Saúde Célio Rodrigues, preso na quinta-feira (9), suspeito de participar de um esquema fraudulento na saúde pública de Cuiabá, havia conseguido recentemente o direito de entrar na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). O ex-gestor estava proibido pela Justiça de acessar os prédios desde 2021 quando foi preso pela Polícia Federal apontado como o líder de uma organização criminosa, que desviava recursos públicos durante a pandemia da covid-19.
A decisão que permitia o ex-secretário a ter acesso aos prédios é do dia 1º fevereiro e é assinada por Jefferson Schneider, da 5ª Vara Federal Criminal. A decisão judicial estende-se também para o também ex-secretário Antônio Possas de Carvalho, o ex-diretor da ECSP, Antônio Kato, e o ex-diretor do Hospital São Benedito Alexandre Beloto Magalhães de Andrade.
No entanto, Célio voltou a ser preso na quinta. Consta sobre ele a suspeita de ter patrocinado a compra fraudulenta no valor de R$ 1 milhão de unidades do medicamento Midazolan junto à empresa Remocenter Remoções e Serviços Médicos Ltda que, na realidade, seria uma empresa fantasma.
A suspeita é de que os medicamentos sequer tenham entrado em estoque. Célio teve o apoio de um dos diretores da ECSP. Eduardo Vasconcelos. Ele e mais quatro foram alvos de mandado de busca e apreensão. Já a ordem de prisão contra Célio foi cumprida na residência dele durante a Operação Hypnos.
No local, os agentes encontraram R$ 30.962 mil em espécie. Ao ser questionado, o ex-gestor não soube informar a origem da quantia e, por isso, o dinheiro foi apreendido. Notas fiscais adulteradas A denúncia, segundo a decisão do juiz João Bosco, foi feita por Érico Pereira de Almeida, que assumiu a SMS durante a intervenção na secretaria. As investigações apontaram que, no dia 20 de maio de 2021, a empresa Remocenter emitiu uma nota fiscal para a venda de 9 mil unidades de Midazolan 15mg/3ml.
A nota apontava um custo unitário de R$ 111,12, totalizando uma quantia de R$ 1.000.080, 00. O pagamento foi autorizado por Célio e Eduardo. Nove dias depois, a empresa Remocenter emitiu uma nova nota fiscal, alterando a quantidade de medicamentos vendidos à prefeitura.
De 9 mil unidades, a venda foi de 19 mil unidades. O valor também mudou. De R$ 111,12, passou para R$ 52, 62. Mas, o valor total do montante continuou em R$ 1 milhão.
GAZETA DIGITAL