A jornalista Oziane Alves relatou em suas redes sociais que registrou um boletim de ocorrência após ser agredida por um policial militar durante uma abordagem.
Tudo ocorreu quando a profissional estava com a filha em seu carro e pensou ter visto o tio sendo abordado pela PM. No mesmo momento, fez o retorno para confirmar, e ao notar que não era ele, decidiu ir embora.
No momento em que estava indo embora, acabou sendo abordada pelo policial identificado como Lizandro. “Olhou e disse: ‘está tudo limpo, mas então vou te aplicar uma multa porque você estava percorrendo longo trecho da via em zigue-zague, aparentemente embriagada’. Falei que ele não poderia fazer isso, primeiro porque não aconteceu, segundo como ele aplicaria uma multa se estava regular, não aconteceu nada de errado?”, continuou.
Quando notou que estava sendo filmado, o PM chegou a apertar o pulso da jornalista tentando tirar o aparelho da sua mão. “Ele veio para cima de mim, me agrediu.
“Ele estava com minha CNH na mão, ele fechou a mão no meu celular e com a outra ele tentou forçar meu punho. Segurei com muita força o celular. Comecei a gritar por socorro, comecei a gritar para as pessoas que estavam sendo abordadas para que elas me ajudassem de alguma forma, porque o policial estava me agredindo”.
Em nota de solidarização a violência contra a jornalista Oziane Rodrigues, a vereadora Edna Sampaio exigiu da Polícia Militar, providências contra a atitude desumana e sádica do policial. Além disso, declarou que o ato foi extremamente covarde e vai totalmente contra ao modelo de segurança da PM.
“Esse é mais um caso do espetáculo de horror, de misoginia, de machismo que nós assistimos lamentavelmente no mês de março, mês das mulheres”, disse ela.
Além disso, a vereadora ainda enfatizou e defendeu a instalação de câmera de segurança em fardas, projeto que o mandato defende há muito tempo.
“Nós fomos defensoras aqui, de que os policiais usem câmeras nas fardas, é muito importante que isso aconteça para evitar os abusos de quem porta uma arma em nome do estado e que usa de forma completamente ao contrário, produzindo inclusive reações da fragilidade masculina que se sentem muito poderosos usando uma arma. Nós precisamos romper essa masculinidade tóxica que infelizmente muitos policiais possuem”, comentou.
Por fim, Edna Sampaio ainda falou da importância dos policiais receberem assistência psicológica para evitar reproduzir comportamentos tóxicos e agressivos. Ela informou também que vai enviar a denúncia, sobre o caso da jornalista, à Secretaria de Estado de Segurança Pública e o Conselho Estadual de Direitos Humanos para que sejam feitas as devidas investigações.
“Eu defendo também que os policiais sejam assistidos, tenham um programa permanente de assistência psicológica, e possam ter atendimento mesmo para que elas não continuem reproduzindo esse comportamento, tóxico, violentadora, desrespeitadora e misógino. Nós vamos tomar todas as providências em relação ao caso. Vamos encaminhar a denuncia a Secretaria de Estado de Segurança Pública, vamos exigir que sejam tomadas as devidas providências, porque não é possível que seja naturalizado o comportamento de policiais que violam o seu código de ética e de conduta e passa a naturalizar a violência e o abuso de autoridade. Minha solidariedade a Oziane, sua filha e todas as mulheres que sofrem violência, e ao Conselho Estadual de Direitos Humanos”, finalizou.