CGU indica revisão de sigilos impostos por Bolsonaro a 234 processos

CGU indica revisão de sigilos impostos por Bolsonaro a 234 processos
Presidente Jair Bolsonaro olha para o lado durante visita ao assentamento
Matheus Veloso/Metrópoles
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, anunciou nesta sexta-feira (3/2) revisão dos sigilos de 100 anos impostos pelo governo de Jair Bolsonaro a 234 processos. As medidas foram consideradas “indevidas e exacerbadas” pelo órgão federal.

Apesar de indicar a revisão dos sigilos vistos como exagerados, a CGU evitou comentar casos específicos. No total, segundo a Transparência Brasil, o governo Bolsonaro impôs 1.108 sigilos de 100 anos. Agora, a controladoria vai reavaliar 21,5% deles.

Carvalho criticou o tempo imposto por Bolsonaro aos sigilos: “Foi exacerbado o uso do argumento de ‘informações pessoais’ para restringir o acesso às informações”. A declaração foi feita durante coletiva na sede do órgão, em Brasília.

De acordo com o ministro da CGU, os processos a serem revistos são das seguintes áreas: segurança nacional (111); segurança do presidente e de familiares (35); informações pessoais (49); atividades de inteligência (16); outros (23).

Decreto de Lula

A revisão vai na esteira de um decreto assinado em 1º de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediu a avaliação dos sigilos impostos a documentos públicos na gestão anterior.

Além disso, na corrida eleitoral, o petista já havia prometido retirar o sigilo sobre processos como os gastos do cartão corporativo de Bolsonaro; as visitas à então primeira-dama Michelle Bolsonaro; e o processo administrativo relacionado ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Pela norma, estão protegidas pelo período de até 100 anos todas as informações caracterizadas como pessoais, relativas, por exemplo, à intimidade, vida privada, honra e imagem de um cidadão.

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