Caminho; a beleza é enxergar

André Naves

Foto: Divulgação

Sou Defensor Público Federal, Conselheiro do Chaverim – grupo de assistência às pessoas com deficiência intelectual e psicossocial, e atuo também em diversas outras organizações voltadas à Inclusão Social. Muito prazer! Acredito na Cultura, na Educação e na Proteção Social como ferramentas essenciais à Emancipação Individual e Coletiva. E foi pensando nisso que resolvi contar algumas memórias da minha vida no livro “Caminho: A Beleza é Enxergar”, que será lançado virtualmente no próximo dia 24, para inspirar as pessoas, a partir da minha trajetória de superação após o acidente automobilístico que sofri aos 19 anos.

Toda a renda obtida com a venda do livro será doada para instituições vinculadas ao desenvolvimento social sustentável, inclusivo e justo. Com isso, quero criar um maior envolvimento social com a Cultura de Doar e com a Filantropia.

No livro conto sobre o acidente, que me deixou 45 dias de coma, 6 meses sem andar e com sequelas motoras; e sobre as reflexões que me trouxeram um novo olhar diante da vida. Convido às pessoas à leitura prazerosa e desinteressada, mas também a um estudo mais atento e à releitura, por meio de diferentes camadas de entendimento.

Logo no início, há um verdadeiro “abrir de cortinas”, como que batidas nas portas desse novo caminho. Metaforicamente ainda envolto às trevas do coma, vou retomando a Luz… Passo a relembrar. De onde vindes? Quais as minhas raízes? Quais perfumes, sabores e sons me acompanham?

Quem vem lá? É a segunda questão. Passo a recordar a minha individualidade, a identidade sendo constituída desde a infância, a minha personalidade, ora inata, ora moldada por minha família, minhas amizades, minhas experiências… Faço uma dura, porém essencial, digressão, e conto do acidente que sofri. As minhas memórias são como sementes que afloram mostrando que a coletividade é essencial à Individualidade.

O que trazeis? É a terceira questão que minhas memórias tentam responder. Reflexões sobre Superação das pedras que encontrei durante meu caminho. Cantos de Inspiração, baseados na Disciplina, filha da Força; na Perseverança, broto da Beleza; e na Alteridade, a mais bela flor da Sabedoria.

O que vindes aqui fazer? É a quarta questão apresentada. Representa nosso dever primordial. É a indicação de que nossa dignidade individual molda a estrutura social, e, nesse sentido, o nosso caminho deve ser de celebração da diversidade, de enaltecimento das características individuais únicas.

Só assim, com Inclusão, Educação e Trabalho, nosso caminho produzirá estruturas sociais Justas, criativas e inovadoras: essa é a resposta à última questão de nossa consciência.

O que desejais? Construir estruturas sociais sustentáveis, inclusivas e justas.

André Navesé Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social, e mestre em Economia Política. É também comendador cultural, escritor, professor e palestrante.

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