Câmara vai acionar Paulo Henrique após operação da PF; colegas pedem processo por quebra de decoro

O presidente da Câmara dos Vereadores de Cuiabá, Chico 2000 (PL), recebeu na manhã desta segunda-feira (10), o pedido da bancada de oposição e vai acionar o vereador Paulo Henrique (MDB) na Comissão de Ética da Casa de Leis. A solicitação ocorre após o parlamentar ser alvo de busca e apreensão na Operação Ragnatela, que investiga um grupo criminoso suspeito de lavar dinheiro por meio de casas de shows.

Ao todo sete vereadores fazem parte do grupo que assinaram o pedido de abertura uma investigação por quebra de decoro parlamentar contra Paulo Henrique, são eles: Maysa Leão (Republicanos), Dilemário Alencar (UB), Sargento Joelson (PSB), Demilson Nogueira (PP) e Luiz Fernando (UB).

Caso o requerimento seja acolhido, Paulo Henrique poderá ter o mandato cassado. O requerimento será lido em plenário nesta terça-feira (11), para que os vereadores e a sociedade sejam informados de forma oficial.

“Os Vereadores solicitam a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá que o grave caso que envolve o nome do vereador Paulo Henrique seja remetido à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, para os devidos encaminhamentos, devendo a apontada Comissão emitir parecer sobre o caso, observado o devido processo legal e o direito de ampla defesa e do contraditório ao Parlamentar”, diz trecho do documento que pede a cassação do Paulo Henrique. 

A vereadora Maysa Leão, pontou que a  Comissão de Ética espera explicações do vereador. 

“A Comissão de Ética não age se não for provocada. Então, nós fizemos essa provocação para que o caso do vereador Paulo Henrique seja apurado pela Comissão de Ética. Ele precisa, no mínimo, trazer explicações e provas de que não está envolvido. Se ele não conseguir comprovar, ele precisa ser cassado”, disse a vereadora Maysa à imprensa. 

De acordo com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), o vereador é suspeito de usar o Sindicato dos Agentes de Regulação do Município de Cuiabá (Sindarf-MT), da qual é presidente, para lavar dinheiro oriundo do tráfico. O local também foi alvo de mandados de busca e apreensão.

O grupo criminoso chegou a comprar uma carga de telha avaliada em R$ 10,5 mil e distribuir na sede da entidade. A informação consta nos autos da decisão assinado pelo juiz de direito João Francisco Campos de Almeida, que desencadeou a ação, na última quarta-feira (5).

O parlamentar foi alvo de busca e apreensão, tendo seu veículo detido pelos policiais. Ele é apontado como suspeito de auxiliar na liberação de licenças e alvarás para casas noturnas supostamente usadas em um esquema de lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho (CV).

Em nota encaminhada à imprensa, Paulo Henrique negou as acusações. Ele ressaltou que jamais exerceu qualquer poder de influência na liberação de eventos e lembra que as casas de shows que também foram alvo da operação foram autuadas durante fiscalização.

O vereador ainda disse que não tem relação com os fatos que assessores realizam em particular, “quando tomado conhecimento de algo ilícito faço as medidas cabíveis de exoneração”.

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