Ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller (PP) depõe nesta terça-feira (18) na Comissão de Agricultura da Câmara Federal em reunião conjunta com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), para debater o leilão cancelado pelo governo federal para importação de arroz, devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Geller foi demitido do cargo após a divulgação de suspeitas de irregularidade no leilão, pelo fato de uma das empresas vencedoras ser comandada pelo seu ex-assessor parlamentar, que é sócio de seu filho em uma outra empresa. Após a crise, Neri Geller foi demitido pelo ministro Carlos Fávaro (PSD).
Neri deixou o governo afirmando que não aceitaria ser ‘bode expiatório’ e que não tem nenhum envolvimento com o leilão, que, segundo ele, foi organizado pelo ministro Fávaro e a Casa Civil. Diante da crise, deputados da oposição estão colhendo assinatura para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis irregularidades no leilão.
Os esclarecimentos de Neri, de acordo com o deputado federal José Medeiros (PL), devem colaborar com a efetiva criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar todo o processo para importação de arroz organizado pelo Governo Federal.
Já o ministro Carlos Fávaro irá prestar esclarecimentos sobre o leilão cancelado de arroz na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados na quarta-feira (19). A ida do ministro se deve ao pedido de Medeiros, que alega que a demissão de Neri Geller foi uma cortina de fumaça do governo federal.
