Acrimat repudia fala do CEO do Carrefour sobre carne do Mercosul

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), emitiu uma nora de repudio contra a declaração feita pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, de que a gigante do varejo deixaria de comprar carnes do Mercosul.  Mato Grosso detém do maior rebanho bovino do Brasil, totalizando 34 milhões de cabeças.

No comunicado divulgado nas redes sociais, o representante da Carrefour alega que a decisão é respaldada pelo “desespero e a indignação” dos agricultores franceses após o anúncio do acordo de livre-comércio entre os países. Além disso, ressalta um possível “risco de inundação do mercado francês com carne que não atende às suas exigências e normas”.

 

Em nota, Acrimat aponta que o produtor mato-grossense está cansado de ser tratado com desrespeito mundo afora. Isso porque, é difícil competir com o produtor rural em eficiência, produtividade e mercado uma vez que o estado preserva cerca de 60% da sua área de mata nativa e possui uma das legislações ambientais mais rígidas, o Código Florestal.

 

“O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora. O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos. Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local”, diz trecho da nota.

 

O Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, também se manifestou em nota oficial rechaçando as declarações do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, quanto às carnes produzidas pelos países do Mercosul. Para Fávaro, ação parece ser “orquestrada” pelas empresas francesas para dificultar a formalização do Acordo Mercosul–União Europeia, discutido durante reunião da cúpula do G20. 

O ministro afirmou que não aceitará tentativas “vãs” de manchar ou desmerecer a qualidade e segurança dos produtos brasileiros. Além disso, o Mapa destaca que o país possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e que atua com transparência no setor.

“O rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo, mantendo relações comerciais com aproximadamente 160 países, atendendo aos padrões mais rigorosos, inclusive para a União Europeia que compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade e sanidade das carnes produzidas no Brasil há mais de 40 anos”, diz trecho da publicação.

 

Confira na nota da Acrimat na íntegra:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

 

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

 

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

 

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

 

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

 

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”.

 

Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

 

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

 

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

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