O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), apontou em manifestação complementar – que pede a revogação da prisão domiciliar de Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 58 anos, que ele ‘afrontou à justiça’ ao sair de sua residência para fazer ‘compras rodeado de seguranças armados’, durante período em que esteve monitorado por tornozeleira eletrônica.
O filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra, responde pelo duplo homicídio de sua ex-companheira, Thays Machado e do atual namorado dela, Willian César Moreno. O crime aconteceu em 18 de janeiro de 2023. Carlinhos Bezerra foi preso em flagrante pelo crime.
No documento protocolado no domingo (25), e assinado pelo promotor Jaime Romaquelli, a situação representou “ameaça aos familiares e testemunhas do processo”. Vale lembrar que a cautelar imposta a Carlinhos é que o réu fique em sua residência 24h por dia.
“Chegou ao nosso conhecimento, também, Excelência, que no período em que esteve tornozelado cumprindo prisão domiciliar, o réu fez diversos deslocamentos não autorizados pelo juízo, inclusive comparecendo a supermercados da cidade, ladeado por segurança armados, representando uma afronta à justiça e à sociedade, e uma ameaça aos familiares e testemunhas do processo”, denunciou promotor.
Após apresentar um laudo médico, apontado ter diabetes e a necessidade de realizar tratamento em sua residência, a Justiça concedeu a prisão domiciliar.
Entretanto, Jaime Romaquelli apontou que o laudo apresentado pela defesa de Carlinhos não comprova nada, pois não mostra a evolução do quadro clínico do paciente, muito menos “a extrema debilidade em razão da doença”.
“Tudo demonstra que o réu, desde que use os medicamentos necessários para o controle do diabetes, goza de plena saúde, tanto que se mostrou apto para circular pessoalmente pela cidade à caça de atestados e exames, sem ser transportado por terceiros e administra, ele próprio, o cronograma de uso dos medicamentos”, destaca o promotor.
“Não tendo o réu comprovado a extrema debilidade resultante de doença grave da qual seja portador, limitando-se tão somente a trazer aos autos diversos exames e atendimentos médicos com objetivos diversos (tratamento estético, dentário, fisioterapia, radiografias, que nada tem que ver com a doença alegada, não tendo qualquer elemento que prove que, estando preso, não poderá dispor de tratamento adequado para o diabetes tipo II, do qual é portador, o caminho que se impõe é a revogação da prisão domiciliar, restabelecendo-se a decisão que decretou a prisão preventiva”, completou.
Por fim, Romaquelli ressalta que a permanência de Carlinhos na prisão não trará nenhum prejuízo ao tratamento de saúde que ele diz fazer.
“Se o réu é portador de diabetes mellitus e necessita de “alimentação especial”, nada impede que os familiares viabilizem o fornecimento dessa alimentação e medicamentos no presídio onde estiver. Não é proibido o envio de alimento ao preso”, pontuou.
“Obtivemos informações de que no período em que o réu esteve no presídio da Mata Grande, ficava em uma ala com bastante privacidade e comodidade, convivendo com no máximo 20 detentos, onde tinha geladeira (já que alega que é necessário para conservação dos medicamentos) e toda estrutura para garantir dignidade aos presos”, finalizou.