A Câmara de Cuiabá deu início na manhã desta quarta-feira (11), em sessão extraordinária, ao julgamento que poderá cassar o mandato de Edna Sampaio (PT), acusada de se apropriar indevidamente da Verba Indenizatória (V.I.) de sua ex-chefe de gabinete. A leitura do relatório teve início por volta das 9h. A defesa da parlamentar alega que o processo é ilegal e poderá ser anulado.
A sessão extraordinária foi convocada pelo presidente da Câmara, o vereador Chico 2000 (PL), exclusivamente para votar o relatório da Comissão de Ética. A segurança da Casa foi reforçada e dois grupos, contrário e favorável à Edna.
São necessários 13 votos favoráveis ao relatório da Comissão de Ética, que aponta para a cassação.
A vereadora chegou à Câmara após o início da sessão, acompanhada de apoiadores e de seu suplente, Robson Cireia, que eventualmente irá assumir o mandato caso a cassação se confirme. À imprensa, a vereadora disse que não irá acompanhar o julgamento.
“É uma sessão ilegal, de gente irresponsável e que atropela o processo legal. Não vou ser presa da extrema-direita da Câmara de Cuiabá. Vou provar e fazer a defesa do meu gabinete, para quem estiver realmente interessado na verdade. Não vou para o Plenário dar palco para essa ilegalidade”, disparou a vereadora.
“A história vai contar o tamanho das pessoas que produziram a cassação absurda contra mim, a história vai contar o que é, e o porquê, da casa ser conhecida como ‘Casa dos Horrores’, aqueles que não se submeteram à cassação do meu mandato, meus sentimentos”, completou.
Relatório da Comissão de Ética foi lido pelo vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania). O parlamentar destacou, principalmente, as tentativas de Edna de obstruir a votação, se negando por exemplo a receber as notificações para apresentação de sua defesa no âmbito da Comissão.
Os vereadores Eduardo Magalhães (Republicanos), Mário Nadaf (PV) e Ricardo Saad (PSDB) justificaram a ausência na sessão e não irão votar o relatório. Paulo Henrique (PV) e Cezinha Nascimento (UB) também não compareceram, porém não justificaram a falta.
Os vereadores terão direito a 15 minutos cada um para expor seus respectivos votos. O primeiro a falar foi o vereador Luís Claudio (PP), autor do pedido de cassação. O parlamentar ressaltou que não é confortável para a Casa penalizar qualquer colega de uma forma tão drástica, mas conclamou os pares para que votem de acordo com o que determina a legislação, embora o julgamento dos vereadores tenha cunho político.
Luís Claudio disse, ainda, que “Edna buscou o ataque ao invés de apresentar sua defesa”.
A vereadora Maysa Leão (Republicanos), também votou pela cassação de Edna.