Alfredo da Mota Menezes
Para muitos, falar que o estado passou a ser produtor de café foi uma surpresa
Nesses últimos dias apareceram algumas noticias sobre o estado. Algumas boas e outras nem tanto. Uma logo chamou a atenção, falava que MT passava a ser um dos maiores produtores de café do país.
Que, em dez anos, aumentou a produção de 165 mil sacas para 270 mil. Que se produziam antes oito sacas por hectare e que agora chagara a 23 sacas ou um crescimento de 185%. Os municípios com mais produção são Juína, Juara e Aripuanã.
Para muitos, principalmente os que vivem em zonas urbanas como Cuiabá, falar que o estado passava a ser produtor de café foi uma surpresa. Até agora essas falas sempre giravam em torno de soja, algodão, carne bovina e milho.
Por falar em milho veio outra noticia nesses dias de que o estado vai colher 45 milhões de toneladas do produto na safra de 2023-24. Ou 40% da safra nacional. Milho para etanol, animais e exportação. Muitos achando que, com mais algum tempo, a produção de milho poderia ultrapassar a de soja, puxada pelo fator etanol. Se MT aumentar a exportação desse produto ou se viesse o sonhado etanol duto a produção de milho bateria facilmente a de soja.
Deixando as notícias boas vindas do campo, o Atlas da Violência, 2022, mostrando que Mato Grosso é o estado mais violento do Centro Oeste. Houve mais de mil assassinatos em 2022 contra 888 em 2021.
Além da incômoda classificação de Sorriso em sétimo lugar no plano nacional em homicídios, duas outras cidades também foram citadas pelo Atlas da Violência: Tangara da Serra e Rondonópolis. Cuiabá apareceu nessa pesquisa, nesse quesito assassinato, na posição 211 nacionalmente.
Os motivos citados pelo Atlas, para o caso de assassinatos em MT, foi que o estado é fronteira com a Bolívia e passa por aqui grandes porções de drogas para outros lugares do Brasil ou do exterior.
Chega de coisa ruim. Um jornal, Gazeta do Povo, publicou matéria dizendo que Cuiabá estaria na posição 58 entre as 100 maiores cidades do país para se viver. E que, entre as capitais, estaria na oitava posição, deixando para trás cidades como Florianópolis e Campo Grande.
Essa da capital do Mato Grosso do Sul trás na lembrança a separação do estado e que se acreditava que tudo de ruim ficaria para Cuiabá e Campo Grande seria muito melhor em tudo. Mais um dado contrariando aquela suposição.
Outra de Cuiabá, também no Atlas da Violência, de que os homicídios na capital caíram, em dez anos, 59,9%. Que estaria à frente de Cuiabá somente Florianópolis. Citam-se para isso a ação da segurança, área de educação e geração de empregos com obras, conscientização da população. São motivos vagos, mas na falta de outros, esses são os citados.
Precisaria de mais estudos sobre a violência em Cuiabá e outros lugares do estado. Porque tantos homicídios em Rondonópolis e Tangará, nem se fala de Sorriso? Não se vai dizer que lá não tem educação, trabalho da segurança ou conscientização da população, como citados no caso de Cuiabá.
Alfredo da Mota Menezes é analista político.
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