Advogados são presos em Cuiabá e Sinop durante operação acusados de auxiliar execução de crimes de facção

Dois advogados de Cuiabá, ainda não identificados, e os  advogados Roberto Luís de Oliveira e Jéssica Daiane Maróstica de Sinop (a 479 km de Cuiabá), foram alvos de mandado de prisão cumprido na manhã desta terça-feira (12), no âmbito da ‘Operação Gravatas’, que apura crimes envolvendo  membros de uma facção criminosa que estão presos por diversos crimes em Mato Grosso. Na casa de Jéssica, foram apreendidos R$ 100 mil em espécie.

A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada a quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

A informação foi confirmada pelo representante do Tribunal de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (TDP/OAB-MT), Edgleyton Barbosa, no entanto, ele afirmou que ainda não teve acesso total aos autos da operação, o que o impediu de dar maiores informações sobre o motivo do cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão. Mas afirmou que dois juristas que atuam na capital foram presos.

Os advogados detidos deverão passar por audiência de custódia ainda hoje e, caso mantida as respectivas detenções, o TDP irá atuar para resguardar suas prerrogativas, solicitando disponibilização de sala de estado maior para as detenções, conforme preceitua o Estatuto da OAB.

Operação Gravatas

A Delegacia da Polícia Civil de Tapurah deflagrou, nesta terça-feira (12), a Operação Gravatas, para cumprir 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões contra quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção criminosa que estão custodiados no sistema prisional.

Os mandados são cumpridos nas cidades de Sinop e Cuiabá. A investigação da Delegacia de Tapurah apontou a existência de uma organização criminosa com a participação dos advogados e do policial militar.

O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria.

“Não se trata da instituição democrática do direito de defesa em essência, que encontra respaldo nos direitos fundamentais da Constituição da República, mas sim de verdadeira associação voluntária dos juristas à organização criminosa”, salientou.

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