Mas a atuação do Chelsea na janela chamou todas as atenções: cerca de 300 milhões de libras (R$ 1,8 bilhão) em novos jogadores. Só o meia Enzo Fernández, destaque do Benfica e campeão mundial com a Argentina, custou 120 milhões de libras (R$ 749 milhões).
Foram sete reforços em definitivo, todos com menos de 25 anos: Enzo Fernández (Benfica), Mykhailo Mudryk (Shakhtar Donetsk), Datro Fofana (Leicester City), Andrey Santos (Vasco), Malo Gusto (Lyon), Benoit Badiashile (Monaco), Noni Madueke (PSV). O português João Félix também chegou neste mês junto ao Atlético de Madrid, mas por empréstimo.
“Não há nada de errado com o que eles estão fazendo. É que se trata de um nível muito extremo que nunca vimos no futebol, exceto quando Roman Abramovich chegou. O Chelsea está gastando dinheiro como um bêbado em um cassino – ainda pode funcionar porque o alto risco pode trazer grandes recompensas”, analisou o especialista em finanças do futebol Kieran Maguire ao site inglês Evening Standard.
Para “driblar” as regras da Uefa e do Fair Play Financeiro, o clube inglês utiliza uma estratégia semelhante à das ligas americanas: amortiza, ou seja, espalha o valor pago para os jogadores ao longo dos anos de contrato. Mykhaylo Mudryk, por exemplo, assinou um contrato de oito anos com o Chelsea, até junho de 2031. Os 100 milhões de euros, acertados no momento de sua contratação, serão pagos pelo clube ao longo das próximas temporadas – cerca de 12,5 milhões de euros por ano.
Para impedir que isso aconteça com outras equipes, a Uefa planeja alterar as regras de pagamento das taxas de transferência em até cinco anos após a contratação.
Os clubes poderão continuar a firmar acordos com jovens talentos, como Mudryk, por mais de cinco anos, mas os valores devem ser pagos antes do fim do contrato – caso este seja superior a meia década
MAIS JOGADORES BRASILEIROS NO INGLÊS
A legião brasileira na Inglaterra aumentou e passará a ter 36 nomes. Danilo (Nottingham Forest), Andrey Santos (Chelsea), Matheus Cunha (Wolverhampton), João Gomes (Wolverhampton), Felipe (Nottingham Forest), Luizão (West Ham) e Tetê (Leicester) se transferiram para o futebol inglês nesta janela de transferências, seja por empréstimo ou em definitivo.
Além do Chelsea, o líder Arsenal precisou reforçar o elenco para seguir na luta pelo título inglês e contratou o meio-campista Jorginho, do rival Chelsea, o zagueiro polonês Jakub Kiwior, do Spezia, da Itália, além do meia belga Leandro Trossard, do Brighton.
Já o Nottingham Forest contratou o zagueiro Felipe, ex-Atlético de Madrid, e o volante Danilo, ex-Palmeiras, que se juntam ao lateral-esquerdo Renan Lodi e o meia Gustavo Scarpa. O goleiro Keylor Navas, do Paris Saint-Germain, foi adquirido por empréstimo.
O Manchester City vendeu um dos destaques da última temporada. A relação do lateral português Cancelo com o técnico Pep Guardiola entrou em colapso e o atleta foi emprestado ao Bayern de Munique com opção de compra de 70 milhões de euros. A equipe alemã cedeu por empréstimo o meio-campista austríaco Marcel Sabitzer ao Manchester United.
MERCADO “FRIO” NAS OUTRAS LIGAS
Na Espanha, o Barcelona liberou o lateral-direito Héctor Bellerín ao Sporting, de Portugal, após vender Pedro Porro ao Tottenham. O Atlético de Madrid contratou o inglês Matt Doherty e o holandês Memphis Depay. O Betis acertou com o lateral brasileiro Abner, do Athletico-PR, por quase R$ 40 milhões.
Já na França, uma negociação entre Botafogo e Lyon, clubes em que o empresário americano John Textor é acionista majoritário de ambos clubes, gerou irritação em torcedores do time carioca. A revelação Jeffinho, um dos principais nomes da equipe, iria para o futebol por empréstimo, mas uma reviravolta nas conversas fez com que a transferência fosse em definitivo por 10 milhões de euros (R$ 55 milhões).
No futebol alemão, o Bayern, que além de ter contratado Cancelo, assinou com o goleiro suíço Yann Sommer e o polivalente holandês Daley Blind.
Algumas ligas europeias de menor prestígio têm datas diferentes para o encerramento da janela: Áustria, (6 de fevereiro), Turquia (8 de fevereiro), Sérvia (10 de fevereiro), Suíça (15 de fevereiro) e Polônia (22 de fevereiro). Os clubes que ainda estão em disputa na Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência estão autorizados a registrar três novos jogadores para a fase mata-mata. As equipes precisam comunicar as mudanças à Uefa até o dia 2 de fevereiro.