Deputada Coronel Fernanda é citada como organizadora de ato antidemocrático

Deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e dois candidatos a deputado teriam sido responsáveis pela organização de atos antidemocráticos

O site de notícias UOL divulgou uma reportagem, nesta quinta-feira (16) dizendo que uma das pessoas detidas pela Polícia Federal por participação nos atos do 8 de janeiro, afirmou em depoimento que a deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e dois candidatos a deputado foram os responsáveis pela organização de um ônibus que saiu de Mato Grosso com destino a Brasília às vésperas do evento.

Reprodução

Detida em janeiro, Gizela Cristina Bohrer, 60 anos, é aposentada e residente em Barra do Garças (MT). Ela relatou à PF ter chegado a Brasília no sábado, véspera do ato que resultou na destruição das sedes dos Três Poderes. No depoimento, disse ter embarcado em um ônibus gratuito e que a caravana foi organizada pela deputada federal Coronel Fernanda, policial militar eleita para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, e pela candidata a deputada federal Analady Carneiro da Silva (PTB-MT), que não se elegeu, e pelo candidato a deputado estadual Rafael Yonekubo (PTB-MT), que ficou como suplente.

 

Procurada, a deputada Coronel Fernanda negou ter organizado ônibus para o ato do 8 de janeiro e disse que estava em Mato Grosso nessa data. “Em anos anteriores, quando tivemos aqueles primeiros movimentos, como do 7 de setembro, todos nós ajudamos, mas em 2023, não. Não tenho participação e nem sei quem é essa pessoa que está falando”, afirmou à coluna.

 

A PF já havia realizado busca e apreensão contra Analady Carneiro e Rafael Yonekubo em dezembro do ano passado, sob suspeita de que eles estavam incentivando a realização de atos antidemocráticos pelo país.

 

Questionados, Analady e Yonekubo negaram a organização de transporte para o dia 8. “Não fui nem organizei nada. Era meu casamento no dia 7 (de janeiro) e como eu já era alvo do ministro Alexandre de Moraes, eu não mexi com mais nada”, afirmou Yonekubo. Analady disse que havia viajado para Brasília em dezembro, mas que não participou das organizações para o 8 de janeiro. “Ela se confundiu”, disse.

É a primeira vez na investigação dos atos que parlamentares foram citados como possíveis organizadores das caravanas do 8 de janeiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal inquéritos contra André Fernandes (PL/CE), Clarissa Tércio (PP/PE) e Silvia Waiãpi (PL/AP) por incitação aos atos de violência e vandalismo registrados em Brasília no último dia 8 de janeiro. Na ocasião, os três negaram terem incentivado a depredação das sedes dos Poderes.

Os órgãos de investigação ainda não definiram quais providências serão tomadas sobre as informações apresentadas no depoimento de Gizela a respeito da atuação da deputada Coronel Fernanda. No depoimento, Gizela admitiu à PF que entrou nas instalações do Congresso Nacional durante o ato do dia 8 de janeiro, mas afirmou que “não aprova invasões”. “Entrou no Congresso pois estava chocada e queria filmar o que tinha ocorrido”, afirmou. Questionada sobre os responsáveis pela depredação, ela apenas afirmou que “acredita que quem fez o ‘quebra-quebra’ foram bandidos infiltrados”.

Veja a nota da deputada Coronel Fernanda

A deputada federal, Coronel Fernanda, esclarece que não tem participação, de qualquer natureza, no ato de 8 de janeiro, em Brasília. Inclusive, estava em Mato Grosso, na data em que houve a movimentação.

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