Marie Popelin: A história reconhece a importância dela para a criação do feminismo na Bélgica

Rosana Leite Antunes

Nasceu na cidade de Scherbeek, na Bélgica, em 16 de setembro de 1846, tendo falecido aos 66 anos. Feminista, advogada, professora e ativista política, tornou-se a primeira mulher belga doutora em direito.

Após a conclusão do curso em direito, Marie fez requerimento para ser admitida na ordem dos advogados e advogadas, o que lhe permitiria atuar na profissão.

Todavia, seu pedido foi indeferido, mesmo não havendo norma a proibir explicitamente o exercício da profissão por mulheres. Todavia, ela não logrou êxito, nem mesmo na Suprema Corte, tendo causado um certo “barulho” na imprensa belga e estrangeira.

A sociedade da época passou a entender que mesmo as mulheres podendo cursar o ensino superior, lhes era vedado o exercício da profissão. Assim, apenas a educação superior não era possível solucionar a imensa “vala” que existia entre o ser e o poder.

A situação adversa enfrentada pela ativista contribuiu para a transição do feminismo educacional para o político. Algumas mulheres que estavam cursando o ensino superior, narra a história, desanimaram inicialmente. Foi no ano de 1922 que as mulheres belgas puderam exercer a advocacia.

Popelin esteve ativamente em duas conferências em Paris em 1889, quando a semente do feminismo estava sendo lançada mundialmente. Assim, ela foi a responsável por fundar a Liga Belga pelos Direitos das Mulheres, no ano de 1892.

A ativista não conseguiu o seu desiderato imediato à época. Mas, sem dúvida, incentivou as mulheres que a sucederam na educação e na política. A sua morte se deu no ano de 1913, quando as mulheres rogavam pelo primeiro direito a ser alcançado: o sufrágio universal. A história belga reconhece a respectiva importância dela para a criação do feminismo na Bélgica.

Nada de novo, porquanto, até a presente data, é visível a desigualdade de gênero. As conquistas são inúmeras, tendo em vista as muitas “Maries” que teimam em pensar nas futuras gerações. De outro lado, os muitos obstáculos persistem a “olho nu”, pelos estereótipos e a dominação masculina que fazem com que as desigualdades alimentem as violências.

Marie Popelin recebeu homenagens após a sua passagem. No ano de 1975, declarado como o Ano Internacional da Mulher, o seu rosto foi estampado em um selo dos correios do seu país natal. Em 2011, estampou a moeda comemorativa de dois euros do país, em comemoração ao centenário do Dia Internacional da Mulher. O programa televisivo “De Grootste Belg”, no ano de 2005, a elegeu entre uma das maiores personalidades de todos os tempos.  

Cyndi Lauper foi precisa: “Eu apenas acredito que as mulheres fazem parte da espécie humana, com os mesmos direitos que todos”.

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.

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