Alfredo da Mota Menezes
Caso Donald Trump coloca política dos EUA numa posição estranha e peculiar
O caso Donald Trump coloca a política dos EUA numa posição estranha e peculiar. Trump, ex-presidente e possível candidato neste ano a um novo mandato, está passando por momentos complicados na Justiça do país. Um dos casos é de uma atriz pornô que o acusa de tentar comprar seu silêncio num suposto caso entre os dois.
O ex-presidente tem ainda contra ele outras acusações. Uma por tentar reverter a votação em um estado do país na eleição que perdeu para Joe Biden. Associado a isso é acusado ainda por incentivar os ataques no Capitólio, justamente para contestar o resultado daquela eleição que perdeu. Outro caso se refere a documentos sigilosos tirados da Casa Branca e levados para sua residência na Florida. Sem contar os assuntos judicias sobre os negócios pessoais.
O que está mais perto de definição é o assunto da atriz pornô. Se ele for condenado, interessantemente, a lei americana não o impede de ser candidato na eleição de novembro deste ano. E mais interessante ainda é que, apesar desse alvoroço, todas as pesquisas o colocam á frente do Joe Biden.
Tem muita gente na América Latina se divertindo com esses assuntos nos EUA. É que historicamente ali sempre fez chacota sobre o que ocorria no mundo politico na região, principalmente na América Central e Caribe.
Os tropeços institucionais, as falas de certos ditadores, o comportamento da elite regional e tantas outras coisas bizarras eram motivos de troças naquele país.
Hoje se vê que os EUA reprisando fatos e atos sobre politica e políticos que se pensava ali que fosse exclusivo dos povos abaixo do rio Grande. Tem sido motivos de piadas na região o que vem acontecendo na política no momento nos EUA.
Até a idade do atual presidente, Biden, é motivo de falatório. É o presidente mais velho a assumir a cadeira nos EUA e, se eleito em novembro deste ano, terminaria o mandato com 86 anos. Não que a idade impeça alguém de estar lúcido, mas até isso é motivo de falas sobre o momento norte americano.
Outro assunto que teve alguma repercussão foi a fala do presidente de Portugal que, de forma oficial, reconheceu os erros e atrocidades praticadas por aquele país na época do Brasil-colônia. Falou até em reparação, sem explicar o que isso significaria.
É que, se for reparação em dinheiro, Portugal não tem recurso suficiente para fazer isso. O PIB daquele país gira em torno de 250 bilhões de dólares. O do Brasil está acima de 1.9 trilhões de dólares. Quase oito vezes o PIB português.
Qual outro tipo de reparação Portugal poderia fazer com sua ex-colônia? Tem gente brincando que faça pelo menos a regularização dos muitos brasileiros que estão morando lá de forma ilegal.
E por falar em Portugal teve muita comemoração naquele país sobre os 50 anos da revolução dos Cravos, aquela de 1974. Ação que derrubou a ditadura de Antônio Salazar que já durava 40 anos. Ditadura na matriz não era um bom exemplo para outro país do outro lado do Atlântico.
Alfredo da Mota Menezes – é analista político.
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