Técnicas de adubação podem impulsionar em cerca de 30% estoque de carbono em pastagens

O investimento em correção do solo e adubação é considerado uma das ferramentas mais eficientes para recuperar áreas de pastagem. Estudos mostram que tal ação pode, inclusive, elevar em cerca de 30% o sequestro e fixação de carbono no solo.

Este é um dos resultados obtidos pelo programa Pasto Forte desenvolvido em três propriedades rurais em Mato Grosso, situadas dentro dos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônico.

O estudo sobre degradação de pastagem, realizado ao longo de três anos, foi desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), com foco na fertilidade do solo e na sustentabilidade.

De acordo com o zootecnista da entidade e responsável pela pesquisa, Thiago Trento, foi observado que em áreas nas quais nenhum tipo de investimento foi realizado, e sim apenas respeitado o manejo de pasto, ou seja, a altura do pastejo, se conseguiu um aumento de estoque de carbono de aproximadamente 11%.

“E nas áreas onde nós investimentos em adubação esse aumento no estoque de carbono foi de 30%. Por que foi maior? Porque proporcionamos às plantas melhores condições para que elas produzissem mais, produzissem mais folha e realizasse uma fotossíntese maior e, consequentemente, estoque de carbono no solo”, conta o zootecnista no episódio desta semana do MT Sustentável.

Aumento no desempenho animal

Como metodologia de estudo o zootecnista da Fundação MT explica que, através de análise de solo, foram identificadas as áreas que necessitavam maior ou menor investimento em adubação. Por fim, o acompanhamento da produtividade nas áreas estudadas.

Conforme Thiago Trento, nas fazendas estudadas houve aumento no desempenho animal, gerando uma maior rentabilidade, uma vez que ocorre um giro maior na propriedade.

“Pensando em questões ambientais, há uma menor emissão de metano, porque esses animais vão sair da fazenda mais cedo e, consequentemente, observamos uma maior taxa de lotação, uma vez que produzimos mais forragem. Então, tivemos que alocar mais animais nessas áreas para consumir essa forragem produzida. E, quando nós fazemos a conta de ganho individual vezes ganho por área, tivemos uma maior produtividade de arrobas produzidas, que é o que paga a conta do pecuarista”.

Além dos resultados de retorno econômico ao pecuarista, também foram observados ganhos para a sociedade, segundo o head de pesquisas e operações da Fundação MT, Bruno de Conti.

“Então, para o produtor a primeira e resposta mais importante é esta: É possível ter retorno econômico. E, para a sociedade é que foi possível fazer isso de uma forma ambientalmente mais correta, tendo sequestro de carbono no solo e estoque desse carbono no solo, num período muito menor do que imaginávamos que fosse possível”.

Saída da zona de conforto

Uma das propriedades analisadas foi a Fazenda Monte Alegre, distante 26 quilômetros de Rondonópolis, na região sudeste de Mato Grosso. Na área de 1.040 hectares dedicada para a pecuária, são 1,8 mil cabeças de gado, das quais 80% da raça Nelore.

Proprietário da fazenda, Ricardo Lima Carvalho conta que o projeto de pesquisa realizado na propriedade dele o obrigou a sair da zona de conforto e que ao analisar os resultados vê que valeu a pena.

“Hoje, eu vejo que tudo foi uma coisa que me levou para frente. Aumentou o meu número de cabeças na fazenda, estou com a produção de arroba por hectare maior. Então, está me levando para um lado mais sustentável. Mais produção com menos terra. Isso tudo é favorável para que eu faça melhor”, conta o pecuarista ao MT Sustentável.

Canal Rural MT

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