Alteração em calendário da soja gera preocupação dos produtores de gergelim

A alteração do calendário da soja em Mato Grosso tem gerado certa apreensão ao setor produtivo, mais precisamente para quem cultiva gergelim. No próximo sábado (8), como consta na Portaria nº 1.111 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem início no estado o vazio sanitário da oleaginosa e, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), ainda há lavouras de gergelim para serem colhidas. A alteração do calendário da soja foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 15 de maio.

O vazio sanitário da soja em Mato Grosso referente à safra 2024/25 será de 8 de junho a 6 de setembro. Já o período de semeadura de 7 de setembro a 8 de janeiro do próximo ano.

“Essa flexibilização para janeiro auxilia se você tiver um atraso das chuvas. Porém, essa antecipação do início do calendário, principalmente do vazio sanitário, gera um pouco de preocupação, porque na última safra alguns produtores deixaram de plantar milho e foram para o gergelim”, pontua a gerente de defesa agrícola da Aprosoja-MT, Jerusa Rech.

Jerusa comenta que o gergelim é uma cultura tardia, que exige menos água e que nesta safra 2023/24, em decorrência a situação vivida no milho, na qual muitos perderam a janela ideal ou reduziram área devido aos custos altos, registrou um aumento de 62% na sua área.

Conforme ela, a preocupação em torno do gergelim é que algumas áreas não estarão prontas para colheita até a data do início do vazio sanitário da soja.

“E, a gente tem o problema do controle da soja guaxa dentro da lavoura de gergelim. Isso é uma preocupação que chegou até nós, porque temos muitos produtores de soja, principalmente na região leste, que o plantaram e estão com as lavouras à campo. Isso gera uma preocupação quanto à forma que o nosso órgão de Defesa vai atuar em cima dessas lavouras”.

Ainda segundo a gerente de defesa agrícola, o gergelim está “espalhado” em todo o estado. A região leste é a principal produtora do pequeno grão.

Sobre a próxima temporada, cujo plantio da soja inicia em 7 de setembro, Jerusa salienta que o produtor mato-grossense “é um eterno entusiasta” e que, apesar de os preços pagos pela produção não estarem como o desejado, “a expectativa é boa”.

“O produtor está começando a se ajustar. Eu acho que hoje o produtor ele é um entusiasta. Ele sempre se empolga numa próxima safra, porém a gente tem ainda essa questão dos custos. Então, ele está ficando mais cauteloso”.

(Com informações Canal Rural MT)

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