Prefeito de Diamantino tem cassação do mandato negada nesta segunda-feira
A Câmara Municipal de Diamantino rejeitou, nesta segunda-feira (21), a denúncia contra o prefeito Manoel Loureiro Neto (MDB) sobre seu suposto envolvimento em propina. A representação, movida por um cidadão do município, foi arquivada por 7 a 2 e seria o primeiro passo para a abertura do processo de cassação do mandato do prefeito. Os vereadores Eraldes Catarino (MDB), Adriano Corrêa (PSB), Diocelio Pruciano (PDT), Matheus Keller (PSD), Michele Carrasco (União Brasil), Ranielli Lima (PDT) e Zé Carlos (PDT) votaram contra a cassação do prefeito. O vereador Edmilson Freitas (PSDB) e o presidente da Câmara Arnildo Neto (Podemos) votaram pela aceitação da denúncia. Leia Mais: Prefeito de Diamantino acusado de receber propina tem sigilo bancário quebrado Segundo o desembargador Rondon Bassil Dower Filho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o Ministério Público não apresentou indícios concretos para afastamento do prefeito de Diamantino. “Defiro o pedido de afastamento do sigilo bancário no período compreendido entre 1º.6.2022 e 31.5.2023.[…] Ademais, o órgão acusatório não apontou peculiaridades fáticas do caso concreto que pudessem justificar o afastamento imediato do agente político do cargo (primeiro representado), condição indispensável para que se defira a medida cautelar tratada no art. 319, inc. VI, do CPP, reservada, como se sabe, a hipóteses excepcionalíssimas”, diz trecho do documento. Leia Mais: Vídeo flagra prefeito de Diamantino contando dinheiro de suposta propina Dessa forma, o prefeito Manoel Loureiro (MDB) vai continuar seu trabalho até o final de seu mandato. Por Marcelo Guerreiro
Senacon cobra explicações da 123Milhas sobre viagens canceladas
A agência de viagens 123Milhas terá de explicar à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) os motivos que a levaram a cancelar pacotes de viagem e a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e dezembro. A Senacon informou que a empresa foi notificada e terá prazo de dois dias para prestar os esclarecimentos, entre eles como os consumidores serão ressarcidos. O caso já vem sendo acompanhado pelo Ministério do Turismo que, no sábado (19), informou que acionaria a Senacon para avaliar a conduta da 123Milhas. Por meio de sua conta no Twitter, o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, disse – nesta segunda-feira (21) – que vai notificar a empresa para que dê explicações acerca do cancelamento de pacotes flexíveis de viagem. “Caso sejam identificadas irregularidades no ressarcimento aos consumidores, abriremos processo administrativo que poderá resultar em sanções à empresa”, tuitou o secretário. “A empresa não pode, por exemplo, oferecer apenas a opção de voucher para ressarcir os clientes, que têm o direito de optar pelo ressarcimento em dinheiro. Consumidores que se sintam lesados podem encaminhar reclamação através do site. Em nota, o Ministério da Justiça lembrou que a modalidade de venda de passagens – por meio de transferência de milhas – precisa atender previsão do Código de Defesa do Consumidor. “A cláusula contratual que permita cancelamento de forma unilateral é considerada abusiva e consequentemente nula. O reembolso deve garantir que os consumidores não tenham prejuízo e a opção por voucher não pode ser impositiva, tampouco exclusiva. A devolução deve atender os valores pagos com eventuais correções monetárias”, diz a nota do Ministério da Justiça ao enfatizar que a empresa deve informar de forma clara a modalidade de reembolso. Resposta As manifestações do secretário e do Ministério da Justiça respondem ao comunicado divulgado pela empresa na sexta-feira (18), quando informou que suspendeu a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e dezembro deste ano. Na sequência, a 123Milhas disse que os valores já pagos pelos clientes serão devolvidos em vouchers para compra na plataforma da empresa. Os cancelamentos, segundo a agência de turismo, teriam ocorrido por “motivos alheios a sua vontade”. “Nós entendemos que essa mudança é inesperada e lamentamos o inconveniente que isso possa causar. Para nós, manter a sua confiança é o mais importante. Por isso, estamos fazendo o possível para minimizar as consequências deste imprevisto”, declarou a plataforma da empresa. Também por meio de nota, o Ministério do Turismo disse que acompanhará o avanço das investigações e que manterá os consumidores informados. Por Agência Brasil
Agroindustria recua no 1º semestre e deve cair no ano todo, segundo FGV Agro
A produção agroindustrial recuou 1,2% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado, mostrou pesquisa mensal sobre a agroindústria da FGV Agro. Na avaliação da instituição, a queda do Índice de Produção Agroindustrial, chamado de PIM Agro, na primeira metade do ano decorre do recuo de 5,2% no segmento de produtos não alimentícios, o que inclui insumos agropecuários, produtos têxteis e produtos florestais. Em contrapartida, o desempenho do segmento de produtos alimentícios e bebidas foi 2,2% superior na mesma base comparativa. No segmento de produtos não alimentícios, a redução do indicador foi puxada pela queda em insumos agropecuários (17,2%), produtos têxteis (5,1%) e produtos florestais (4,1%), que foram parcialmente compensados pela alta de 12% no segmento de biocombustíveis e de 2,6% em fumo. “O desempenho da economia brasileira no segundo trimestre de 2023 foi pior do que nos primeiros três meses do ano, o qual foi beneficiado, sobretudo, pelo bom resultado da agropecuária nacional. A produção agroindustrial, principalmente, de produtos não alimentícios segue o mesmo ritmo da economia brasileira. Com isso, o setor ainda não conseguiu entrar em uma trajetória de crescimento”, observou a FGV na pesquisa divulgada nesta segunda-feira (21). Alimentos e bebida A FGV Agro destacou que, apesar da contração da atividade da agroindústria, o setor de alimentos e bebidas mostra “maior resiliência” que a indústria de transformação e a indústria em geral, que recuaram 1,3% e 0,3% no período, respectivamente. “O setor de produtos alimentícios, por sua vez, teve um primeiro semestre melhor, beneficiado, sobretudo, pela supersafra brasileira e a consequente desaceleração da inflação dos alimentos, o que impactou positivamente a produção desse setor. Assim como a indústria de transformação, a agroindústria conta com condições que impedem uma maior retomada como, por exemplo, a elevada taxa de juros e, naturalmente, o elevado patamar de endividamento e inadimplência das famílias”, comentou a instituição. Por Canal Rural
Receita Federal abre consulta ao 4º lote de restituição do IR nesta quinta-feira (24)
O quarto lote de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física 2023 estará disponível para consulta a partir das 10h da próxima quinta-feira (24). São contempladas também restituições residuais de exercícios anteriores. O crédito bancário para 6.118.310 contribuintes será realizado no dia 31 de agosto, no valor total de RS 7,5 bilhões, sendo que R$ 914,1 milhões se referem ao quantitativo de contribuintes com prioridade legal. São 11.960 contribuintes idosos acima de 80 anos; 86.427 entre 60 e 79 anos; 9.065 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave; 30.453 cuja maior fonte de renda seja o magistério; e, por fim, 219.288 contribuintes sem prioridade legal, mas, por terem utilizado a Declaração Pré-preenchida ou optado por receber a restituição via Pix, receberam a prioridade. Foram contemplados ainda 5.761.117 contribuintes não prioritários que entregaram a declaração até o dia 29 de maio deste ano. Como consultar A consulta poderá ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar em Meu Imposto de Renda e, em seguida, no botão Consultar a Restituição. Também é possível fazer a consulta no aplicativo da Receita Federal para tablets e smartphones. O pagamento será feito no dia 31 de agosto, na conta ou na chave Pix do tipo Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) informada na declaração do Imposto de Renda. Caso o contribuinte não esteja na lista, deverá entrar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e tirar o extrato da declaração. Se verificar uma pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina. Resgate Se, por algum motivo, a restituição não for depositada na conta informada na declaração – como no caso de conta desativada – os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil. Nesse caso, o cidadão poderá agendar o crédito em qualquer conta bancária em seu nome, por meio do Portal BB ou ligando para a Central de Relacionamento do banco, nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos). Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição depois de um ano, deverá requerer o valor no Portal e-CAC. Ao entrar na página, o cidadão deve acessando o menu Declarações e Demonstrativos, clicar em Meu Imposto de Renda e, em seguida, no campo Solicitar restituição não resgatada na rede bancária. Por Agência Brasil
Prefeito de Diamantino acusado de receber propina tem sigilo bancário quebrado
O prefeito de Diamantino (200 km de Cuiabá) Manoel Loureiro Neto, acusado de receber propina de dono de construtora da cidade, teve a quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça. Essa ação será decisiva para o avanço das investigações. O prefeito foi alvo de busca e apreensão na terça-feira passada (15), durante operação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), com apoio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ambos ligados ao Ministério Público Estadual (MPE). Com a quebra do sigilo bancário será permitido o acesso ao extrato detalhado das contas bancárias dos investigados, a identificação individualizada da origem e o destino das movimentações efetuadas por meio de cheques emitidos, depósitos, transferências e pagamento de boletos e de faturas de cartão de crédito. “A investigação somente poderá alcançar o seu objetivo – com a elucidação dos fatos – através de uma análise detalhada das contas bancárias do prefeito investigado e de seu motorista particular que, em tese, recebia os valores indevidos diretamente do empresário e, posteriormente, os depositava ou transferia para a conta bancária do prefeito”, explica o MPE. O motorista do prefeito, Fernando Tenório Cavalcante dos Santos, também foi alvo de buscas e teve o sigilo quebrado. Leia mais: Vídeo flagra prefeito de Diamantino contando dinheiro de suposta propina O prefeito de Diamantino foi flagrado em vídeo contando dinheiro que seria proveniente de propina. As investigações mostraram que Manoel teria exigido pagamentos de propina do empresário Alessandro Souza de Carvalho, da construtora Monte Alto Ltda., como condição para a autorização e liberação dos valores devidos pelo Município. O empresário afirmou que os valores exigidos eram entregues em espécie ao prefeito ou ao seu motorista, Fernando Tenório, “pessoa de confiança do prefeito que ficava encarregado de arrecadar a propina na ausência do seu chefe”. Segundo Alessandro, em meados de 2022 as exigências se agravaram e o prefeito teria insinuado que os procedimentos licitatórios vencidos pela empresa continham irregularidades.
Empresa terá que indenizar funcionária suspensa por corte de cabelo em Cuiabá
Uma empresa de vigilância de Cuiabá terá que indenizar em R$ 10 mil, por danos morais, uma trabalhadora que foi suspensa e teve o salário descontado por cortar o cabelo no estilo “dreadlock”. A ação julgada pela 7ª Vara de Trabalho de Cuiabá determinou indenização em razão da discriminação racial. O caso aconteceu em março de 2022, quando o supervisor da empresa compareceu para fiscalização de rotina e a puniu a vigilante com suspensão de três dias e desconto de R$ 376,99 no salário por ter adotado o estilo de cabelo dreadlocks solto e sem boné Ela registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e procurou a Justiça do Trabalho de Mato Grosso. Neste período, a vigilante entrou de férias e ao retornar ao trabalho, sofreu outra suspensão, também relacionado ao seu cabelo. Segundo a vítima, foi ameaçada com demissão caso não mudasse o visual. O caso também foi levado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que, após apuração, puniu a empresa com multas administrativas. Ao se defender no processo, a empresa alegou que a suspensão ocorreu devido à má conduta da empregada, que já teria sido avisada em outras ocasiões sobre o uso adequado do uniforme. A trabalhadora, por sua vez, alegou que o corte de cabelo afro não estava relacionado ao uniforme e não existia norma anterior dizendo que era obrigatório o uso do boné e cabelo preso. Na sentença, o juiz Muller Pereira concluiu que a suspensão e os descontos salariais foram injustos, uma vez que não havia justificativa para punir a vigilante pelo corte de cabelo. Destacou ainda que a menção específica ao termo “rastafári” no livro de ocorrências indicava uma possível motivação racial por parte do supervisor. Para ele, se a questão fosse apenas o cabelo solto, uma simples referência a isso teria sido suficiente. “É natural inferir que a conduta do supervisor, portanto, teve contornos discriminatórios raciais, mormente porque, numa sociedade como a brasileira, em que o racismo estrutural está enraizado, o corte de cabelo “rastafari” (a rigor, é denominado de “dreadlock”, já que “rastafari” é um movimento religioso), é comumente gatilho para a prática de preconceito racial”, disse o magistrado. Além da indenização, a empresa deverá devolver o desconto indevido feito na remuneração da trabalhadora. Em colaboração com Assessoria
Maratona de Negócios Criativos voltada para artes cênicas começa nesta segunda (21)
A 12ª Maratona de Negócios Criativos começa nesta segunda-feira (21), às 19h, no Centro Cultural Casa Cuiabana, com uma programação voltada para a cadeia produtiva das artes cênicas em Mato Grosso. O evento de qualificação, que é promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), vai fomentar estratégias de negócios de grupos e companhias de teatro, dança, circo e performance. A Maratona específica para as artes cênicas nasceu de uma demanda do setor, conforme explica a superintendente de Desenvolvimento da Economia Criativa na Secel, Keiko Okamura: “O principal objetivo dessa edição é ajudar em um dos aspectos mais importantes para a manutenção e desenvolvimento das artes cênicas no Estado, que é a sustentabilidade financeira. Com o processo de formação da Maratona, buscamos trazer informações sobre o mercado e ferramentas que irão ajudar as companhias a vencer esse e outros desafios para o fortalecimento do setor”. Confira programação completa da Maratona: Segunda-feira (21), das 19h às 21h: palestra master ‘Artes Cênicas são Negócios Criativos: Estratégia e Colaboração’. A atividade apresenta oportunidades de sustentabilidade financeira a partir do panorama brasileiro atual e será seguida por uma roda de conversa; Terça (22) e quarta-feira (23), das 19h às 22h: oficina ‘Gestão de grupos: modelos e desafios’. De forma prática, o workshop aborda gestões estratégica, administrativa e financeira para apresentar ferramentas de estruturação sustentável de negócios criativos; Quinta (24) e sexta-feira (25), das 19h às 22h: oficina ‘Branding’. Nesse curso de seis horas, a estratégia de gestão de marca será explorada para contribuir com a sustentabilidade financeira e posicionamento dos grupos e companhias, expandindo a experiência artística para além dos palcos; Já as consultorias serão oferecidas a partir dos assuntos abordados nas palestras e oficinas da Maratona. Com uma hora de duração por tema, serão agendadas em formato presencial no período vespertino nos dias 24 e 25 de agosto, e também online durante o mês.Para conduzir as atividades, a Secel conta com os serviços dos especialistas Qiah Salla, Maria Teresa e Jorge Gumz da Una Criatividade, empresa de consultoria que é referência em economia criativa no Brasil. As inscrições para participar da 12ª Maratona de Negócios Criativos são gratuitas e ainda estão abertas no site do evento. Da Assessoria
A Nova Lei de Licitações
GUILHERME CARVALHO Em não raros trechos, a Lei nº 14.133/2021 discorre sobre temas suficientemente polêmicos e, por vezes, de difícil compreensão, no mais das vezes com o intuito de promover uma justificativa antecipada para a ação, estabelecendo-se assim uma absolvição preventiva para o pior dos cenários. Tal porque a passagem da exacerbada explicação para a escusa é construída sobre um terreno escorregadio. Por tais razões, como quem antevê a incisão de um controle externo destoante da realidade de quem licita — é dizer, aquele que exerce a função administrativa —, o legislador atrai, no corpo da lei, um malabarismo sem precedentes, cuja linguagem é anfibológica, prolongando um dos pontos que mais atormentam os agentes envolvidos no processo de contratação pública: a dúvida, que passeia, de mãos dadas, com a possível melhor solução. Logo por isso, a Lei de Licitações e Contratos Administrativos agrega, para além das dificuldades naturais e (inerentes) à confecção de um instrumento editalício (e seus anexos), outro fator igualmente inquietante, no que diz respeito à satisfação dos que, posteriormente, podem (sem ônus) criticar a forma pela qual foi conduzido o processo licitatório. Distante de qualquer manifesta coincidência — e ao encontro dos fundamentos carreados nesse texto —, exemplo característico (e, em certa medida, inusitado) encontra-se na opção (sem margem de escolha clara e segura) quanto ao parcelamento ou agrupamento do objeto licitado. Por mais romanesco que aparente ser, invariavelmente se tratam de ideias distintas e que, por isso, comumente são acompanhadas de disjunções impraticáveis. Pontualmente, ao tratar da elaboração do estudo técnico preliminar, o inciso VIII do § 1º do artigo 18 menciona, como um dos elementos que nele devem estar contemplados, “justificativas para o parcelamento ou não da contratação”. Acresça-se a isso que, conforme redação do § 1º, “o estudo técnico preliminar deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação (…)”. Embora nem todos os elementos a que se refere o § 1º devam, necessariamente, estar contidos no estudo técnico preliminar, o § 2º do artigo 18, que aborda os elementos mínimos, não deixa de mencionar o inciso VIII ao qual se fez referência. De tal modo, as justificativas quanto ao parcelamento ou não da contratação são indispensáveis. Por outro lado, quando se refere às compras, o legislador, mitificando a idealização de um programa estratégico, assinala que, além da expectativa do consumo anual, deverá ser observado o atendimento ao “princípio” do parcelamento (alínea “b” do inciso V do artigo 40), “quando for tecnicamente viável e economicamente vantajoso”. O aspecto da vantajosidade é complexo, porque não se reduz ao preço, envolvendo outros desafios, a exemplo do ciclo de vida do objeto. Logo, parcelar nem sempre se encontra adstrito à cotação, sendo viável o parcelamento quando houver aquisição em maior valor, desde que mais vantajosa, justificando, todavia, as razões e motivos que validam a vantajosidade. Muito embora seja bastante delicado abranger o parcelamento como ferramenta objetiva, mesmo assim se esforça o legislador em cataloga-lo como “princípio” referente às compras, devendo-se levar em consideração (§ 2º do artigo 40): “I – a viabilidade da divisão do objeto em lotes; II – o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com vistas à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos os parâmetros de qualidade; e III – o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concentração do mercado”. As aparentes soluções que do § 2º do artigo 40 constam são completamente desfeitas pelas normas presentes no contrastante § 3º do mesmo artigo, mencionando que o parcelamento não será adotado quando: “I – a economia de escala, a redução de custos de gestão de contratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a compra do item pelo mesmo fornecedor; II – o objeto a ser contratado configurar sistema único e integrado e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pretendido; III – o processo de padronização ou de escolha da marca levar a fornecedor exclusivo”. Inegável que acerca de todas as vertentes trazidas nos mencionados dispositivos legais não pairam dúvidas, sobretudo porque se tratam de conceitos primários da ciência econômica. A bem de ver que, salvo raras exceções, o parcelamento confronta o ganho obtido com a economia de escala e, por outro lado, à sua serventia potencializa-se a competividade. Parece um tanto óbvio que, se se parcela mais o objeto licitado, maior será o número de licitantes. Todavia, também indene de dúvidas que haverá uma tendência quanto à perda de ganho em escala. Trata-se, portanto, de uma fraseologia estilisticamente decifrável. Aderente à explicitabilidade do “princípio” do parcelamento inerente às compras, igual sorte deriva dos serviços em geral (artigo 47, II). Burlescamente, o legislador impõe ao administrador público uma inconclusa ilogicidade (perdão à tautologia), ao estabelecer, respectivamente, nos incisos II e III do § 1º do artigo 47, que o parcelamento deve levar em consideração: “o custo da Administração de vários contratos frente às vantagens da redução de custos, com a divisão do objeto em itens; III – o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concentração de mercados”. À luz da análise de tais dispositivos legais, inquestionável que o legislador pretendeu saturar o corpo normativo com um excesso de definições comuns e naturais à Economia, na ilusória pretensão de domesticar, com a força da lei, o exercente da função pública. Guilherme Carvalho – é advogado Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site Cuiabá Notícias.
Caminho; a beleza é enxergar
André Naves Sou Defensor Público Federal, Conselheiro do Chaverim – grupo de assistência às pessoas com deficiência intelectual e psicossocial, e atuo também em diversas outras organizações voltadas à Inclusão Social. Muito prazer! Acredito na Cultura, na Educação e na Proteção Social como ferramentas essenciais à Emancipação Individual e Coletiva. E foi pensando nisso que resolvi contar algumas memórias da minha vida no livro “Caminho: A Beleza é Enxergar”, que será lançado virtualmente no próximo dia 24, para inspirar as pessoas, a partir da minha trajetória de superação após o acidente automobilístico que sofri aos 19 anos. Toda a renda obtida com a venda do livro será doada para instituições vinculadas ao desenvolvimento social sustentável, inclusivo e justo. Com isso, quero criar um maior envolvimento social com a Cultura de Doar e com a Filantropia. No livro conto sobre o acidente, que me deixou 45 dias de coma, 6 meses sem andar e com sequelas motoras; e sobre as reflexões que me trouxeram um novo olhar diante da vida. Convido às pessoas à leitura prazerosa e desinteressada, mas também a um estudo mais atento e à releitura, por meio de diferentes camadas de entendimento. Logo no início, há um verdadeiro “abrir de cortinas”, como que batidas nas portas desse novo caminho. Metaforicamente ainda envolto às trevas do coma, vou retomando a Luz… Passo a relembrar. De onde vindes? Quais as minhas raízes? Quais perfumes, sabores e sons me acompanham? Quem vem lá? É a segunda questão. Passo a recordar a minha individualidade, a identidade sendo constituída desde a infância, a minha personalidade, ora inata, ora moldada por minha família, minhas amizades, minhas experiências… Faço uma dura, porém essencial, digressão, e conto do acidente que sofri. As minhas memórias são como sementes que afloram mostrando que a coletividade é essencial à Individualidade. O que trazeis? É a terceira questão que minhas memórias tentam responder. Reflexões sobre Superação das pedras que encontrei durante meu caminho. Cantos de Inspiração, baseados na Disciplina, filha da Força; na Perseverança, broto da Beleza; e na Alteridade, a mais bela flor da Sabedoria. O que vindes aqui fazer? É a quarta questão apresentada. Representa nosso dever primordial. É a indicação de que nossa dignidade individual molda a estrutura social, e, nesse sentido, o nosso caminho deve ser de celebração da diversidade, de enaltecimento das características individuais únicas. Só assim, com Inclusão, Educação e Trabalho, nosso caminho produzirá estruturas sociais Justas, criativas e inovadoras: essa é a resposta à última questão de nossa consciência. O que desejais? Construir estruturas sociais sustentáveis, inclusivas e justas. André Naves – é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social, e mestre em Economia Política. É também comendador cultural, escritor, professor e palestrante. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site Cuiabá Notícias.
Sonhos que se renovam
WILSON FUÁH Basta estarmos vivos para termos problemas, eles fazem parte das nossas vidas, pois sem os problemas, não teríamos parâmetros para valorizar as nossas vitórias. O importante é saber que nada vem de graça e nada é fácil, ou alguém já lhes disse que seria? Muitos se esquecem das pessoas que as ajudaram nas lutas diárias; esquece-se de agradecer a Deus; esquece-se de comemorar a vida por tudo que adquiriu e evoluiu, mas é importante saber que o resultado seja ele qual for, tudo que você conquistou será sempre seu e mesmo que seja pouco avaliado, porém esse pouco tem a marca de sua vitória e dos seus esforços. O importante é manter no registro mental, tudo que conquistamos e que por direito são nossos, foram alcançados pelos nossos esforços e pelo desejo profundo de aumentar o nosso querer, e mais que qualquer outra pessoa possa querer além de nós, por isso, é importante saber que os nossos sonhos materializam quanto os nossos projetos são realizados. Tudo que se tornou nosso, (mesmo que seja uma pequena conquista), temos que vibrar de forma festiva e positivamente, ou mesmo que de forma despercebidas aos olhos dos outros, pois essa energia festiva nos traz felicidade e na profundeza do nosso coração trará sensação de prazer, pois acima de tudo somos seres emocionais, e isso, nos dá o controle físico e equilíbrio espiritual, pois muitas vezes o pior adversário em nossas vidas, somos nós mesmos. Nunca devemos esquecer que acima de tudo, devemos ter sempre a certeza que podemos ir muito além, a vida não termina ao fim de um dia, pois a cada amanhecer renascem novos sonhos e as opções de conquistas vêm nos acordar para nos dizer que estamos vivos, é por isso que devemos estar atentos para reconhecer o nosso próprio valor e fazê-lo valer de fato. Wilson Carlos Fuáh – é economista e especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site Cuiabá Notícias.