Pais e responsáveis de crianças e adolescentes diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA),promoveram na segunda-feira (1°), um protestaram contra a Unimed, em Cuiabá. Uma carreata saiu do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), passou pelo Fórum de Cuiabá, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores e, por fim, se encerrou em frente à sede da cooperativa no centro da Capital. O ato faz parte das ações em celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, datado anualmente em 2 de abril.
O manifesto foi acompanhado pelo equipe de reportagem do Programa do Pop. A matéria que foi ao ar nesta terça-feira (2) revelou que os clientes da Unimed Cuiabá tem sofrido com o reiterado descumprimento de decisões judiciais e com os descredenciamentos unilaterais de clínicas e profissionais.
Nas palavras de ordem, os beneficiários fizeram questão de expor que não tem culpa pela má-gestão da cooperativa que tem sido acompanhada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) desde a descoberta de um rombo de R$ 400 milhões nos cofres da Unimed Cuiabá, em 2023.
Uma das mães que participou da manifestação pediu que a cooperativa “pense mais na vida de uma criança e não só no lucro”.
“Pais que estão recebendo cartas suspendendo as sessões de terapia e mandando para o lugar onde eles querem. Isso é uma falta de respeito, ainda mais com uma criança. Já existe um vínculo com terapeuta, uma rotina e tirar uma criança autista para começar tudo de novo é como se fosse apagar tudo que ele aprendeu. Isso é errado”, falou uma das mães.
“A Unimed não entende que a pessoa autista ou deficiente, se ela for bem trabalhada hoje, no futuro ela vai ser autônoma, vai poder viver sozinha, sem ajuda do Estado e sem precisar tanto da Unimed. Nós precisamos que a Unimed tenha um olhar diferenciado para essas crianças para que no futuro os pais possam morrer sem medo de deixar o filho dependente ou sem ter ninguém que possa cuidar dele”, emendou.
Nos carros e no trio elétrico que participou da manifestação eram exibidas faixas como: “Unimed Cuiabá cumpre liminar? É mentira”; “A falta de atendimento é risco de vida!” e “Será esse o novo jeito de cuidar?”. Durante o protesto, os pais e responsáveis cobraram um olhar “humanizado” da cooperativa.
“Estamos aqui para que eles pensem mais na vida de um criança e não só no lucro. Eu acho que a Unimed tinha que ter um olhar mais humano para essa questão. O autismo não é simples e o vínculo terapêutico é muito importante. Mesmo que a Unimed tente dizer que não é, quem é pai e mãe de uma criança autista sabe na pele o que é uma criança desregular por algo que muitas vezes não está dentro das possibilidades do pai”, lamentou uma das clientes da empresa.
OUTRO LADO
Em nota, a Unimed Cuiabá negou que tenha interrompido qualquer atendimento. Também afirmou que faz contínuo investimento e capacitação para garantir atendimento aos pacientes diagnosticados com TEA na sua rede própria. Citou a inauguração de um Complexo Multidisciplinar para o qual, segundo a cooperativa, os pacientes estão sendo gradualmente transferidos.
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