O assessor parlamentar Wanderley Leandro Nascimento Costa, 36, que foi morto no último dia 17 de fevereiro, em Cuiabá, tinha uma casa exclusiva para receber e abusar de crianças e adolescentes, de acordo com informações da Polícia Civil, nesta quinta-feira (2). O inquérito foi encerrado e está em sigilo para preservar os menores de idade.
“A investigação demonstra que a casa dele era utilizada já há algum tempo [para cometer os abusos]. (..) era comum haver crianças e adolescentes que frequentavam aquele local para jogar videogame, aí ele aproveitava disso para ter uma aproximação sexual”, explicou o delegado responsável pelo caso, Hércules Batista Gonçalves.
Ainda de acordo com o delegado, Richard tinha uma namorada. Wanderley, por sua vez, era casado com uma mulher e tinha 4 filhos adotivos.
“Wanderley era homossexual, ele tinha um casamento de fachada. Ele registrou 4 filhos em nome dele com uma mulher. Ela morava com ele, mas não mantinha nenhuma relação sexual. Ela era livre para ter os relacionamentos dela e ele também”, explicou o delegado.
A autoridade disse também que a esposa de Wanderley tinha ciência de que o assessor mantinha relações sexuais com menores de idade.
O caso
Wanderley Leandro Nascimento, assessor parlamentar do deputado estadual Wilson Santos (PSD), assassinado na última quinta-feira (16).
Os dois teriam se conhecido pela internet e o assessor lhe pagava R$ 4 mil mensais. A motivação do assassinato aconteceu dias após o servidor ser flagrado tentando ter relação sexual com o irmão de Murilo, que tem 11 anos. No relato, o assassino revela que conheceu seu comparsa Richard Estaques Aguiar dias antes do crime.
Richard conta que ele, Murilo e Wanderley estavam na casa do servidor bebendo e na madrugada, Estaques revela que acordou com Wanderley segurando seu pênis e tentado praticar sexo oral.
Após isso, Richard confessou que tentou matar o assessor com uma faca, mas que não seguiu com a ideia. Então, o servidor teria insistido que ele passasse o contato de seu irmão, um adolescente de 15 anos. Então, o criminoso disse que se revoltou ao ter conhecimento que Wanderley manteria relações com menores.
Em seguida, Richard contou que enforcou a vítima com os braços e Murilo pressionou uma toalha embebida em álcool no rosto do assessor. Wanderley ainda foi enforcado com o fio de um carregador de celular, segundo relato do criminoso.
Um terceiro homem, identificado apenas como “Anão”, teria os ajudado a se livrar do corpo da vítima. Eles encaminharam o corpo até o lixão localizado no bairro Cinturão Verde, no bairro Pedra 90, na Capital. Em seguida, fugiram com a namorada de um deles para o interior, até que se dispersaram em Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá).
Murilo foi preso na tarde de domingo (20) e Richard na segunda-feira (21). O crime está sendo investigado pela Polícia Civil.