A Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), vai investigar o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, por suposta conduta temerária e recorrente na condução de processos sob sua responsabilidade. A irregularidade foi constatada durante inspeção ordinária realizada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), de 18 a 20 de março.
Segundo o CNJ, na Vara, foram identificadas inúmeras remarcações injustificadas de audiências, o que ocasionou a paralisação de processos. A inspeção também constatou que o descontrole das audiências tem acarretado demora na conclusão da instrução das ações penais que tramitam na unidade e versam sobre crimes extremamente graves, inclusive dolosos contra a vida.
Conforme apurou a equipe da Corregedoria Nacional, o número de processos parados segue elevado, sugerindo o descumprimento da determinação da Corregedoria Geral de Justiça. Cita, a título de exemplo, que foram encontrados 161 processos conclusos na unidade há mais de 100 dias, representando 31% do acervo ajustado, que era de 515 processos.
Em nota publicada, o CNJ relembra o caso em que o juiz deu voz de prisão a mãe de uma vítima de homicídio no fim de setembro de 2023.
Na decisão, de outubro do ano passado, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, citou que não foram observadas as determinações do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, regulamentado pela Resolução CNJ n. 492/2023. O corregedor frisa que Perri não teria zelado pela integridade psicológica da mulher “que também é vítima, ao menos indireta, do crime, pois é mãe da pessoa falecida”.