A equipe de intervenção do Governo do Estado na Saúde de Cuiabá fez um parecer técnico sobre o que apurou nos primeiros 15 dias de trabalho. Na conclusão, foi apontado a falta de medicamentos básicos nos 28 postos de saúde.
Remédios de uso contínuo para tratamento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, contraceptivos e, ainda a carência de insumos para curativos simples. Além disso, foi apurado a falta de soro fisiológico para cuidados básicos aos pacientes como lavagem dos olhos e infusões necessárias para tratamento de urgências.
A Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) foi assumida pela equipe de intervenção com estoques zerados. Até mesmo antibióticos simples como Amoxicilina, Atenolol, Paracetamol não constavam no armazenamento anteriormente da gestão municipal da Capital.
Foi constatado também, a existência de profissionais da saúde em excesso, levantando a suspeita de apadrinhamento político. Foi identificada uma quantia excessiva de enfermeiros e técnicos auxiliares.
“Por outro lado, em uma análise prévia, identificou-se o excesso de servidores de outras carreiras, tais como enfermeiros, técnicos de enfermagem e apoio administrativo. Embora o tema demande maior aprofundamento, já é possível concluir pela existência de 22 enfermeiros e 121 técnicos/auxiliares em enfermagem em demasia”, aponta trecho do relatório.
Entenda
A intervenção do Estado na Saúde Pública de Cuiabá foi autorizada pelo Tribunal de Justiça a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). O governador Mauro Mendes publicou um decreto autorizando a intervenção, que foi posteriormente aprovado pela Assembleia Legislativa. A interventora, responsável em assumir a saúde de Cuiabá pelo período inicial de 90 dias, é a enfermeira e servidora pública municipal Danielle Pedroso Dias Carmona Bertucini.