As investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) que resultaram na terceira fase da “Operação Doce Amargo” apontaram que a ex-servidora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Maria Eduarda Aquino da Costa Marques, auxiliava no comércio de drogas buscando novos clientes, além de consumir os produtos que traficava. A jovem foi presa nesta terça-feira (5), em sua residência, na Capital, e foi exonerada da ALMT nesta quarta.
Segundo a polícia, conversas flagradas mostraram que a jovem teve inúmeras trocas de mensagens com Arthur Galilo, apontado como líder da organização criminosa, que distribuía drogas sintéticas em diversos bairros de Cuiabá e Várzea Grande.
Em uma das mensagens, a suspeita chega a questionar o traficante sobre a margem de lucro que iria receber.
“Amigo, será que dá para acrescentar mais gramas? Se der, meu amigo vai querer. O que dá pra você fazer no precinho?”, diz a ex-servidora.
Esse contexto deixa claro para a polícia que “Aquino”, como era chamada no grupo, comercializava a maconha, buscando lucro próprio. Ela ainda é apontada como uma usuária que captava clientes em potencial, repassando os nomes para os líderes da quadrilha.
EXONERADA DO CARGO
Na manhã desta quarta-feira (6), a Mesa Diretora da ALMT publicou no Diário Oficial a exoneração da assessora parlamentar. O documento de exoneração foi assinado pelo presidente Eduardo Botelho (União) e o primeiro-secretário, Max Russi (PSB). Ela estava lotada na primeira secretaria do Legislativo e ocupava o cargo de assessora técnico legislativa.
DOCE AMARGO
A Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes deflagrou a terceira fase da ‘Operação Doce Amargo’ para cumprimento de 43 mandados de prisões preventivas, 54 mandados de busca e apreensão e 54 ordens de bloqueio de contas contra alvos, especialmente traficantes de drogas sintéticas que atuam em Cuiabá.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, após representação por medidas cautelares dos delegados da DRE, com base nas investigações realizadas pelas equipes policiais da especializada.
Os mandados são cumpridos em diversos bairros de Cuiabá e nas cidades de Cáceres, Campo Novo do Parecis, Santo Antônio de Leverger, Castanheira e Foz do Iguaçu (PR).
Esses traficantes atuavam de forma associada, dividindo tarefas e sendo fornecedores diretos a outros contatos, também somando valores para compra de maiores quantidades de drogas com qualidade mais refinada.