A busca pela verdade

Rosana Leite

/Divulgação

Mais uma vez, a violência sexual faz vítimas no show business

Mais uma vez, a violência sexual faz vítimas no show business. O ex-vocalista do famoso grupo Spandau Ballet, Ross Willian Wild, foi acusado de estuprar três mulheres e filmar os crimes.

           

Detido pelas autoridades policiais na casa dos genitores, aguardará o resultado do julgamento que iniciou na última terça, dia 11 de junho, em Londres. Segundo narra a mídia, a acusação é do cometimento de uma série de delitos sexuais contra cinco mulheres, tendo estuprado três delas entre os anos de 2013 a 2023.

O primeiro caso aconteceu há 11 anos atrás, quando o cantor agarrou o seio de uma mulher, tendo gravado o ato ocorrido sem consentimento. Outra mulher contou ter sido abusada sexualmente enquanto dormia. Outra vítima afirmou que o músico a obrigava a ter relações sexuais cinco a seis vezes por noite com ele. As vítimas denunciam agressões sexuais, voyeurismo, intimidação e comportamento controlador.

           

O homem nega todos os fatos narrados contra ele, afirmando que aconteceram com o consenso das mulheres. Entretanto, o promotor de justiça do caso, Richard Hearden, afirmou: “Se essas coisas forem verdadeiras, o réu é um indivíduo totalmente manipulador e sádico.”

O que não deve ser motivo de celeuma, na atualidade, é que os delitos sexuais podem acontecer a qualquer momento, e praticados por qualquer pessoa. Assim, ainda que o ato sexual esteja acontecendo consensualmente, e uma das partes não queira continuar, se houver força para o término do ato, consuma-se um delito sexual. Logo, o consentimento, ou seja, o “sim”, não deve deixar margem para equívoco. 

           

Por aqui, no Brasil, sem saber qual será a sentença do acusado, há que se mencionar que não houve condescendência com todo o fato narrado pelas mulheres. As situações que envolvem crimes contra a dignidade sexual das mulheres devem ser tratadas sem as culpar, e com total crédito na palavra delas.

           

Importante ressaltar que no dia 21 de junho é comemorado o Dia da Educação Humana Não Sexista, tendo a data sido instituída no ano de 1991, pela Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina e do Caribe – REPEM. É premente o cuidado para que o ambiente escolar possa disseminar a justiça social com a igualdade entre os gêneros. É na escola que a primeira infância e o restante da juventude ecoam pela educação inclusiva, a fim de que todos e todas as estudantes recebam o acolhimento a transformar e formar seres humanos aptos ao convívio com demais seres humanos.   

           

Uma das canções mais famosas da banda que fez parte o mencionado cantor é a “True”, verdade. Nela, a reflexão primordial é sobre a honestidade e a busca pela verdade, tanto individual, quanto universal. A música, quase um hino que embalou e embala gerações, é um convite para a produção da verdade, e a tudo que esteja intimamente ligado à sinceridade.

           

Ao analisar situações criminosas contra a dignidade sexual de mulheres, é preciso a imersão em fenômenos sociais, que nos apresentam a análise crítica. Através do exame à luz da Sociologia, quer-se reconhecer a complexidade com a qual a sociedade busca questionar as muitas estruturas de poder que fazem proliferar a desigualdade, dentre elas, entre os gêneros. Ao compartilhar valores, crenças e conhecimentos, é de bom alvitre que a história seja trazida à baila, a fim de que as mulheres recebam o tratamento e a crença a reparar o descrédito de outrora.

           

Angela Davis ditou: “Temos que falar sobre libertar mentes quanto sobre libertar a sociedade.”

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.

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