Técnicos-administrativos da Federal de Rondonópolis também aderem à greve nacional

Os trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal de Rondonópolis (a 220 km de Cuiabá) decidiram aderir à greve nacional por tempo indeterminado, com primeiro ato de panfletagem no campus nesta sexta-feira (22). A mesma classe da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) já está em greve desde a semana passada. Em ambas as instituições, os serviços são mantidos em apenas 30% dos trabalhadores. 

“A assembleia geral foi muito participativa. Explicamos todas as perdas acumulados que temos em nossa carreira. Os trabalhadores da educação tem o pior salário de todo o funcionalismo público federal. Temos acompanhado carreiras com remunerações elevadas conseguirem reajustes enquanto a proposta para nós é zero. Isso mesmo, o reajuste para nós é zero em 2024. Não dá pra aceitar. Então pedimos apoio da população para educação. É na universidade que transformamos sonhos das pessoas mais humildes em profissões reconhecidas e importantes para população”, destacou a coordenadora geral do Sindicato dos técnicos-administrativos da educação de Mato Grosso (Sintuf-MT), Luzia Melo.

O movimento dos técnicos-administrativos é uma orientação nacional da Federação de Sindicato de Trabalhadores Técnicos-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), já aderida por várias universidades federais públicas do país, como a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de todos os campi da UFMT. 

A principal reivindicação dos servidores é o aprimoramento da carreira para que reflita a importância da educação pública no Brasil. Atualmente, a categoria dos técnico-administrativos em Educação tem o menor salário do serviço público no Executivo federal. Nos cargos de nível médio, a remuneração-base bruta é de R$ 2.400, ou seja, R$ 3.000 a menos do que recebe um servidor de mesmo nível no INSS. Além disso, desde 2005 — quando o plano de carreira foi aprovado — os reajustes conquistados pela categoria nunca foram o suficiente para vencer a inflação, já que não há uma Política Salarial com Reajuste Anual e nem data-base, como as demais classes de trabalhadores CLT.

“O resultado disso é que a cada ano, mais servidores deixam a carreira em busca de novas oportunidades, alcançando uma taxa alarmante de evasão e, por consequência, a diminuição na qualidade dos serviços prestados”, completou Luzia.

Na UFMT, além técnicos-administrativos, os professores também cogitam parar as atividades. O indicativo já foi aprovado e, nesta sexta-feira (22), uma nova reunião deve ser realizada para definição oficial da greve ou não.

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