Censo em MT: 13% da população ainda não respondeu ao questionário

O presidente substituto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, veio até Mato Grosso para tentar melhorar os índices de resposta ao censo, já que a taxa de retorno ainda é baixa. Atualmente, 13% da população ainda não respondeu, percentual considerado crítico, já que prejudica o levantamento. O ideal é abaixo de 5% para que a pesquisa seja mais próxima da realidade possível. 

Um dos motivos para a baixa procura apontado pelo presidente é justamente as questões políticas. O censo teve início em agosto de 2022, justamente no período eleitoral, e Ciomar explica que a população acaba confundindo o trabalho com questões de governo ou partido. No entanto, ele destaca que o órgão é de Estado e existe há 86 anos, tendo superado várias transições de comando no país. Além disso, é um instituto respeitado mundialmente e que segue parâmetros internacionais. 

“O censo foi feito num período de eleição, muito polarizada, e a população acaba confundindo IBGE com governo. IBGE não é governo, é um  órgão de Estado. O censo é a única ferramenta de provimento de informações para áreas menores”, explicou o presidente. 

Cimar aponta ainda que essa não resposta acaba deixando a pesquisa muito enviesada e explica que a maior recusa está muito localizada na população de alta renda, em alguns pontos específicos em que acaba politizando a pesquisa. “O IBGE é […] uma instituição, de 86 anos, de credibilidade nacional e respeitada internacionalmente como um dos maiores institutos estatísticos do mundo. Tudo que o IBGE faz segue recomendações internacionais da ONU, incluindo o censo”, afirmou. 

Vale destacar que o censo é um estudo estatístico referente a uma população que possibilita o recolhimento de várias informações, tais como o número de homens, mulheres, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas, renda, religiosidade, escolaridade, até mesmo dados como população com espectro autista e, este ano, também terá um recorte sobre as populações quilombolas e indígenas, muito importante para Mato Grosso. 

Esse estudo é realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maioria dos países. No Brasil, o último levantamento realizado foi em 2010. Um novo deveria ter ocorrido em 2020, mas, devido à pandemia, foi suspenso e, em 2021, o órgão sofreu com um corte e acabou sendo adiado.

Apesar das dificuldades, o presidente do IBGE reforça a importância da população em aceitar os recenseadores em suas residências e fala ainda que a própria pessoa pode entrar em contato pelo telefone 137 e solicitar a participação na pesquisa.

O censo, inclusive, havia sido encerrado no dia 28 de fevereiro e agora o IBGE atua na Etapa de Apuração, que compreende os trabalhos de análise dos dados do censo, a serem realizados pelo Comitê de Fechamento do Censo (CFC). Com isso, os trabalhos vão implicar alguns retornos a campo.

Com informações do LeiaAgora

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