Caso Daniel Alves: autoridades de Barcelona defendem vítima

Autoridades de Barcelona e da Catalunha aproveitaram a repercussão da prisão de Daniel Alves para enaltecer o protocolo da região contra violência sexual. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, a porta-voz do governo catalão, Patrícia Plaja, disse que o caso mostra crimes dessa natureza são punidos na região.

Tatuagem íntima de Daniel Alves fez jogador entrar em contradição durante depoimentos

– A mensagem é muito clara: seja quem seja o suposto agressor sexual, a violência sexual não fica impune. E isso é possível porque há leis, há protocolos que protegem as vítimas. Neste caso concreto, na boate onde ocorreram os fatos foram aplicados de maneira adequada e inequívoca os protocolos contra o assédio e as agressões sexuais em espaços de lazer – declarou Plaja.

A porta-voz do governo da Catalunha exaltou a coragem da vítima que denunciou o jogador brasileiro. Patrícia Plaja reiterou que o caso é um bom reflexo das alterações recentes na legislação espanhola, com maior rigor aos crimes de violência sexual.

– Isso só é possível pelo valor desta vítima e de tantas outras, que já não calam, dão o passo e denunciam e apontam os agressores. São mulheres valentes, que dizem basta – disse Plaja.

Em suas redes sociais, a prefeita de Barcelona, Ada Colau, adotou o mesmo discurso. Ela publicou uma mensagem de solidariedade e agradecimento à vítima do caso, por levar a denúncia adiante. Colau enalteceu a boa atuação da casa noturna Sutton, que acionou o protocolo antiviolência sexual, e reiterou o atendimento das agentes da polícia catalã à jovem.

– Quero enviar um abraço à vítima. Somos muitos que estão contigo e te mandamos toda a força. Atender e acompanhar as vítimas deve ser uma prioridade e foi assim que a casa noturna Sutton agiu seguindo o protocolo #NoCallem (#NãoCalem) da Câmara Municipal de Barcelona. (…) Não nos calamos. Nós vamos continuar saindo à noite, amigos – publicou a prefeita da cidade.

Daniel Alves está preso preventivamente desde a última sexta-feira, em Barcelona. Na última segunda, o lateral brasileiro foi transferido de prisão na cidade, e nesta terça, ele contratou um novo advogado. O prazo para tentar um recurso é até esta quinta-feira. O jogador vai permanecer recluso até julgamento, que não tem data marcada.

A acusação de agressão

Os principais jornais da Espanha – como “El País” e “El Mundo”, de Madri, e “El Periódico” de Barcelona – publicaram trechos do depoimento prestado à Justiça pela mulher que acusa Daniel Alves de agressão sexual. O jogador está em prisão preventiva sem direito a fiança. Ele nega ter cometido o crime do qual é acusado.

De acordo com os relatos publicados pela imprensa espanhola, a vítima contou no depoimento que no dia 30 de dezembro de 2022 estava na boate Sutton, em Barcelona, quando o grupo do qual fazia parte recebeu um convite para entrar numa área VIP. Um garçom as levou até uma mesa onde estava Daniel Alves, a quem a vítima inicialmente não reconheceu. Um grupo de mexicanos, amigos do jogador, o apresentou à denunciante.

Daniel Alves, em ação pelo Pumas, do México — Foto: Ulises Ruiz/AFP

Daniel Alves, em ação pelo Pumas, do México — Foto: Ulises Ruiz/AFP

Segundo os jornais, a vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”. Por volta das 4h30 da madrugada, ele pediu a ela para segui-lo até uma porta. Assim que entraram, ela se deu conta que estava num banheiro. Ali teria ocorrido a agressão.

Sempre de acordo com o depoimento da denunciante, ela teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida. Daniel Alves a teria penetrado de maneira violenta até ejacular. Ele teria sido o primeiro a deixar o banheiro. Quando ela saiu, contou o que aconteceu a uma amiga. Quando a segurança do local foi informada, o lateral já tinha deixado a boate. A vítima foi imediatamente fazer exames num hospital. Dois dias depois, ela fez a denúncia à polícia.

A associação de casas noturnas da Catalunha (Fecasarm) e da Espanha (Spain Nightlife) entraram com documento na Justiça solicitando poder exercer acusação popular na causa, por entenderem que o caso pode “afetar interesses coletivos”.

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