O adenocarcinoma de colo de útero é uma forma menos comum, porém mais agressiva, de câncer cervical. Embora o carcinoma escamoso seja o tipo mais prevalente, o adenocarcinoma merece atenção devido à sua natureza invasiva e desafiadora.
Ele se origina nas células glandulares presentes no revestimento do colo uterino. Ao contrário do carcinoma escamoso, que tem sua origem nas células escamosas do colo uterino, o adenocarcinoma se desenvolve nas glândulas responsáveis pela produção de muco cervical. Essa forma de câncer cervical é menos comum, representando cerca de 10% a 15% de todos os casos de câncer cervical, mas possui uma taxa de crescimento mais rápida e maior probabilidade de disseminação.
Causas e Fatores de Risco: A infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma de colo de útero. Outros fatores de risco incluem histórico de infecções sexualmente transmissíveis, tabagismo, imunossupressão, múltiplos parceiros sexuais, início precoce da atividade sexual, uso prolongado de contraceptivos orais e história pessoal ou familiar de câncer cervical.
Sintomas e Diagnóstico: Assim como outros tipos de câncer cervical, o adenocarcinoma de colo de útero pode não apresentar sintomas visíveis nas fases iniciais. Conforme a doença progride, os sintomas podem incluir sangramento vaginal anormal, dor pélvica, dor durante a relação sexual e aumento do corrimento vaginal.
O diagnóstico do adenocarcinoma de colo de útero envolve exames ginecológicos de rotina, como o exame de Papanicolau, que permite a detecção precoce de alterações nas células cervicais. Além disso, testes de triagem para HPV e biópsias podem ser realizados para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão do câncer.
Opções de Tratamento: O tratamento do adenocarcinoma de colo de útero varia de acordo com o estágio da doença, a idade da paciente, sua saúde geral e preferências pessoais. As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação dessas abordagens.
A cirurgia pode envolver a remoção do colo uterino (traquelectomia) ou do útero inteiro (histerectomia). Em estágios mais avançados, pode ser necessário remover os gânglios linfáticos próximos. A radioterapia é frequentemente utilizada após a cirurgia para destruir qualquer célula cancerígena remanescente. A quimioterapia pode ser administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou após o tratamento cirúrgico para eliminar células cancerígenas remanescentes ou controlar a disseminação.
O adenocarcinoma de colo de útero é uma forma agressiva de câncer cervical que requer atenção e cuidados adequados. A conscientização sobre os fatores de risco, a importância do exame de Papanicolau regular e a busca por tratamento precoce são fundamentais para melhorar os desfechos clínicos. Com avanços contínuos na detecção e no tratamento, espera-se que as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida das pacientes com adenocarcinoma de colo de útero continuem a melhorar. É essencial consultar um médico especialista para orientação e tratamento individualizado, considerando as características específicas de cada caso.
Dr. Rafael Sodré é Diretor Técnico e Cirurgião Oncológico do Hospital de Câncer de Mato Grosso.
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