A “Operação Gravatas” deflagrada na manhã desta terça-feira (12) pela Polícia Civil, acabou com a prisão dos advogados, Hingritty Borges Mingotti, Tallis de Lara Evangelista, Roberto Luís de Oliveira, Jéssica Daiane Maróstica e o soldado Leonardo Qualio. A ação ainda cumpriu mandados de prisão contra três membros do Comando Vermelho, Robson Junior Jardim dos Santos, Tiago Telles, Paulo Henrique Campos, todos estão detidos em presídios de Cuiabá e VG.
Conforme informações, Hingritty e Talles seriam atuantes em Cuiabá. Roberto e Jessica já eram conhecidos em Sinop (a 497 km de Cuiabá) por advogar para membros de uma facção criminosa predominante em Mato Grosso.
Já o policial militar, é acusado de repassar diversos boletins de ocorrências em que faccionados tivessem envolvimento.
Os relatórios da investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e mostram que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.
A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada a quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.
Ainda foi apontado que os advogados realizaram diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas. Ainda intermediaram a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.
Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso informou que a Corregedoria-Geral acompanhou o cumprimento de mandado em desfavor do policial e enfatizou que a conduta supostamente praticada não é tolerada e não coaduna com esse tipo de comportamento.
Leia na integra:
“A Polícia Militar de Mato Grosso informa que a Corregedoria-Geral está acompanhando os cumprimentos de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em desfavor de um policial militar, em Sinop, durante operação deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, nesta terça-feira (12.03). A PMMT informa ainda que não coaduna com nenhum tipo de atividade ilícita dentro da instituição e que já foi instaurado procedimento administrativo para apuração de possíveis infrações disciplinares paralelamente à apuração criminal”.
A Seccional Mato Grosso da OAB também informou que está acompanhando o caso, através do Tribunal de Defesa de Prerrogativas, para garantir as prerrogativas dos envolvidos, e, posteriormente, será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina para verificar se houve falta ética.