‘Setembro Amarelo’ marca campanha de prevenção ao suicídio

Em todo o mês de setembro, profissionais de saúde intensificam as ações voltadas para a saúde mental e a conscientização relacionada à importância da preservação da vida, por meio da campanha “Setembro Amarelo”, que visa à prevenção do suicídio. Durante a campanha, acontece o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado no dia 10 de setembro. 

O Cuiabá Notícias, conversou com a psicóloga, Luciana Fontes Kalix, especialista  em saúde mental. Ela falou sobre a importância da campanha na prevenção do suicídio. 

“O Setembro Amarelo tem como objetivo ampliar a conscientização sobre a saúde mental e reduzir o estigma associado ao suicídio. uma responsabilidade compartilhada que deve envolver indivíduos, famílias, comunidades e instituições”, pontua. 

A psicóloga  aponta ainda que além de promover a educação sobre os sinais e sintomas dos comportamentos suicidas, a campanha visa ainda encorajar a abertura e a discussão sobre o sofrimento humano sem julgamentos.

Ela destaca ainda, que falar sobre suícidio ainda é visto como tabu, no entanto, é importante para conscientizar a população, afirma o psicólogo.

“Fala sobre suicídio ainda é visto como tabu, o estigma e o silêncio em torno desse assunto podem impedir que aqueles que estão em sofrimento busquem ajuda e recebam o tratamento adequado. A campanha vem nesse sentido,  trazendo informações claras e acessíveis, ajudando a desestigmatizá-lo e tornar a discussão como um problema social e de saúde que precisa ser abordado de forma educativa. É uma estratégia para a desconstrução de estereótipos negativos associados às pessoas que enfrentam algum problema de saúde mental”, explica a profissional de saúde.

“Ninguém está “imune” a um sofrimento intenso de saúde mental, não devemos cuidar apenas só do que aparece, como os dentes cariados, as dores do existir precisam de cuidados também”, acrescenta. 

Sinais de alerta e onde procurar ajuda

O tema deste ano é “Se precisar, peça ajuda”, a psicóloga reforça que todas as pessoas podem atuar ativamente para a prevenção do suicídio. Por isso, é importante a escuta ativa sem julgamentos, a empatia e a disponibilidade para ajudar a quem precisa. 

Certos comportamentos podem servir como sinais de alerta e merecem atenção para que se busque ajuda no momento adequado. Entre esses sinais estão o isolamento, conversas frequentes sobre preocupações com a própria morte, sentimentos de desesperança e a expressão de pensamentos suicidas. 

Além disso, também é importante observar a falta de perspectiva ou planos para o futuro, o abuso de substâncias, como álcool, medicamentos ou outras drogas, e a vivência de eventos traumáticos, como desemprego, violência ou a perda de familiares. Nesse contexto, é fundamental oferecer apoio, dialogar e encorajar a busca por ajuda especializada.

“Ajudar alguém que está considerando o suicídio pode ser um desafio intenso e emocionalmente falando, um conjunto de ações podem salvar vidas. Primeiro, levar a sério, dar atenção imediata, não ignorar ou minimizar os sinais de suicídio, se já te expressou, ouça com atenção, não interrompa ou julgue o que a pessoa está te falando. Para dar continuidade, para a pessoa em situação de risco, é importante criar um ambiente seguro para ela”.

“Oferecer suporte emocional, mostrar sua preocupação de forma genuína e acolhedora e principalmente, nunca culpabilizar, nunca fazer a pessoa se sentir envergonhada pelo que está sentindo. Importantíssimo encorajar a buscar ajuda profissional, ofereça-se para ir junto. Agora para agir em situação de crise, risco, entre em contato com serviços de emergência imediatamente, 192 (SAMU) ou leve a pessoa na UPA ou hospital mais próximo”, pontua. 

Luciana cita ainda que é fundamental pensar o cuidado em saúde mental de forma a assegurar que as pessoas tenham acesso aos serviços oferecidos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e outros componentes da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) disponíveis nos territórios. 

Ele ainda explica como abordar uma pessoa que pensa em tirar a própria vida.

“Reconhecer a depressão pode ser um desafio, pois os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e podem se manifestar de forma sutil. Alguns sinais e sintomas são comuns e podem ajudar a identificar. Devemos estar atentos aos sinais e sintomas, que devem ser avaliados, a depressão é uma condição tratável e reconhecer os sinais precocemente ajuda a pessoa a receber o tratamento necessário. Se você estiver preocupado com alguém, sua intervenção e apoio podem ser vitais para o bem-estar da pessoa. O tratamento pode levar a uma recuperação significativa e a uma melhoria na qualidade de vida. Procure ajuda”, finaliza a professora. 

É importante também lembrar que os recursos disponíveis, como linhas de apoio por meio do Centro de Valorização da Vida (CVV) através do telefone 188, além disso, além disso, o serviço também está acessível via chat e e-mail. O CVV conta com um site onde é possível consultar os postos de atendimento em todo o Brasil, caso alguém precise de ajuda.

O Sistema Único de Saúde (SUS), também oferece serviços de saúde mental, como os CAPS, as UPAS para as urgências/emergências, as universidades também oferecem acompanhamento em saúde mental e a rede privada.

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