empresarial, há muito receio nos EUA em relação aos impactos que uma escalada na guerra comercial com a China pode causar na economia. Trump 2.0 – 1 – Trump ameaçou, na campanha, impor tarifas de 60% sobre produtos chineses. No seu 1o mandato, em 2018, a guerra comercial EUA-China incluiu uma série de tarifas sobre produtos chineses. Trump 2.0 – 2 – Naquele período, uma das armas da China foi impor tarifa de 25% sobre o algodão americano e ainda boicotar o algodão da Austrália, o que abriu muito espaço para o algodão do Brasil. Trump 2.0 – 3 – Antes do primeiro mandato de Trump, a participação do Brasil nas importações chinesas era de menos de 10%. No último ano comercial, o Brasil liderou as importações chinesas com mais de 40% de participação. Trump 2.0 – 4 – Se por um lado o algodão brasileiro soube aproveitar a briga dos gigantes para crescer na China na fase 1 da guerra comercial, agora temos muito mais a perder do que em 2018. China 1 – Cerca de 94% das lavouras em Xinjiang já foram colhidas na China (+11 pp que na semana anterior). China 2 – As exportações têxteis da China em outubro totalizaram US$ 25,5 bilhões (+11% em relação ao ano anterior). EUA – A colheita atingiu 63% da área nos EUA no domingo (03), +11 pp que na semana passada. Índia – A estimativa do Ministério da Agricultura da Índia é de que a safra 2024/25 seja de 5,08 milhões tons (-8% frente a 2023/24). A projeção é inferior à do USDA. Austrália – Os australianos exportaram 189.350 tons de algodão em set/24. Foi o maior volume mensal em dois anos. Japão 1 – Representantes da Abrapa estiveram no Japão esta semana em reuniões com uma das maiores redes de varejo do mundo, fiações, tradings e entidades do setor têxtil. Japão 2 – O Japão mudou seu foco de atuação. Das fiações, passou a atuar em várias áreas: de equipamentos de teste, máquinas de fiação, comércio de algodão e de fios até marcas globais e de moda. Missão ApexBrasil 1 – Os bons resultados do Cotton Brazil foram destaque nas reuniões de planejamento que a Apex Brasil, o MAPA e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) promoveram na última semana na Ásia. Missão ApexBrasil 2 – Uma delegação da Abrapa participou da agenda tanto em Bangkok como em Tóquio. A parceria com a ApexBrasil, adidos agrícolas, diplomatas e embaixadores brasileiros foi reforçada na missão. Cotton Day Santos 1 – Mais de 150 produtores, traders, operadores de terminais portuários e retroportuários, armadores, prestadores de serviços e autoridades participaram do 1º Cotton Day Santos na quarta passada (6). Cotton Day Santos 2 – Toda a cadeia logística brasileira do algodão definiu estratégias conjuntas para melhorar o escoamento da fibra. Este é o 3º evento da Abrapa em Santos desde a implantação do programa de certificação ABR-LOG. Cotton Day Santos 3 – Santos é o maior porto do mundo no escoamento de algodão, com fluxo anual mensurado em 2,7 milhões tons. A próxima agenda de trabalho do grupo já tem data: 27 de novembro. Brasil – Exportações – As exportações brasileiras de algodão somaram 280,9 mil tons em outubro. Volume 24,5% superior que o registrado no mesmo mês de 2023. Brasil – Beneficiamento 2023/24 – Até ontem (07) foram beneficiados no estado da BA (92%), GO (92,8%), MA (58%), MG (92%), MS (97%), MT (72,70%), PI (80,18%), PR (100%) e SP (100%). Total Brasil: 77,20%. Preços do Algodão – Consulte tabela abaixo:
Com foco na mineração, gigante chinesa XCMG/Extra Máquinas aposta no mercado mato-grossense
Setor que movimenta mais de R$ 7 bilhões por ano em Mato Grosso, a mineração no estado tem atraído investimentos de várias empresas. É o caso da fabricante chinesa de máquinas pesadas XCMG/Extra, que enxerga na mineração mato-grossense potencial de expansão e tem feito grandes investimentos para atender os consumidores da região. A empresa está presente na 2ª Expominério, maior feira desse mercado no país, e que é representada pela Extra Máquinas, em cinco estados brasileiros. Sexto maior produtor de minérios do país, Mato Grosso tem recebido grandes empresas da mineração que investem principalmente na exploração de ouro, calcário, manganês, estanho, diamante, agregados da construção civil como areia e brita, além do zinco. Para essa exploração é fundamental o uso de máquinas pesadas, que possibilitam o trabalho. Com esse potencial, a XCMG tem destinado grandes investimentos em Mato Grosso, com fornecimento de máquinas como escavadeiras de grande porte e caminhões de fora de estrada, que são o carro-chefe da fábrica. Apesar de ser chinesa, a empresa adaptou seus produtos para a realidade brasileira, que tem especificidades como as altas temperaturas e o tipo de solo. “A XCMG é uma fábrica de mais de 80 anos e a terceira do mundo em máquinas pesadas. A empresa enxerga o Brasil como uma terra de grandes oportunidades e Mato Grosso como um mercado de extrema importância. Temos uma projeção mais que positiva para 2025, com crescimento, que inclui não só a venda as máquinas, mas também o pós-venda com assistência técnica especializada e um maior estoque de produtos”, explica o diretor comercial da Extra Máquinas, representante oficial da XCMG no Brasil, Aharon Briante. Além das máquinas para mineração, o mercado em Mato Grosso tem demandado também produtos para o agronegócio e a pavimentação de estradas, área que tem se destacado pela quantidade de obras em rodovias realizadas pelo Governo do Estado. Pensando nisso, a Extra Máquinas apresenta na Expominério uma nova frente de atuação, focada em operação estruturada para mineração e setor florestal. “Organizamos projetos junto a essas empresas e colocamos as máquinas e mão de obra para a realização dos trabalhos pesados e estruturados”, aponta. “Atendemos diferentes perfis, desde os clientes de grande porte como as mineradoras, mas também clientes de pequeno e médio porte, com as empresas de pavimentação e as construtoras. Mato Grosso tem um enorme potencial para as grandes máquinas em diversos setores, o que chamou a atenção da fábrica chinesa, que tem fornecido produtos cada vez mais personalizados para esse público”, avalia o diretor da Extra Máquinas, Pérsio Briante. Com 40 anos de história em Mato Grosso, a Extra Máquinas é especialista em máquinas pesadas e já negociou 7,5 mil caminhões e mais de 3 mil escavadeiras, carregadeiras e retroescavadeiras nas últimas quatro décadas. Entre os diferenciais da empresa estão os maquinários da XCMG à pronta entrega, mesmo os de grande porte, além do pós-venda com uma equipe especializada que garante o suporte necessário ao cliente em até 24 horas. “Além da qualidade do produto, o nosso diferencial é o pós-venda para dar aos nossos clientes o atendimento em tempo hábil para resolver o problema. Sempre trabalhamos para melhorar a nossa estrutura que fornece um suporte rápido e de qualidade aos nossos clientes, tendo em vista que uma máquina parada é sinônimo de prejuízo”, avalia Briante. Hoje a XCMG, por meio da Extra Máquinas, e que tem operações estruturadas no setor de mineração, terraplanagem, florestal e agropecuária, está presente em Cuiabá, Sinop, Nova Mutum, Água Boa, Confresa, além de Benevides, Itaituba e Marabá, no Pará, em Aparecida de Goiânia e Jataí, em Goiás, e no Distrito Federal. Expominério Realizada pelo segundo ano em Cuiabá, a Expominério tem como objetivo se tornar um evento referência no setor de mineração. Neste ano foram debatidos temas como os desafios do setor, mineração sustentável, soluções práticas para certificação, políticas jurídicas, transição energética, inovações e mercado internacional de investimentos. Entre as participações especiais estão o ex-ministro Aldo Rebelo e o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Seabra. O evento contou ainda com stands de empresas do setor que levaram inovações tecnológicas e iniciativas não só do Governo de Mato Grosso como de outros estados que já estão em andamento e que têm trazido resultados positivos. A feira vai até sábado (9).
Fazenda em MT tenta se recuperar após fogo atingir 90% da propriedade
A fazenda Santa Apolônia, localizada na divisa entre os municípios Rondonópolis e Poxoréu (a 220 e 260 km de Cuiabá), enfrentou uma situação desastrosa. Dos 3,6 mil hectares da propriedade, mais de 90% foi destruído pelas queimadas, deixando um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões. Galpões, áreas de reserva vegetal, pastagens e cercas foram consumidas pelo fogo. O pecuarista Walter José de Oliveira, conta ao MT Sustentável, desta semana, que utiliza recursos próprios para a reconstrução da sua propriedade, focado na recuperação de mais de 130 quilômetros de cercas e pastos. “Em quase 48 anos, nunca vi um fogo dessas proporções em minhas propriedades, nunca aconteceu isso. O fogo veio de outras propriedades vizinhas, com uma invasão muito rápida durante um longo período de estiagem, causando um transtorno total”, comenta. O nome da fazenda é uma homenagem à padroeira dos dentistas. Isso porque, antes de se dedicar à pecuária, Walter exerceu a odontologia por 30 anos e a há 17 anos, trocou o consultório pelo campo. Incêndios dificultam recuperação da propriedade A prioridade do pecuarista agora é dividir novamente os pastos e recuperar as cercas. “Nós já estamos vendendo gado para poder fazer a recuperação das cercas e das coisas prioritárias. O curral, que queimou, tivemos que improvisar. Estamos desfazendo de patrimônio e para recuperar tudo, levaremos uns oito anos,” explica Walter. Para documentar o incidente e proteger-se de possíveis processos, Walter contratou o consultor e engenheiro florestal Ananias Bueno. Ele preparou um laudo técnico utilizando imagens de satélite, que mostram que o fogo não teve origem na propriedade de Walter. “A gente monta esse laudo para mostrar o passo a passo da queimada. Isso resguarda ele e demonstra que, de fato, ele não é o causador da queimada dentro da propriedade. Tudo para sua defesa, para ele se garantir de algum processo futuro que venha a ocorrer,” pontua Ananias. Embora a devastação seja grande, a natureza possui uma capacidade regenerativa notável. Após o fogo, apenas duas chuvas foram suficientes para mudar a coloração das áreas de pastagem. No entanto, essa brotação precisa de ajuda adicional com adubação e calagem para garantir que o gado tenha alimento suficiente sem degradar o solo. Para Ananias, a análise do solo é essencial para a recuperação da pastagem. “É bem provável que, com a queima, muitos nutrientes sejam perdidos, e o pasto precisa desses nutrientes para se manter. Só o pasto, por si só, vai ser difícil de retornar. É interessante entrar com algum tipo de adubação para que o gado possa voltar e ter o alimento necessário para engordar de novo,” ressalta. Apoio de cooperativas para produtores O que ocorreu na fazenda de Walter é um cenário que se repete em várias propriedades de Mato Grosso, levando muitos produtores a buscar recursos financeiros em cooperativas de crédito. Willian Aguiar, assessor do segmento agro/Sicredi, observa que a maioria dos produtores está lidando com os prejuízos utilizando recursos próprios, que se esgotam rapidamente. Ele orienta os produtores a procurarem pela cooperativa. “É importante que eles conversem com as instituições para buscar esse recurso e conseguir um prazo adequado para poder recompor esse trabalho de anos dentro da propriedade”. Canal Rural MT
Visita ao Porto de Qingdao: Aprosoja MT fortalece laços comerciais com a China
A delegação da Aprosoja MT esteve, nesta terça-feira (5), no Porto de Qingdao, um dos mais movimentados e tecnologicamente avançados do mundo. Localizado na província de Shandong, na China, o porto é conhecido por sua eficiência operacional, com o uso de sistemas automatizados como guindastes automáticos de cais (AQC), veículos autoguiados (AGV) e pórticos automáticos sobre trilhos (ARMG). Com um calado de 20 metros, o Porto de Qingdao é capaz de operar os maiores navios de carga do mundo, o que o torna um ponto estratégico para o comércio internacional. Durante a visita, os representantes de Mato Grosso conheceram de perto as instalações e discutiram a possibilidade de ampliar as exportações do estado para o mercado chinês. “O Porto de Qingdao é um exemplo de eficiência e inovação, e é fundamental que conheçamos essa infraestrutura para estreitar nossa relação com a China. O objetivo é que nossos produtores de Mato Grosso possam, no futuro, exportar diretamente para aqui, aumentando as oportunidades de negócios para a agricultura do estado”, afirmou Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja MT. A visita também incluiu uma parada em um armazém de gergelim, para entender melhor o processo, funcionamento e capacidade de importação do grão na China, onde o foco principal da delegação foi estreitar a parceria comercial com o maior mercado asiático. A abertura de novos canais de exportação é uma importante visão para os próximos anos, de acordo com o vice-presidente Sul da entidade, Fernando Ferri. “Essa visita faz parte de um esforço contínuo para expandirmos nossa presença no mercado asiático. A relação com os portos e a infraestrutura de logística da China é fundamental para garantir que os produtores de Mato Grosso tenham acesso a novas oportunidades de exportação. Viemos ainda conhecer as instalações onde em um futuro breve deverá chegar o nosso gergelim que é mais uma porta de comércio onde o produtor terá mais uma opção como fonte de renda de segunda safra”, destacou Ferri. Após a visita ao Porto de Qingdao, a delegação segue para Xangai, onde participará da Feira Internacional de Importação da China, com o objetivo de continuar a construção de um relacionamento estratégico com o país.
Mapa e Embrapa estimam que produção de carnes crescerá 22,21% até 2034
O estudo “Projeções do Agronegócio”, realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa) em parceria com a Embrapa, estima que a produção brasileira de carnes terá um crescimento de 22,21% até 2034, atingindo 37,6 milhões de toneladas. Esse aumento deve ser impulsionado, principalmente, pela carne de frango, que se destaca como a proteína com maior crescimento projetado. Segundo o estudo, a produção de carne de frango deve crescer 28,4% nos próximos dez anos, passando das atuais 15,2 milhões de toneladas para 19,5 milhões de toneladas em 2034. A carne suína também deverá apresentar um crescimento expressivo, de 27,5%, saltando de 5,4 milhões para 6,8 milhões de toneladas. Já a produção de carne bovina terá um avanço mais moderado, com um crescimento de 10,2%, chegando a 11,3 milhões de toneladas. As exportações de carnes brasileiras também apresentam uma previsão otimista. Em dez anos, o Brasil deve ampliar as vendas externas de carne de frango em 29,7%, alcançando 6,6 milhões de toneladas exportadas em 2034. As exportações de carne bovina e suína devem crescer 27,1% e 22,5%, respectivamente, com a carne bovina projetada para atingir 4,5 milhões de toneladas e a carne suína 1,5 milhão de toneladas. O estudo destaca que o cenário favorável para as exportações é apoiado por acordos comerciais com países consumidores, o que deve fortalecer a posição do Brasil no mercado internacional. De acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil deve se consolidar como o maior exportador mundial de carne bovina até 2033, com participação de 27,5% nas exportações globais, além de manter a liderança nas exportações de frango, com 41% do mercado mundial, e ficar em terceiro lugar nas vendas de carne suína. O consumo doméstico de carnes também deve crescer, com alta de 18,15% no período. A maior expansão será no consumo de carne de frango, com crescimento de 26,9%, totalizando 12,8 milhões de toneladas em 2034. O consumo de carne suína deverá aumentar 25,4%, chegando a 5,2 milhões de toneladas, enquanto a demanda interna por carne bovina deve apresentar crescimento modesto, de 0,6%, alcançando 6,8 milhões de toneladas. Além das carnes, o estudo aponta que a produção de leite no Brasil deve crescer 19% até 2034, passando dos atuais 36,2 bilhões de litros para 43,1 bilhões de litros. Contudo, o consumo de leite deverá superar a produção, alcançando 46,1 bilhões de litros em 2034, o que indica que o Brasil continuará dependendo de importações para atender à demanda interna, com projeções de importação de 1,3 bilhões de litros. Fonte: Pensar Agro