Das memórias que a mineira Erika Januza guarda de seus primeiros passos no Rio de Janeiro, uma poderia ser muito bem o enredo de uma série de ficção. Em 2013, após um ano na cidade e de ter protagonizado a série Suburbia (TV Globo), que a lançou à fama, ela estava num dia ruim quando olhou para o lado e viu a divulgação do programa Conexões Urbanas, do Multishow, em um ponto de ônibus.
“Vi um homem na foto e lembro de ter pensando: ‘nossa, muito interessante’. Não sabia quem era ele, mas a imagem me marcou.”
Seis anos depois, foi escalada para Arcanjo Renegado, do Globoplay. Lá, conheceu José Júnior, o homem que ela descobriria mais tarde ser o mesmo do cartaz, crianoivdor da série e um dos fundadores do AfroReggae. Viraram amigos.
“Um dia, perguntei se ele era feliz. Ele respondeu que sim, mas não acreditei. Então repeti a pergunta e emendei: Eu te faria um homem feliz”, deixou escapar. “Eu não estava interessada nele, achava uma pessoa meio séria demais. Não sei por que eu disse aquilo”, confessa.
Dias depois, já em maio de 2023, veio o primeiro beijo. “Dessa vez, Júnior foi o enfático: ‘Eu vou me casar com você e não vai demorar’. E até falou em qual igreja seria. Foi uma coisa muito doida”, ela lembra. “Ele diz que foi naquele dia, o da pergunta, que se apaixonou por mim.” Pouco depois, Erika foi à casa de Júnior, e veio a surpresa.
“Quando cheguei na sala da casa, vi a foto do ponto de ônibus. Na hora, me lembrei daquela impressão. ‘Ué, por que você tem essa foto aqui?’. ‘Sou eu, dez anos atrás’, Júnior respondeu. Fiquei impactada”, admite. “Ele fala que se tivesse me conhecido nessa época, a gente estaria junto desde então.”
Se o destino levou uma década para unir os dois, Erika e Júnior não querem mais perder tempo. Em setembro do ano passado, três meses após o pedido de namoro, feito por ela em um show do Fábio Jr. no Dia dos Namorados, reuniram alguns familiares e amigos para uma festa de noivado no Rio de Janeiro – a celebração teve representantes de cinco religiões “para mostrar que o que importa é o amor”.
O casamento ainda não tem data marcada, mas será no segundo semestre de 2024. O plano é subir ao altar no Mosteiro de São Bento, no Rio, tal como ele imaginou no dia do primeiro beijo.
“Ele tem um pouco da arquitetura das igrejas de Minas”, diz a noiva, sem esquecer suas origens. A cerimônia será celebrada pelo padre que casou os pais dela, fez o batismo de Erika e sua primeira comunhão, tudo na cidade de Contagem, onde a atriz nasceu e cresceu.
Às voltas da organização em meio às gravações da novela Dona Beja (Max), Erika se deparou com o primeiro desafio: passar um pente fino na lista inicial que somou 500 nomes.
“É a parte mais difícil”, admite ela, que planeja trazer uma “caravana” com familiares e amigos de Minas.
Entrar na igreja com o amor da sua vida será a realização de um sonho desde que folheava, ainda na adolescência, revistas de noivas. “Tinha um fascínio por essas publicações”, confessa. “Sempre quis viver esse momento, uma coisa clássica. Me imaginei entrando na igreja vestida de branco com meu pai me levando. Infelizmente não terei ele, que já se foi, mas ainda quero viver essa tradição. E será com um vestido bem volumoso”, adianta.
Enquanto Erika tenta encontrar tempo entre as gravações e os preparativos para o casamento, acompanha a finalização da construção de sua casa, mais um sonho que realiza. Ela e Júnior terão duas moradas – no Recreio, para onde ela se mudará em breve, e em Niterói, onde ele vive para ficar perto dos seis filhos.
“Vamos fazer um revezamento, passar uma semana lá e uma aqui. Também sou moderna”, brinca. A maternidade também ronda seus pensamentos, embora não tenha batido o martelo sobre o tema. “Tenho muita vontade, mas não sei se biologicamente ou por adoção, porque como estou sempre em movimento, sempre acho que não é a hora ainda. Preciso parar e entender o que quero.”
Enquanto aguarda a estreia da terceira temporada de Arcanjo Renegado, na qual interpreta Sarah, ela se prepara para mergulhar nas gravações da quarta e quinta temporadas da série escrita pelo noivo e protagonizada por Marcello Melo Jr. Hoje, aos 39 anos recém-completados em maio, Erika orgulha-se da trajetória que escreveu até aqui. “Quero ser lembrada como uma boa atriz. Gosto muito de trabalhar e ter sonhos. Isso me motiva.”
Em 2024, aliás, ela foi campeã do Carnaval do Rio de Janeiro com a Viradouro, escola da qual é rainha de bateria desde 2021. Por via das dúvidas, Erika já fez ao noivo – algumas vezes – a pergunta que deu início ao relacionamento. Agora está convencida com o sim que ouve. Ela também está feliz.
“Me sinto bem, realizada. Sou muito abençoada por poder fazer tudo que sonhei”, diz. “Sei que é só o começo de anos muito promissores.”
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