Os delegados Nilson Farias e Olímpio da Cunha, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelaram que os três criminosos que confessaram os assassinatos dos motoristas de aplicativos, Rogério Carneiro, Elizeu Rosa Coelho e Nilson Nogueira, queriam lucrar com a venda dos veículos roubados. O delegado Nilson Farias destacou que o trio eram amigos, e que moravam no mesmo bairro. O delegado ainda reforçou que a polícia trata os três como ‘seriais killers’.
Segundo o delegado Nilson Farias, Lucas Ferreira da Silva, 20 de anos, era o “líder” do grupo e o mais agressivo deles. O menor E.G.M.L.,16 anos, também tinha forte influência sobre os demais. Já o mais novo L.P.S.,15 anos, teria apenas dirigido o carro após os crimes. Apesar de não ter assassinado efetivamente a vítima, ele irá responder por latrocínio, assim como os demais.
Ainda segundo as autoridades policiais, o trio desenvolveu um método para avaliar a viabilidade de revenda dos carros.
“Eles deixavam esfriar o veículo para ver se tinha algum rastreador. E, aí, como tinha rastreador, os veículos foram liberados. Isso aí é um modo operante de quem faz subtração de veículos automotores. Eles, na possibilidade de haver rastreadores, aparelhos de rastreamento, eles deixam o veículo adormecer para ver se vai ser recuperado ou não. Se não buscarem, eles ficam livres para vender. No caso aí, os três tinham rastreadores”, disseram os delegados Nilson Farias e Olímpio da Cunha, em coletiva, na DHPP.
Nilson Farias reforçou a intenção de assassinato em série dos envolvidos e afirmou que, independente do que acontecesse, o plano do trio era executar os motoristas pelo prazer de matar.
“Nós queremos aqui destacar a expressão serial killer. Nós consideramos esse grupo de indivíduos verdadeiros seriais killers. Em termos de depoimento e interrogatório, eles deixaram claro o objetivo deles, além de ficar com o veículo, era matar a vítima do roubo. Independente de ela reagir ou não, independente de ela pedir pela sua vida ou não, ela iria morrer de qualquer forma”, destacou o delegado.
O policial também esclareceu que não é descartado que outras pessoas estejam envolvidas no crime, mas que depende da investigação para descobrir o envolvimento de outros.
“A equipe de investigação está trabalhando para tentar localizar e identificar outras pessoas, porém, é a fase investigativa, então, não temos como ampliar e externar isso”, esclareceu Nilson Farias.
Segundo o delegado, eles miraram apenas motoristas de aplicativos para matar, o delegado respondeu que muito se deve à facilidade e à criação do modus operandi.
“Eu acredito porque, pela facilidade de chamar pelo aplicativo e pelo fato de ter criado esse modus de operandi. Então, como ele praticou o primeiro, deu certo, no outro, pulou um dia, foi na quinta-feira. No sábado, praticou mais um, deu certo, no domingo já veio na sequência do sábado. Então, automaticamente, na segunda-feira eles iriam praticar mais um, inclusive eles colocaram isso em termos de declaração”, explicou o delegado.
Nesta terça-feira, motoristas de aplicativo, de carro e moto, aparecem fazendo um buzinaço em protesto pela morte dos condutores, Rogério Carneiro, Elizeu Rosa Coelho e Nilson Nogueira.