O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União) criticou o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), por manter a defesa sobre a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Ele afirmou que já foi definido que o BRT (ônibus de trânsito rápido) vai atender à população das duas maiores cidades mato-grossenses e que, agora, é preciso haver uma união.
“Precisamos fazer alguma coisa. Vamos unir para fazer o BRT. Porque é o que interessa para a população. Se não houvesse esse entrave… Quero fazer uma crítica também em relação à Prefeitura de Cuiabá, porque se é isso que vai melhorar, não adianta ficar brigando”, disse Botelho à Rádio Centro América FM.
“O Governo já começou, já tem empresa, projeto, vamos fazer. Já começou a arrancar os trilhos de Várzea Grande. Se não vai mais fazer o VLT, vamos fazer alguma coisa. Tem que unir: Prefeitura de Várzea Grande, Cuiabá tem que ajudar. Esquece a briga”, acrescentou.
A decisão do governador em pedir a substituição levou em conta estudos técnicos elaborados pelo Estado e pelo Grupo Técnico criado na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana. Os estudos concluíram que a continuidade das obras do VLT era “insustentável” e demoraria mais seis anos para conclusão.
O erro começou lá atrás quando mudaram. Terminou o governo de Blairo Maggi e mudaram o parecer
A obra do VLT ficou sete anos parada. O projeto, que já consumiu cerca de R$ 1 bilhão, passou por três governos desde 2012. O valor total da obra inicialmente era de R$ 1,4 bilhão, mas mais da metade desse valor já foi gasto e cerca de 50% da obra foi executada.
Fruto da corrupção
Botelho afirmou, ainda, que a Assembleia foi conivente com toda a corrupção que envolveu a troca do modal de VLT para BRT em 2012. Segundo o deputado, desde o início os estudos técnicos apontaram que o VLT não seria o ideal para atender Cuiabá e Várzea Grande, mas o corrompimentou gerou todo o prejuízo à população.
“O erro começou lá atrás quando mudaram. Terminou o governo de Blairo Maggi e mudaram o parecer e tudo que estava programado, que era para ser executado o BRT. Aí houve as compras de parecer, houve corrupção até em Brasília. Está nas delações”, afirmou.
“Houve conivência da Assembleia para que tudo isso ocorresse. [O BRT] não era o modal tecnicamente viável para o modelo de uma cidade totalmente horizontal que nós temos aqui que é Cuiabá e Várzea Grande”, concluiu.