Pela primeira vez na história, a eleição do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) contará com uma chapa de oposição. A Chapa 1 “Mudança Já!” é formada por 40 profissionais de diversas regiões do estado e tem como lema “Defendendo a medicina e apoiando o médico”. Programada para ocorrer nos dias 14 e 15 de agosto, a votação é obrigatória para todos os médicos.
A formação de um grupo de oposição à atual gestão da autarquia é motivada, entre outras coisas, pela ausência do Conselho no acompanhamento das atividades profissionais dos médicos, que, em muitos casos, sofrem com falta de estrutura adequada para realizar os atendimentos e convivem com atrasos salariais superiores a 120 dias.
Um dos conselheiros candidatos pela chapa 1, o médico Maikon Adriano Ticianel exemplifica bem a sensação de abandono vivida pelos profissionais, inclusive durante a pandemia da Covid-19. “Fui coordenador do Pronto-Atendimento de um grande hospital de Cuiabá, inclusive durante a emergência sanitária e nunca vi um médico do conselho naqueles corredores, para saber como estávamos, como tudo funcionava”.
Esta sensação é corroborada por outro candidato a uma das vagas no conselho, o médico Adriano Pinho. “O que me motivou a integrar esta chapa é saber que podemos fazer mais e melhor pelo médico. Como presidente da regional de Mato Grosso da Sociedade Brasileira de Ortopedia, vejo uma insatisfação muito grande dos profissionais que pensam inclusive em deixar a profissão. Precisamos fazer algo diferente”.
Também candidato pela chapa, o médico Diogo Sampaio ressalta que o distanciamento do CRM-MT da rotina dos profissionais, inclusive, fere a legislação que criou o Conselho Federal e os conselhos regionais. “Há uma visão de que o conselho é uma autarquia, um tribunal, que só pode punir o médico. Nós temos a visão de que ele pode fazer mais, trabalhar pela dignidade do médico, e é por isso que nós nos reunimos”.
Entre as propostas da Chapa 1, está a criação de um canal de comunicação exclusivo para que os médicos denunciem problemas estruturais nas unidades de saúde e atrasos salariais; fazer o CRM cumprir seu papel de defender a medicina sob todos os seus aspectos; integrar os médicos do interior ao conselho; e criar uma comissão do jovem médico, para apoiar e ouvir os profissionais em início de carreira.
A Chapa 1 é composta por 40 candidatos, 20 a conselheiros titulares e 20 a suplentes. Podem votar os médicos ativos que estiverem com seus dados cadastrais atualizados e em situação regular junto à autarquia.
Da Assessoria