Com 17% da população, Cuiabá tem 48% dos médicos de MT

Mato Grosso tem a menor taxa de médicos para cada mil habitantes do Centro Oeste

Cuiabá concentra quase metade dos médicos em atividade em Mato Grosso. Ou seja: sozinha a cidade tem quase o mesmo número de profissionais em atividade que os outros 140 municípios somados. Os dados são do Conselho Federal de Medicina e foram divulgados na segunda-feira (6).

Os números mostram que 3.492 médicos estão em atividade hoje em Cuiabá, representando a taxa de 5,60 médicos para cada mil habitantes. Já no interior, 3.767 profissionais estão em atividade, fazendo com que a taxa de médico por mil habitantes seja de somente 1,28.

A Capital concentra cerca de 17,48% da população de Mato Grosso, mas reúne 48,11% de todos os profissionais em atividade.

Essa desigualdade coloca Mato Grosso com a pior taxa de médicos para cada mil habitantes entre os estados do Centro Oeste. Ao todo, 7.259 médicos estão em atividade no Estado, representando 2,03 para cada mil habitantes. Em Goiás são 2,33; em Mato Grosso do Sul 2,52 e no Distrito Federal 4,72.

A nível nacional, o índice está em 2,56 médicos para cada mil habitantes, número superior aos 2,03 de Mato Grosso.

Se for levado em conta somente as capitais, a taxa de 5,60 médicos para cada mil habitantes coloca Cuiabá como a 12° melhor, duas posições atrás do Rio de Janeiro e somente uma atrás de São Paulo, além de ficar à frente das capitais “vizinhas” Campo Grande e Brasília, perdendo somente para Goiânia, que fica em 7°.

Porém, se a análise for feita com as taxas do interior dos estados, Mato Grosso fica com a 10° colocação, atrás somente de Mato grosso do Sul na região Centro-Oeste e duas posições na frente de Goiás, que tem o pior índice da região, de 1,1%.

Esses dados foram colhidos através da plataforma Demografia Médica, desenvolvida pelo CFM. A ferramenta reúne informações sobre a população de médicos em atividade em todo País, com base no registro de médicos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs).

Gcom

Destrinchando os dados, conseguimos coletar mais sobre o perfil dos profissionais ativos no Estado. 

O profissional de Medicina em atividade em Mato Grosso tem uma média de idade que gira em torno de 42 anos, número que pode variar de acordo com o gênero.

A média de idade dos profissionais masculinos é de 46,45 anos, enquanto no gênero feminino essa média é de 38,50 anos.

Na pirâmide etária dos profissionais, percebe-se que as mulheres já são maioria entre os profissionais mais jovens, porém, na medida em que a faixa de idade aumenta, os homens se tornam maioria. Até a faixa dos 39 anos elas são maioria; a partir dos 40, eles passam à frente.

Essa maioria se transforma em uma grande diferença quando vemos os profissionais com 65 anos ou mais ainda em atividade em Mato Grosso. São 650 homens e somente 157 mulheres.

No total, 3.322 médicas atendem no estado, ante 3.937 médicos.

Com 7.259 médicos em atividade, Mato Grosso concentra 1,33% do total de médicos do Brasil, tendo 1,67% da população do país.

Brasil

O número de profissionais de Medicina atendendo no Brasil segundo o CFM é de 545.481, representando 2,56 médicos para cada mil habitantes. Há dez anos, em 2013, o número de profissionais era 150 mil menor, de 394.878 médicos.

De acordo com o CFM, isso coloca o Brasil com um índice já compatível com os de países como Estados Unidos, que tem 2,6 médicos por mil habitantes, Canadá (2,7) e Chile (2,2). Também está bem próximo dos valores do Japão (2,5), Coreia do Sul (2,5). O percentual brasileiro é maior do que o registrado, por exemplo, na China (2), na África do Sul (0,8) e na Índia (0,8).

O Conselho ressalta ainda que se mantendo o mesmo ritmo de crescimento da população e de escolas médicas, dentro de cinco anos, em 2028, o país contará com 3,63 médicos por mil habitantes, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

Apesar de o índice ser positivo, ainda há grande desigualdade na distribuição dos profissionais pelo país levando em contas capitais, interior e regiões mais ricas e mais pobres.

“No Brasil, testemunhamos um cenário de forte desigualdade com relação à distribuição de médicos pelo território. A maioria dos profissionais tem optado por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais devido às melhores condições de trabalho. Aqueles que moram no Norte, no Nordeste e nos municípios mais pobres, do interior, se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas”, disse o presidente do CFM, José Hiran Gallo.

Os dados da plataforma apontaram que as 49 cidades com mais de 500 mil habitantes, que juntas concentram 32% da população brasileira, estão 62% dos médicos do País.

MidiaNews

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