O Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou a soltura do delegado Geordan Fontenelle, preso na Operação Diaphthora, acusado de montar um “gabinete do crime” na Delegacia de Peixoto de Azevedo (a 693 km de Cuiabá). A decisão foi tomada pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em julgamento realizado nesta quarta-feira (15). O processo está em segredo de Justiça.
Segundo informações, a decisão seguiu parecer do Ministério Público, que se manifestou favorável à soltura após o encerramento das investigações.
Geordan terá que cumprir medidas cautelares, entre elas, uso de tornozeleira eletrônica, afastamento provisório e imediato das funções de delegado e suspensão da posse e porte de arma de fogo e do passaporte.
Ele ainda está proibido de comparecer à Delegacia de Peixoto de Azevedo, Matupá e de outras da região norte do Estado, assim como em manter contato com seus servidores policiais e outros que ali trabalhem.
Além do delegado, também foi preso na ação o investigador Marcos Paulo Angeli, que segue detido.
A operação
A operação investigou um esquema de cobrança de propina que teria sido criado e comandado pelo delegado.
De acordo com a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, o delegado e o investigador são acusados de solicitar o pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos; exigiam pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e, ainda, pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.
Conforme a investigação, o esquema ainda contava com participação de advogados e garimpeiros da região.