Empresa alvo da operação Hypons, deflagrada nesta quinta-feira (9) pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), também foi centro de uma investigação que apurada a venda fantasma de respiradores durante a pandemia da Covid-19, em Santa Catarina. O esquema causou R$ 33 milhões de prejuízo aos cofres públicos daquele Estado.
Consta na investigação catarinense que a Remocenter e mais empresas venderam 200 respiradores para o Estado, mas os equipamentos nunca foram entregues. Na época, o contrato assinado foi de R$ 33 milhões, que foram pagos em duas parcelas.
“Após o oferecimento da denúncia por corrupção, à empresa Remocenter no Estado de Santa Catarina teve sua sede transferida para o Estado de Mato Grosso, e logo depois, ocorreu a alternância de funções de sócios administradores da Remocenter, figurando entre seus sócios Mônica Cristina Miranda dos Santos”, diz trecho da investigação da Deccor.
Mônica é irmã de Maurício Miranda de Mello, Além da Remocenter, ele aparece como sócio na M.M. JS Desenvolvimento e Licenciamento e também da Veigamed, que também são alvos da investigação de SC. Registrada em 2006, a Remocenter já teve 12 alteração contratual no que diz respeito ao quadro de sócios.
“A autoridade policial saliente que essa alternância de função é um artificio empresarial típico de empresas que são usadas ‘de fachada’ para lavagem de dinheiro e outros ilícitos, como o peculato”, diz trecho do documento.
Depois do Mônica, a empresa ainda teve outro alvo da operação como sócio, José Bosco da Silva, que para a polícia configura como laranja. Em 2020, João, por meio de procuração, deu poderes para José Edson da Silva atuar como representante da Remocenter.
José aparece como sócio de várias empresas. Ele não é alvo da operação em Mato Grosso, mas aparece como um dos investigados do esquema de respiradores fantasmas em Santa Catarina.
Operação Hypnos
A operação busca investigar o esquema de desvio de recursos públicos na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) em 2021. Apuração constatou irregularidades no pagamento de R$ 1 milhão feito para uma empresa fantasma, que atua na área de medicamentos.
Entre os alvos estão o ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues. Ele foi o único preso. A Justiça determinou ainda o afastamento de dois servidores da ECSP, além de busca e apreensão na casa dos investigados e sócios da empresa fantasma. Também foi bloqueado o valor referente ao prejuízo causado de dois dos alvos e da empresa.
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