O Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso denunciou o vereador de Cuiabá Paulo Henrique Figueiredo, do MDB, por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A denúncia foi apresentada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco-MT), que aponta o parlamentar como líder de um esquema que beneficiava o Comando Vermelho em eventos, prejudicando concorrentes da facção em troca de suborno. Segundo as investigações, a organização criminosa movimentou cerca de R$ 20 milhões.
De acordo com o Gaeco, o vereador, que também preside o Sindicato dos Agentes Fiscais de Cuiabá (Sindarf), usava sua posição para manipular fiscalizações em prol da facção criminosa. O documento aponta que Paulo Henrique coordenava agentes fiscais e tinha influência direta sobre o grupo criminoso, articulando subornos que variavam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil para facilitar operações da facção.
A denúncia inclui outros envolvidos no esquema, como José Márcio Ambrósio Vieira, acusado de atuar como “testa de ferro” do vereador e outros colaboradores. Em um dos episódios descritos, o vereador teria instruído agentes para impedir a realização de um evento na antiga casa de shows Vitrini, favorecendo um concorrente, o Dallas Bar. Em outro caso, após um fiscal fora do esquema multar o quiosque Xômano, Paulo Henrique teria orientado que o valor pago fosse devolvido.
O MPE solicita à Justiça a condenação dos envolvidos e a restituição dos valores desviados. O vereador foi preso em setembro durante a Operação Pubblicare, que revelou o núcleo criminoso operado por servidores públicos em Cuiabá.