O governador Mauro Mendes (UB), assinou nesta quarta-feira (18), o contrato válido por um ano da estadualização do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan-MT). Durante coletiva de imprensa, o govenador afirmou que será possível aumentar 81% nos procedimentos cirúrgicos, diagnósticos e procedimentos clínicos.
No entanto, Mauro frisou que o Paiaguás não herdará a dívida da prefeitura de Cuiabá com a entidade filantrópica, que segundo Mauro o déficit nos repasses ultrapassa R$ 16 milhões, devido a irregularidades nos pagamentos nos últimos seis anos.
“O governo não vai pagar a conta de gente que deu o cano, que desviou dinheiro. Que o Ministério Público (MP) ou o próprio hospital [de Câncer] possa acionar na Justiça a prefeitura e os responsáveis por esse calote. Imagina quantas vidas podem ter se perdido por este calote dado pelo município de Cuiabá (sic)”, criticou Mendes.
Mauro disse ainda que a secretaria do Hospital informou que há seis anos à prefeitura de Cuiabá não fazia os repasses ao hospital, nem encaminhava regularmente a verba recebida do governo estadual e federal.
“Eu não analisei o tamanho do rombo que não tenho como entrar dentro das contas do Hospital. Mas, eu percebi o tamanho do caos […] para essa área tão importante que é o diagnóstico e tratamento do câncer. Nós já poderíamos ter feito isso há muito tempo. Infelizmente, a legislação brasileira não permite que façamos isso a não ser com a decisão judicial ou por uma livre e espontânea vontade [da administração] de abrir mão”, falou.
“Agora, por pressão, à prefeitura aceitou passar para o Estado gerenciar. Há de se dizer que desde 2018, segundo o que nos foi informado pela própria secretaria do Hospital de Câncer, o município de Cuiabá não colocava R$ 1. Ele recebia dinheiro dos entes estaduais e federais que repassava e, mesmo assim, deu calote, não repassou, atrasou e complicou a gestão do hospital nesses anos todos”, acrescentou.
O Governo de Mato Grosso firmou contrato anual para gerir o HCan-MT, mas o documento é renovável quando chegar ao período de término. A proposta visa transformar o Hospital de Câncer em um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), transformando em referência técnica para outras unidades de tratamento em Mato GrossoOs atendimentos devem aumentar para a população.
A Secretaria de Estado de Saúde oficializou à Prefeitura de Cuiabá a proposta de estadualização em julho A proposta sugere aumentar em 92% o valor do contrato com a unidade, que iria de R$ 48,7 milhões para R$ 93,9 milhões.
Por meio do contrato com o estado, o governo diz que a unidade passaria de 310.893 para 562.008 procedimentos. Logo, o aumento do valor do contrato possibilitaria a ampliação da oferta de 251.115 procedimentos para a população de Mato Grosso.