Alerta: Queimadas emitem gases altamente tóxicos

Clóvis Botelho 

Devemos usar máscaras para diminuir a quantidade de partículas inaladas

O número de focos de queimadas registrado neste período de seca em Mato Grosso deixa as cidades encobertas por grande quantidade de fumaça.
As queimadas das vegetações emitem gases altamente tóxicos para as vias respiratórias, assim como as de lixo urbano que emitem substâncias cancerígenas.

A combustão, além de emitir esses gases e substâncias, gera o material particulado. As maiores são as que sujam o ambiente. As menores são as piores. As pequenas partículas, as chamadas fuligem, podem chegar até o pulmão e causar várias alterações inflamatórias.

A fuligem fica no ar por vários dias após o incêndio. Como um agente agressivo ao corpo humano, pode se transformar em fibrose pulmonar, que ao longo do tempo tem um efeito acumulativo e causar uma insuficiência respiratória crônica no paciente, fazendo com que ele precise até mesmo de um transplante pulmonar.

Sobre os gases, seus efeitos são mais agudos. Quando inalados em grande quantidade, a toxina pode causar uma espécie de queimadura na via aérea. Tudo depende do tempo de exposição e quantidade de gás inalado. Os danos podem ser graves, agudos e causar a morte.

É importante falar também sobre as queimadas dos lixos urbanos. As pessoas juntam lixo no quintal, que além de folhas de árvores têm outros tipos de lixo, a exemplo do plástico, e queimam. Esses materiais se transformam em fumaça e emitem substâncias cancerígenas. O efeito é muito pior.

Para melhorar o cenário, o ideal é que não sejam mais realizadas queimadas. Além disso, a população deve manter distância dos focos de incêndio, para não inalar as substâncias.

Devemos usar máscaras para diminuir a quantidade de partículas inaladas, além de uma boa hidratação e alimentação saudável para o organismo ter condições de se defender.

Pessoas que possuem doenças respiratórias devem tomar seus medicamentos corretamente e buscar seu médico para controle, pois nessa época do ano os riscos são maiores. Ingerir bastante água, evitar exercícios ao ar livre e manter uma alimentação mais leve.

Clóvis Botelho é especialista em Pneumologia em Mato Grosso e professor universitário.

Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

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