A Justiça de Mato Grosso determinou o bloqueio de R$ 18,5 mil nas contas bancárias do Cuiabá Esporte Clube para quitar uma dívida com o Mixto, referente ao jogo de estreia do Campeonato Mato-grossense de 2023, na Arena Pantanal.
A decisão é assinada pelo juiz Gilberto Lopes Bussiki, da 9ª Vara Cível de Cuiabá, e foi publicada nesta sexta-feira (10). Em nota, o Cuiabá afirmou que irá recorrer (leia abaixo).
O Mixto afirmou na ação que celebrou um acordo com o Cuiabá de que toda renda líquida obtida na partida seria dividida igualmente, descontadas as despesas.
No total, a renda bruta do jogo, que terminou em 4 a 1 para o Cuiabá, foi de R$117,3 mil.
Com os descontos, o valor ficou em R$ 37.121,06, que foi contestado pelo Mixto, mas que dividido, daria para cada equipe o montante de R$18.560,53.
Na decisão, o juiz afirmou que o não pagamento agrava ainda mais a crise financeira vivenciada pelo Mixto.
“Ademais, o perigo de dano se encontra em tese presente, uma vez que o autor colacionou inúmeras pendências financeiras, decorrente de ações trabalhistas, inclusive com a recuperação judicial deferida, estampando a necessidade com urgência dos recursos para manutenção de suas atividades”, escreveu.
“Com essas considerações, com fulcro nos artigos 300 e 301 do CPC, defiro o pedido de tutela cautelar de urgência para determinar o arresto SISBAJUD em conta do requerido sobre a quantia incontroversa de R$ 18.560,53 inerente a cota parte do autor na renda do jogo, cuja a liberação será avaliada no decorrer do processo”, decidiu.
Outro lado
Na nota, o Cuiabá citou que o próprio presidente presidente do Mixto, Dorileo Leal, se recusou a receber o dinheiro por descordar do valor descontados. Leia na íntegra:
Cuiabá Esporte Clube foi surpreendido, em 08/05/2024, com bloqueios em suas contas bancárias, originadas por uma ação judicial promovida pelo Mixto Esporte Clube.
A cobrança diz respeito ao rateio da bilheteria da partida realizada entre Cuiabá e Mixto, em 25/01/2023, válida pela 1ª rodada do Campeonato Mato-grossense de 2023. Naquela oportunidade, o Cuiabá era mandante de jogo e detentor da totalidade da renda auferida na partida. Contudo, visando agregar valor ao futebol mato-grossense, acordou dividir com o Mixto pela metade o saldo positivo da arrecadação, deduzidas as despesas.
A equipe rival afirmava ter sido a responsável pelo bom público do estádio, não concordando na dedução das despesas que o Cuiabá teve com a divulgação da partida, entre outras. Tal alegação beira a alucinação, já que o Cuiabá há anos figura na elite do futebol brasileiro, disputando a Série A e competições internacionais, com calendário ao longo de toda a temporada e, por consequência, públicos relevantes na Arena Pantanal.
A contestação das despesas pelo representante do Mixto foi deselegante, mal educada e encerrada pelo seu Presidente até com certo tom de chacota, como se vê das entrevistas e comunicados publicados em janeiro de 2023.
https://www.rdnews.com.br/esportes/conteudos/170925
https://www.mixtonet.com/2023/01/dorileo-leal-recusa-dinheiro-do-cuiaba-por-descumprir-acordo-com-bilheteria.html
Ora, se o seu Presidente publicamente renunciou aos valores que o Cuiabá havia oferecido, não havia porque efetuar qualquer repasse ou pagamento.
Surpreendentemente, o Cuiabá viu o arresto do valor pleiteado pelo rival por meio de ordem judicial que desconhece a renúncia publicamente declarada pelo representante do Mixto.
O Cuiabá informa que já tomou as medidas cabíveis para reverter tal bloqueio, que ocorreu com base em um pedido judicial eivado de má-fé e oportunismo