O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) não poupou adjetivos ao criticar o posicionamento do governador Mauro Mendes (União Brasil), que afirmou que a “Operação Hypnos”, que prendeu o ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, por suspeita de corrupção, deveria entrar para o Guinness Book – livro de recordes mundiais. Em entrevista ao Jornal A Gazeta, nesta quinta-feira (9), Emanuel negou qualquer envolvimento com as investigações da Polícia Civil.
Emanuel chamou o gestor estadual de um homem que usa do cargo para conquistar fortuna. “Ele (Mauro Mendes) não passa de um parlapatão, de um falastrão de moral duvidosa que gosta de posar de bom moço. Com pessoas desse nível não podemos dar muita atenção. Temos que ser práticos pra máscara cair logo e a verdade vir à tona. Mauro consegue enrolar suas empresas privadas com as públicas, lucrar com isso e ainda fazer discurso de honesto”, afirmou o prefeito.
Emanuel ainda voltou a desafiar o gestor do Estado para que disponibilize o sigilo fiscal e bancário de suas empresas, bem como de seus familiares, para comprovar não ter ligação com denúncias feitas pelo gestor do Alencastro. “Lanço mais uma vez o desafio que faço a meses e o governador nunca responde. Vamos abrir os sigilos bancário e fiscal das nossas famílias, a partir de janeiro de 2017, desde o primeiro dia do meu primeiro mandato e quero que ele faça o mesmo com a família dele”, desafiou.
A Policia Civil, através da Delegacia de Combate a Corrupção, deflagrou na manhã de quinta (9), a Operação Hypnos, que investiga fraudes e corrupção na Saúde pública de Cuiabá. Um dos alvos da operação foi o ex-secretário de Saúde da capital do Estado, Célio Rodrigues, que foi alvo de prisão e busca e apreensão em sua residência.
Na residência de Célio Rodrigues foram apreendidos R$ 30,9 mil em dinheiro. Dois servidores que atuam no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) também foram alvos da ação policial. O grupo é suspeito de fraudar licitações e desviar recursos públicos da Empresa Cuiabana de Saúde, que administra o Hospital Municipal de Cuiabá e o São Benedito.
Na operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão domiciliar, dois afastamentos cautelares de exercício da função pública, um mandado de prisão preventiva, além do sequestro de R$ 1.000.080,00, que recaiu sobre o patrimônio de duas pessoas e da empresa, investigados por suspeita de participação no esquema. No decorrer das investigações, constatou-se que além de a empresa de ser fantasma, os materiais não foram entregues, pois eram apenas fictícios.
Em outubro de 2021, Célio Correa chegou a ser preso pela Polícia Federal na “Operação Cupincha” suspeito dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Á época, a PF apontou que um grupo ligado ao exsecretário faturou ilegamente cerca de R$ 100 milhões entre 2019 e 2021 na saúde de Cuiabá.
Após alguns dias, ele acabou sendo solto pelo Tribunal Regional Federal, assim como os demais investigados. Em julho de 2021, Célio Rodrigues foi alvo da “Operação Curare” e, na época, foi afastado do cargo por suspeita de desvio dos recursos públicos destinados ao combate da Covid-19.
Fonte: Folha Max