O Ministério Público Estadual pediu nesta quarta-feira (21) a revogação da prisão domiciliar do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, réu confesso pelo assassinato da sua ex-companheira Thays Machado e do namorado dela Willian Cesar Moreno, em janeiro do ano passado.
Para o promotor Jaime Romaquelli, que assina o documento, o empresário – filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra – deve voltar à prisão preventiva.
Romaquelli entende que o laudo médico protocolado pela defesa, requerendo a prorrogação da domiciliar, não expõe “nem uma linha sequer sobre o estado de saúde anterior e atual do réu Carlos Alberto”, o que, conforme o representante do MPE, impossibilita saber a evolução de se quadro.
“Fala de tudo, tratamento dentário, menos diabetes e seus sintomas. É documento de confiabilidade duvidosa”, escreveu.
Quando concedeu prisão domiciliar a Carlos Alberto, a Justiça impôs medidas cautelares, entre elas que em um prazo de 90 dias a defesa apresentasse um relatório médico com detalhamento da evolução do quadro clínico “para reavaliação da continuidade da medida”.
O prazo venceu na terça-feira (20), data em que os advogados protocolaram o documento no processo.
“O laudo juntado (fl. 306), de confiabilidade extremamente duvidosa, não aponta qualquer situação de extrema debilidade por motivo de doença grave vivido pelo réu. E, certamente, não o fez porque não existe a doença grave, uma vez que o diabetes é doença cujos sintomas podem ser controlados com o uso de medicamentos, e, também, porque nunca existiu a cogitada debilidade extrema”, escreveu o promotor. “Em vez disso, justifica o laudo suspeito a necessidade da prisão domiciliar para cirurgia de cataratas”.
Conforme Romaquelli, a conclusão a que se chega, portanto, é de que Carlos Alberto “não ostenta os requisitos para manutenção da prisão domiciliar, revelando-se urgente a necessidade da revogação do benefício e restabelecimento da prisão preventiva”.